Aconteceu no Natal do Mickey


EEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEE COMEÇAMOS O NATAL, MEUS QUERIDOS PIRILAMPOS MULTICOLORIDOS!

E nada melhor pra começarmos essa data tão festiva tão bonita tão chocolatantemente alegre do que com a dona do mundo, Válter Elias Disnei Animação Estúdios!


Eu tou preparando uma série retrospectiva especial sobre nosso bigodudo favorito, mas entendam que é uma lista longa de filmes. Então sim, pode demorar.

Mas por enquanto, vamos nos focar hoje (e em outros 3 dias desse mês) nos especiais de Natal feitos pelo seu legado.



Eu tenho uma história curiosa com esse especial. Quando pirralho, eu tinha um VHS de Toy Story, que veio com pôster e tal. No mesmo dia ganhei aqueles bonecos estranhos do Woody e do Buzz com arame dentro, um deles veio com o binóculo que era de fato meu boneco favorito dos pacotes mas que por algum motivo eu acabei perdendo.

...perdão, eu divaguei.


Enfim, o trailer desse filme tinha no VHS de Toy Story, e eu sempre tive uma vontade imensa de assistir, mas por algum motivo nunca o fiz. Provavelmente porque quando a gente alugava DVD meu pai preferia filmes mais desconhecidos ou difíceis de passar na TV.
O que não explica eu nunca ter visto esse filme na TV, nem mesmo com TV a cabo.

Então, eu tinha uma vontade MUITO grande de ver esse filme, porque lembrava muito o estilo do OK Mundongo da Disney (Mickey Mouse Works) e House of Mouse (O Point do Mickey).

E então? A espera valeu?


O filme consiste em 3 curtas natalinos com o trio principal. O primeiro, com Donald e os sobrinhos, é sobre Hugo, José e Luís que assistiram muito Pinóquio e desejaram à estrela que fosse Natal todo dia. E assim o é, tal qual Bill Murray naquele filme que eu nunca assisti mas chequei no IMDB pra fazer uma tentativa de piada.

Todos os dias a mesmíssima ordem de eventos acontece, praticamente da mesma maneira, enquanto eles tentam descobrir como reverter o processo.

Embora seja um curta bastante previsível (raios, desde antes deles ativarem o efeito Groundhog), o curta te vence pelas emoções e animação dos personagens, que é bastante agradável.
Eu provavelmente deveria ser mais específico nessa parte.


1999 foi o ano em que estreou o já mencionado Mickey Mouse Works, e é basicamente o espírito dos curtas da Era de Ouro adaptado pro tempo moderno. Os designs foram atualizados, efeitos sonoros foram criados, e uma paleta de cores básica foi usada, mas ao mesmo tempo com design de backgrounds e animação rápida, com piadas verbais e físicas, incluindo expressões visuais e piadas internas.

Quando eu resenhar a série eu entro em mais detalhes, mas por ora isso deve ser o suficiente.


A paleta de cores é harmoniosa, os personagens estão com um visual e animação que ainda hoje se mantém muitíssimo bem, obrigado (o que torna o redesign do desenho novo no Disney Channel um crime, praticamente), e a animação funciona perfeitamente bem não só nas caretas, não só nos movimentos rápidos e engraçados, mas especialmente nos momentos tristes. A forma que os personagens se movem, o peso da música, a paleta de cores que te mostra o quão triste ficou a cena, mas ao mesmo tempo te deixa com o desconforto do aftermath da tentativa dos meninos de reverter o loop, é isso que faz com que o final seja mais satisfatório e emotivo.


E essas são características que perduram durante os outros curtas também, funcionando a seu jeito.


O segundo curta, estrelando Pateta e Max, a dupla que é demais, amigos de fé (yeah!), mostra a dificuldade de um pai em manter seu filho acreditando no Papai Noel.


Pateta e seu filho Max estão arrumando a casa pro Natal, e seu vizinho Bafo diz a Max que Papai Noel não existe. Max começa a perguntar a Pateta sobre Noel, e a fazer pesquisa sobre as possibilidades dele realmente existir (internet não era exatamente avançada na época, então ele se limitou aos livros da Barsa).

Eu acho interessantíssimo a forma que o assunto é tratado aqui. Pateta parece ser mais infantil que Max, o que não é exatamente errado, o conceito do personagem é mais ou menos isso. Mas ele também aceita quando está errado, e os papéis se invertem (Pateta tentava consolar Max, agora Max tenta consolar Pateta).


Pro público original, deve ser fofo o Pateta tentando achar maneiras de responder as perguntas de Max, pra cá eu não tenho tanta certeza de que funciona do mesmo jeito. Pode-se fazer o argumento de que, por tentar tanto fazer que Max acredite no Noel, Pateta começa a querer acreditar também, mas eu divago.


Mas se tem uma coisa que de fato soou estranha, foi o final, que confirma que Noel existe nesse mundo. Não que isso não seja corriqueiro nesse tipo de filme, mas se Max já havia aceitado que Noel não existe (que seria a única rota lógica, dado o decorrer do filme), mas que o importante mesmo era ajudar os outros (como eles mesmos fazem mais cedo no curta), confirmar a existência de Noel destruiu toda a lógica que eles vinham construindo. E que é a rota que muitos pais ainda hoje tomam, de dizer que Noel não existe e isso é ok, porque ele não é o foco do Natal.


Isso me incomoda muito especialmente porque uma das resenhas do IMDB diz que o filme pode ser um pouco perturbador pra crianças de 4 anos ou menos porcausa desse segmento. O final certamente não ajuda, mas as crianças que ainda acreditam no Noel precisam saber da verdade, e saber que isso é ok.
Daqui a pouco vão dizer que não devem levar suas crianças pra ver Carros 3 porque o Marquinhos se acidenta. Bando de pai criado a leite com pêra e ovomaltino.

No mais, é uma história adorável sobre um pai e um filho tentando entender um ao outro.

Interessante notar também que Max está bem mais novo comparado à série animada que saiu alguns anos antes desse especial.

E que algumas teorias dizem que a mãe de Max morreu no parto, e que Max é a única lembrança que Pateta tem de sua finada esposa.

Pensem nisso quando assistirem esse curta.


E por último, Mickey e Minnie com Gift of the Magi.
Não, não tem nada a ver com o quadrinho japonês sobre as 1001 Noites ou sei lá o que.

Mickey e Minnie estão pobres nesse curta, mas ainda assim querem dar um presente bacana um ao outro.
Porque o legal do Natal é isso, é esse esforço a mais que a gente faz por alguém que ama.


Mas as suas tentativas acabam não dando muito certo, e eles acabam tendo que sacrificar algo pra conseguir o presente um ao outro, e assistindo cê vai saber o que é logo de cara.

O que não deixa de ser menos fofo.

De novo, o que ganha esse filme é o investimento que cê tem nos personagens. Eles de fato te fazem se importar com eles, não porque tu conhece eles, mas porque tu se identifica com eles, a situação financeira deles, pelo que eles fazem pra ajudar outras pessoas, nem que seja algo extremamente simples.


E o final (que foi mostrado no trailer de VHS e que ecoou na minha mente o tempo todo durante esse curta) é muito fofo e doce e...

...

Eu vou parar por aqui, senão eu vou chorar.
De novo.

...

Sim, eu chorei em todos os 3 curtas. Mas o que eu posso fazer? São realmente muito bons e eu fico mais emocional nessa época.

"Você é toda música que eu preciso."

Embora sim, eles sejam bem básicos de especiais de Natal, o que diferencia é a forma que eles contam. As expressões faciais dos personagens, a paleta de cores, a forma que as coisas lentamente progridem, não querendo esconder possíveis plotpoins previsíveis, mas te deixando aproveitar o clima que há nas histórias... Mostra que realmente há um esforço nessas pequenas coisas, que faz valer totalmente seu tempo.



Algumas pessoas choram com A Culpa é das Estrelas, eu choro com desenho animado do Mickey.
Acontece.


E fiquem ligados nas próximas postagens especiais de Natal, porque teremos uma rruma! EU TOU EMPOLGADAÇO!