Mad Mickey - O Carteiro do Futuro


Sabem porque eu demoro a fazer um Tio Walt sobre os quadrinhos Disney? Porque eles são mais variados e inconsistentes do que Turma da Mônica.

Claro, o Bairro do Limoeiro e Patópolis são incrivelmente semelhantes em alguns conceitos, e ambos os universos tem diversos núcleos. O negócio é que dentro do Universo Disney quadrinhos há vários universos, que podem variar de autor pra autor.

Uma história produzida por Don Rosa vai usar um canon totalmente diferente de uma história do Euclides Miyaura, por exemplo. Claro, algumas histórias se passam em universos totalmente alternativos, e por algum motivo, essas histórias são umas das que mais me fascinam. É como os curtas antigos, onde os personagens eram meio que "atores" em várias histórias.
Raios, tem uma edição inteira que adapta o Inferno de Dante pro universo patopolense.

E hoje temos uma delas aqui, onde Mickey e Minnie vivem num mundo pós-apocalíptico, tipo Mad Max.

E os editores brasileiros acharam que seria massa chamar de Mad Mickey.
Porque É!
TESTEMUNHE!




Nossa história começa com um Mickey BADASS pilotando uma Arlequina-DVD e usando brinquinho.
E eu acho massa como em um quadrinho e dois recordatórios, o narrador explica "ah, o mundo explodiu, sobrou só deserto, ninguém sabe o motivo".


Mas nada tema, porque a única coisa que funciona direito nesse mundo é o serviço de correios!
E quando o melhor serviço que você tem disponível são os Correios, você sabe que o mundo acabou de vez.


Mas a missão é interrompida por Mickey, o Kamen Rider sem máscara, que exige um refri geladaço. A única coisa que eu consigo pensar é como raios ele trabalha. Ele é um motoqueiro profissional? O que isso significa? Que tipo de trabalho existe num mundo pós-apocalíptico além de carteiro? Como as pessoas pagam os carteiros?

E nessas horas que eu vejo que tou exigindo demais de uma história que alguém provavelmente escreveu em 10 minutos.


De qualquer forma, Mickey oferece pra Minnie um refrigerante, que rejeita porque ela é uma moça trabalhadora que não quer sair com vagabundos mulambentos que sequer tem como pagar a própria latinha de refri.

Isso aí, Minnie! Você é boa demais pra ele!


Mickey faz uma última tentativa e chama a Minnie pra VER O PÔR DO SOL JUNTOS.

Minnie diz pela última vez que tem um trabalho a fazer e não pode perder tempo com vagabundo de humanas que fica injetando refrigerante na veia e aplaudindo o pôr do sol. Com isso dito, Minnie sai pra fazer sua entrega, torcendo pra que aquele bar com karaoke e sinuca em Curitiba esteja aberto.


Mas antes que pudesse verificar suas opções de parada de meio de caminho, a rata é interceptada por Bafo, que quer de todo jeito roubar o valioso pacote.



Mas infelizmente graças à boca milagrosa de Mickey, Minnie destrói sua moto e de quebra, eles são presos por Bafo, que tenta fugir com o pacote, mas é impedido por Mickey e seu poder de ser protegido do roteirista.


Mickey e Minnie roubam o carro de Bafo (que eu tenho quase certeza de que viola alguma regra dos Correios), e entram na floresta.

Que tem MONSTROS MUTANTES.


SÉRIO ALGUÉM FAÇA UMA SÉRIE SOBRE ESSE UNIVERSO


O casalzinho encontra uma cidade chefiada por Jerônimo, mas logo depois eles são atacados novamente por Bafo, mas logo depois pegam de volta o pacote.

Sim é uma história ridiculamente simplória, o que você esperava de um gibi com duas histórias que custa 3 conto?


Então FINALMENTE, após quase 9 meses, Minnie consegue fazer a entrega. Mas não se rebaixa como seus colegas, não senhor! Ela deixa na caixa do correio, e pra ter certeza de que o Bafo não vai tentar roubar de novo, ela bate na porta.


E... OH! UM CIENTISTA LOUCO!

E o cientista que fez um doutorado com o único objetivo de fazer um trocadilho idiota com o nome revela que ele criou a bomba que quase destruiu o mundo.

A justificativa dele?


...ok né.

Mas Mickey e Minnie escapam e prendem tanto o cientista quanto Bafo. E finalmente descobrimos o que tá dentro do pacote.



...ok eu vejo como isso pode funcionar.


NOTA DO KAPAN: Uma latinha 220ml de refri/10



Essa história é um excelente exemplo do quão vasto e criativo histórias rápidas podem ter. Em apenas 30 páginas temos um mundo legitimamente interessante que poderia ser exapndido e até ter uma série própria, como a Mágicos de Mickey. Se bobear essa história serviu como piloto pra algo assim, mas nunca foi pra frente.

É divertidinha pra crianças, tem umas artes sensacionais, com concepts genuinamente bonitos, e relações entre personagens previsíveis, mas divertidas.



E sinceramente, é mais do que é necessário pra passar o tempo enquanto tu faz o número 2.