The Wonderful Wizard of Oz (Marvel; 2009)


Olá e sejam bem-vindos a mais uma Maravilhosa Resenha de Oz...
...em texto. Porque hoje vamos dar uma olhada na adaptação em quadrinhos da Marvel, publicada em 2009.


Então, siga-me na estrada de tijolos amarelos e prepare uma cesta com maçãs.



A história, como todos conhecem, acompanha as aventuras de Dorothy, uma garotinha do Kansas, que foi tragada por um tornado e levada a uma terra fantástica conhecida como Oz. Ela é mandada ao grande Mágico de Oz, e no caminho encontra um Espantalho que quer um cérebro; um Lenhador de Lata que quer um coração; e um Leão Covarde que quer coragem.

Ao contrário do filme, que toma várias (VÁRIAS) liberdades em relação ao livro, em prol da narrativa e momento socioeconômico da época, o quadrinho se mantém extremamente fiel ao livro, adaptando apenas o mínimo necessário.

Infelizmente, isso inclui um dos defeitos do livro: o ritmo.



Sendo um livro de 1900, o ritmo dele é notoriamente desgastado e antiquado. Por vezes acaba sendo lento demais, e se limitando a descrever ações e eventos sem muita emoção. E o quadrinho segue isso, exagerando na dose de recordatórios descrevendo os acontecimentos. Por um lado isso é bom, por se utilizar do texto original e mostrar o quão fiel pretende ser; mas ao mesmo tempo pode cansar o leitor.

O ritmo em si é um vai-e-vem, em certos momentos é ótimo estar com os personagens, conhecê-los, saber suas histórias de origem (em especial a do Lenhador de Lata), e vê-los ultrapassar as dificuldades ao mesmo tempo que desenvolvem a analogia que pretendem fazer. Mas entre uma coisa e outra, é um negócio morno, que felizmente não dura muito, mas com o tempo nota-se a fórmula e pode se tornar distrativo.


Entretanto, a história ganha uma vida especial com a arte belíssima de Skottie Young. Com um equilíbrio do traço cartunesco típico de livros pra criança com um acabamento realista, os desenhos ganham vida de uma forma divertida e expressiva. Eu amo como os desenhos são fluidos, e o acabamento ajuda ainda mais a dar a impressão de dinamismo. Causa mais ou menos o mesmo efeito de desenho animado de Chico Bento: Pavor Espaciar.
E o belíssimo trabalho de cores de Jean-Francois Beaulieu, o mesmo de Figment 1 e 2, que dispensa apresentações.


Quanto à história em si: é boa. Se gostou do livro, vai gostar do mesmo jeito aqui. Lá pro final acaba ficando um pouco desfocado demais, é como se Baum tivesse feito personagens e situações que ele gostou muito e resolveu dar um jeito de botar de qualquer jeito no livro, mas nos quadrinhos não tem esse sentimento de coisa apressada. Por ter muitos recordatórios, acaba tendo um controle melhor no timming.


É uma excelente adaptação, que pode até substituir a leitura do livro em si, caso você tenha dificuldade com inglês ou não tenha tanto tempo. Mais do que recomendado.