Sword Art Online - Final
Enfim chegamos a segunda e última parte de “Sword Art
Online”. Ouvi vários comentários negativos na internet, e alguns eu mesmo fui o
autor dos comentários. Mas após terminar de assistir a série toda, eu me
pergunto: é realmente TÃO ruim assim?
Começa que há um episódio pra relaxarmos um pouco, digamos
assim, pra história nos contar mais calmamente tudo o que aconteceu após o fim
do jogo.
O episódio “divisor de águas” tem uma boa narrativa, dando
toda a informação que precisamos em pouco tempo de uma maneira fluida.
Passaram-se dois meses desde que Kirito zerou o jogo. No
entanto, Asuna e outras 300 pessoas ainda não acordaram do jogo, e a opinião
popular é de que isso é plano do criador do jogo, Kayaba Akihiko, ainda
desaparecido.
Após o fim do jogo, descobrimos que a empresa que produziu
SAO faliu, e a empresa de eletrônicos do pai de Asuna ficou mantendo os
servidores, até que a situação fosse resolvida.
Somos apresentados a Sugou, alto empregado da empresa do pai de Asuna, e
que trabalha pra tirar os jogadores restantes do coma. Sugou também é
considerado da família, por ser filho de um grande amigo do pai de Asuna, e
pretende se casar com Asuna durante o coma da garota.
Além disso, o plano de Sugou é conduzir os experimentos de
manipulação cerebral nos jogadores, porque tais experimentos são proibidos em
seres humanos. Manipulando sentimentos, emoções e memórias dos jogadores no
jogo, ele poderia apagar qualquer acusação contra ele e ainda fazer com que
Asuna goste dele, e talvez até fazê-la odiar Kirito.
Outra personagem que aparece mais é a irmã de Kirito,
Suguha. Mas desde que Kirito ficou preso no SAO, Suguha descobriu que na
verdade, é prima dele.
A trama volta a andar quando Kirito descobre que Asuna foi
vista em um jogo novo, chamado Alfheim Online, feito na mesma engine (motor,
ou, nesse caso, a base do jogo) que SAO. No entanto, há algumas diferenças
básicas.
Primeiro: não há níveis. A vitória depende das habilidades e
porte físico do jogador. Ou seja, um MMO onde pessoas obesas não podem jogar.
Se isso fosse lançado nos EUA, tenho certeza de que não seria um sucesso entre
os Nerds gordos.
Segundo: há 9 diferentes raças, que competem entre si para
chegar primeiro ao Castelo Lendário. Ou seja, o jogo incentiva o PvP (Player
VS. Player/Jogador VS. Jogador). No entanto, o problema de ter 9 raças pra
serem assimiladas em tão pouco tempo poderá confundir alguns.
Terceiro: O jogador é uma fada, então ele pode voar, o que
com certeza muda bastante na jogabilidade.
Certamente a mudança que regrediu um pouco a história foi o
fato de poder desconectar do jogo a qualquer instante, enquanto em SAO, não era
possível desconectar, e ao morrer no jogo, o jogador morreria no mundo real. No
entanto, creio que essa mudança seja necessária para avançar a história de
forma satisfatória nessa nova fase (com o perdão do trocadilho).
O sistema de magia é muito interessante, tendo combinações
quase que infinitas de magias. O jogador combina palavras para que use a magia
de uma forma bem customizável.
O fato de não haver níveis adiciona algo a mais no jogo,
pois em SAO Kirito era muito Over-Power, e podia praticamente lutar contra
qualquer um ou qualquer coisa que se sairia relativamente bem. Agora, ele
realmente precisa de uma ajuda extra, pois depende mais do braço do que do
sistema em si.
A abertura tem mais qualidade que a primeira metade. O
encerramento continua normal, legalzinho, mas nada de especial. Quanto à
animação, ela continua com um bom padrão de qualidade, poucas vezes notei algum
defeito. Destaque para os cenários belíssimos.
O enredo é bem desenvolvido, e além de resgatar Asuna,
aparecem outros problemas que devem ser resolvidos, como em qualquer MMO, e
como na primeira metade da série, mas aqui há menos coisa do tipo a ser
resolvida, e na primeira metade, esses elementos tinham um pouco mais de
relação com a história em si (Tá, menos os encontros aleatórios pra ter
fanservice).
Tem alguns momentos épicos e realmente belos de se ver, em
especial as batalhas aéreas. Como eu disse, o fato de o jogador poder voar muda
bastante na jogabilidade do jogo, quem souber usar essa habilidade se sairá
melhor.
Os personagens ainda são um pouco planos, mas perto do final
eles se desenvolvem mais. Provavelmente o personagem mais bem desenvolvido
psicologicamente seja o Sugou.
A princípio, Sugou parece apena um perturbado mental que
reprime essa loucura diante dos outros, mas no
final... Ele é exatamente isso e
um pouco mais, pois legalmente, ele não pode se casar com Asuna por ela ser
menor de idade, mas no papel ele ficará com genro da família, então será o próximo
nos negócios da empresa. Então, a situação de coma de Asuna é extremamente
favorável a Sugou. Em resumo: um cara com alguns problemas mentais que se
aproveita de uma inocente em coma pra se favorecer social e economicamente, e a
loucura dele se torna ainda mais interessante quando nos mostram que além disso
tudo, ele é um sádico. Um vilão que dá gosto de odiar. Só um vilão desse peso
pra me fazer torcer pelo Kirito na reta final. Pessoalmente, adoro esse cara,
por ele ser a representação dos homens que tem poder, e por isso saem ilesos na
maioria das situações. Mas tire esse poder dele, que ele se torna um fracote
covarde.
Um dos principais problemas da série toda é que tem um pouco
de animê no fanservice. Na segunda parte, esse problema persiste.
Há um momento onde Suguha chega em casa, e vai trocar de
roupa. Vemos as roupas na cama, depois vemos Suguha usando apenas roupas
íntimas. Como se não fosse o suficiente, ela aperta os seios e a câmera dá um
close neles de uns 4-5 segundos. Depois ela coloca um camisão e pula na cama,
onde há uma rápida aparição da calcinha.
Diante disso tudo, eu pergunto: QUAL O MALDITO MOTIVO PRA
ISSO?
Sério, raios, QUAL? Eu quero ver as batalhas no mundo
virtual, quero ver o Kirito derrotar um dos vilões mais legais e criativos que
já vi pra finalmente ele ficar com sua amada, PRA QUE RAIOS EU QUERO VER A
IRMÃ/PRIMA DO KIRITO DE CALCINHA E SUTIÃ, PELOS SAPATOS DO SONIC?
Isso pra não citar a cena dela tomando banho.
...sim, eu me irrito fácil com isso.
O fato de Suguha não saber a verdadeira identidade de Kirito
é um pouco idiota, um furo de roteiro, na verdade. Veja bem, SAO explodiu no
mundo real, todo mundo estava falando. É normal que se buscasse muita
informação a respeito dos jogadores. O apelido de Kirito no jogo é uma junção
do nome real dele (Kirigaya Kazuto), como raios Suguha não chegou a
pensar que o cara ao seu lado era na verdade seu irmão/primo?
No final das contas, “Sword Art Online” é uma série sobre
ficção científica. Assim como outras histórias de autores consagrados, como
Mary Shelley, H.G. Wells e Phillip K. Dick, “SAO” nos mostra um mundo futurista
(e aparentemente, não muito distante de nós), e quais os efeitos que teriam na
população, e empurra essa possibilidade até onde der. No entanto, os elementos
de ecchi e harém podem não agradar a todos, e talvez até mesmo afastar alguns,
como quase me afastou.
Pessoalmente, amo e odeio SAO. Amo, pelos elementos de
ficcção científica e nos fazer a pergunta “Até onde podemos ir?”, ou “No que os
seres humanos irão mudar?”. Odeio pelo fanservice extremamente exagerado (sim,
o pleonasmo é necessário aqui). Se você não suporta esse último elemento,
esqueça. A série não é pra você. Se você conseguir ignorar isso e o quão planos
podem ser alguns personagens, irá encontrar uma história bonitinha e que trará
alguns momentos de diversão a você.
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