Talvez eu já tenha dito isso aqui, mas eu sempre gostei do Mickey. Papo sério. No meu curso de quadrinhos um dos meus colegas resumiu o desgosto popular pelo Mickey em "o Mickey não existe, Donald e Pateta são mais humanos, gente como a gente". Ou algo assim, não lembro a frase exata, mas cês entenderam.
O negócio é que a essa altura é difícil desassociar o personagem que tá literalmente na logo da Walt Disney Company, que normalmente tem posições de destaque (como Rei em Kingdom Hearts e dono do House of Mouse), como um cara comum, como eu e tu, que paga contas, se mete em encrenca, e esquece o aniversário de namoro.
Ele é a face da empresa e aparece normalmente como easter egg em vários filmes e até nos parques. Raios, os próprios funcionários da Disney se referem ao Mickey como “chefe”. Até Michael Eisner em um vídeo se refere ao Rato como "boss" (o que torna sua persona pública mais agradável do que de Bob Iger, mas assunto pra outro dia).
Nos quadrinhos, seu papel mais conhecido é o de detetive, especialmente das tiras de jornal dos anos 30-40. Nada disso colabora pra mostrar o Mickey como um cara normal, como normalmente Donald, Pateta e outros personagens são.
Mas quer saber? O Mickey detetive é legal. Dá pra fazer uma história de investigação criminal com o Mickey, mostrando-o como um herói maior-que-a-vida, mas também vulnerável, humano, com falhas. É ridiculamente difícil, mas não impossível.
Detetive das Trevas mostra isso.