O Retorno de Mary Poppins


Como vocês sabem, eu AMO Mary Poppins. O filme da Disney, isso é. Eu nunca li os livros e não vai ser tão cedo que o farei, ainda tem muito livro de Oz pra eu ler. Enfim, eu poderia divagar infinitamente sobre como o filme original é uma pérola e praticamente perfeito, mas eu escrevi um artigo inteiro (provavelmente um dos mais longos que eu já escrevi, aliás), bem como o filme sobre a história de como o filme foi feito, então eu vou poupar vocês.
Hoje.

E vocês também sabem como eu tenho medo da Disney refazendo os filmes clássicos recentemente. Não que remakes sejam algo necessariamente ruim, alguns remakes acabam melhores e/ou mais conhecidos que o original, como Scarface, Operação Cupido, Entrando Numa Fria e Os Dez Mandamentos. Mas os rumos que essas produções Disneyanas tavam tomando só provavam que ninguém se importava com o produto final, contanto que o marketing convencesse o público a pagar pra entrar num cinema.
Não garantia que eles ficassem até o final, no entanto.

Mas pouco a pouco os re's foram melhorando. Cinderella, Mogli, Pete's Dragon são ao menos assistíveis, todos tem algo diferente que os torna únicos, mas também tem algum respeito pelo original. Não é sem seus problemas, mas isso é assunto pra outro dia.

O Retorno de Mary Poppins é um dos filmes que eu absolutamente não esperava que fizessem, já que a chance de errarem a mão de maneira catastrófica era tão provável quanto o YouTube desmonetizar um vídeo por motivo nenhum.

O dia chegou, Mary Poppins Returns estreou, eu assisti.

A sensação que eu tive ao final era de que o universo estava em equilíbrio.



O filme começa cerca de 20 anos depois do original, com Jane e Michael Banks adultos. Michael perdeu a esposa há um ano, e cuida dos três filhos com a ajuda de Jane e da governanta da casa, Ellen. Ou o contrário, já que Michael se tornou um adulto cheio de preocupações, distraído, e a perda da esposa (que era quem realmente gerenciava as finanças) só piorou a situação.

Até que eles descobrem que estão devendo empréstimos do banco, que dá uma ordem de despejo. Michael agora precisa achar papéis que comprovam que ele tem ações no banco, que podem ser usadas pra pagar a dívida e salvar a casa.

Mas não é isso que tu quer ver, tu quer a babá mágica favorita de todo mundo: Maria Pipoquinhas. E ela aparece pra botar ordem na casa e cuidar da família Banks mais uma vez, levando as crianças pra passeios fantásticos e encontrando todo tipo de gente louca pela frente e cantando sempre que possível.


Pra um filme que não precisava existir, ele é muito bom. Não é "praticamente perfeito" como o original, mas ao menos tenta, e na maior parte do tempo, consegue manter as intenções e coração no lugar certo, ao mesmo tempo em que tenta ser algo próprio.

É praticamente o óbvio ululante dizer que o filme se sente muito um remake do original. Mas assim como Star Wars no geral (não só Force Awakens, vale ressaltar), ele tem as mesmas batidas de narrativa, mas de uma forma diferente. Ele rima com o filme original e improvisa algo no começo.

Por exemplo, assim que chega, Mary obriga as crianças a fazerem uma atividade corriqueira e chata, mas como uma brincadeira. No original, ela simplesmente faz uns truques de magia básicos enquanto canta Spoonful of Sugar; aqui, ela leva os moleques pra nadar no mar, encontrando golfinhos, navios pirata naufragados, e etc. É um passo além, e é interessante, é divertido, bem-executado, a música é grudenta.

O filme tem vários momentos que ele faz uma referência ao filme original, mas ao invés de ser só um motivo pra tu usar um meme do Capitão América como se fosse engraçado, ele de fato tenta fazer algo diferente e encaixar na história.

É um tipo de previsibilidade familiar que bem dosado, não faz mal. Te deixa confortável, mas ao mesmo tempo tu não sabe exatamente o que esperar. Tu consegue ver que vai vir a sequência análoga a Supercalifragilisticexpialidocius ou I Love to Laugh à uma milha de distância, mas o que eles fazem com conceitos semelhantes é diferente o suficiente pra que seja uma coisa própria.


Em um certo sentido, é o que Oz The Great and Powerful fez, o que não é uma trend recente, até onde eu me lembre, mas são 4 da manhã e eu não vou pesquisar esse tipo de coisa agora. Até porque eu tou decidido a esse ano dormir mais cedo e acordar mais cedo.
Sim, eu já comecei falhando, mas tou acostumado ao fracasso.

A história nos leva a níveis novos, também. O filme original lidava com um pai workaholic que não era um mau sujeito, mas estava sem um rumo certo, embora aparentemente tivesse tudo sob seu controle. Michael sofre da mesma falta de direção e sensibilidade, mas no sentido oposto ao seu pai: ele assumidamente não tem controle da situação e não consegue nem ao menos ter confiança em si mesmo como seu pai.
Michael é assumidamente lento pra certas coisas cotidianas, mas é um pai amoroso e ainda sofre a perda da esposa. E tu consegue sentir na atuação dele e dos meninos a perda dela, sentir o quanto ela faz falta, não só no grande plot mas nas pequenas coisas.

É um tipo de história tão madura quanto a original, mas a narrativa não consegue chegar no mesmo nível. Ainda é um filme de 3 anos claros e de uma forma mais ou menos como a Disney vêm fazendo desde... Frozen? Outro dia eu falo disso, mas ele não tem o mesmo tino artístico ou a sensibilidade que o original, onde o real plot do filme (o do pai Banks reencontrando a alegria de ser criança e se reconectando à sua família) não tem tanto foco durante o filme, mas no terceiro ato é tratado de uma forma que chega a te chocar devido à mudança de tom.

Em Returns, o clímax é mais tradicional de filmes família, embora eu não me incomode, mas a falta de algo mais maciço como no original faz falta. Mas a forma de como eles tratam a situação é interessante e gradual. De novo, pra não tornar o filme um mero remake do original disfarçado de sequência.


Os atores de Jane e Michael são sensacionais. Pela performance deles eu consigo plenamente crer que eles são aqueles mesmos pirralhos do filme original crescidos. Eles tem algumas características das crianças, mas de uma forma sutil. Por exemplo, Michael era um moleque meio abobado e ingênuo, características que podem ter permanecido de uma forma ou de outra no adulto desleixado que ele se tornou. Assim como Jane parecia ser a mais responsável (por ser a mais velha), acabou se envolvendo em causas sindicais, talvez pra se sentir parte de algo maior. Não só espelha a sua própria mãe, mas também é uma característica da Jane original.

As crianças... Fazem o melhor que podem. São adoráveis, simpáticas, e fazem bem o que lhe é pedido. Eu só queria poder ver mais das personalidades delas, embora seja bem definido que o mais novo é o mais ingênuo e os dois mais velhos são os mais responsáveis e até ativos, já que precisam ajudar nas tarefas de casa e talvez até sintam essa necessidade desde o falecimento da mãe. E de certa forma, talvez isso seja uma das coisas que fez com que Mary fosse ligeiramente diferente do que a versão de Julie Andrews.



Emily Blunt é ÓTIMA como Mary. A performance dela é mais próxima dos livros, onde a babá era mais rude, mais direta, e basicamente, muito oposta à Mary de Julie Andrews. Raios, a autora P.L. Travers até disse que Mary Poppins nunca cantaria e que nunca tentaria "enfeitar a realidade" como em Spoonful of Sugar, ela seria realista e direta.

A nova Mary é um pouco assim, mas também é um pouco da original. Blunt é um pouco mais contundente (go to the Google Translate, you'll get a giggle) e áspera que sua contraparte original. Mas não dá pra ser melhor que a própria Julie Andrews, e Blunt sabe disso, fora que a interpretação das duas Marys (Maries?) servem a propósitos diferentes. Enquanto Julie precisava trazer um pouco de alegria pras crianças Banks, Emily precisa trazer as mesmas crianças Banks já crescidas de volta a serem crianças. Pra isso, ela precisaria ser um pouco mais "adulta", pra estar no mesmo nível deles.

Lembrem-se da piadinha do trailer sobre ela ter que cuidar dar "crianças Banks -sim, vocês também."

E Lin-Manuel Miranda é ok como Jack, o acendedor de lampião. Eh. Não tem nem DE LONGE o mesmo carisma de Bert, que não era só executado de uma forma amável e simpática por Dick Van Dyke, mas era legitimamente um personagem bem construído, da forma que não se fazem mais hoje em dia. Na real, acho que o último filme recente que mais me lembra algo como Mary Poppins seja Uma Noite no Museu.
Lin-Manuel é um intérprete simpático e energético, mas o próprio personagem não é variado como Bert, o que é bom, já que o filme tenta andar com as próprias pernas. Mas sei lá, eu gostaria de conhecer mais de Jack assim como eu conheço Bert.

Jack não é Bert, mas cumpre bem o papel de ser o companion da Mary, especialmente nas sequências musicais. 
E é aí onde o filme realmente brilha.


Exceto a sequência no mar (que não é exatamente ruim ou malfeita, mas a CG nesse trecho me incomoda por algum motivo), todos os momentos musicais tem algo que lembra o clima do filme original. Desde as canções mais simples e emotivas, como Where the Lost Things Go, até A Cover is Not the Book, que é o análogo à Supercalifragilisticexpialidocius. E enquanto o original pegava mais o estilo vaudevilliano (que era a especialidade de Julie e Dick), em Returns o design de produção é mais baseado em produções da Broadway.

Digo, eles literalmente se apresentam num teatro e o cenário evoca produções teatrais e tem o LIn-Manuel Miranda resumindo uma história longa em forma de rap enquanto anda e baila pelo cenário como se tivesse em Hamilton meets Aladdin. Isso e o próprio estilo da música, claro. A sequência "visitando o parente loco" é energética e até meio surreal, e é divertida o suficiente, e eu diria até melhor que I Love to Laugh (embora eu goste mais de Ed Wynn do que da Meryl Streep). 

O análogo a Step in Time também é razoável, e eles compensam a falta do charme original (que era uma longa sequência de sapateado onde os performers não davam sinais de cansaço) com uma brincadeira de rimas que é incrivelmente pueril e condizente com o clima de Mary Poppins.
E é ótimo pra road trips, também, faça o teste na sua próxima viagem de carro.

E eu tenho que dar um abraço no diretor e em todos os animadores desse filme, que lutaram pra que o filme tivesse animação 2D tradicional, feita à mão, no filme. Os engravatados queriam usar 3D porque era mais barato e fácil, mas o diretor brigou até que eles cedessem.
Rob Marshall, se tiver lendo isso, eu te devo um salgado e um guaraná de caju.

Em tempo, existe uma palavra que tenta ser supercalifragilisticexpialidocius, mas só na versão francesa e não é tão longa. É na música Trip a Little Light Fantastic, que foi adaptado como "Luminomagifantastique". Dêem uma olhada, é legalzinha e a voz francesa da Mary é incrivelmente adorável.



Pelo que parece eu tou muito no meio-termo com esse filme. Ele é bom, mas não é bom como o original. Mas... ele sabe disso. O filme entende que nunca vai poder ser tão bom como o original, e tenta acertar as mesmas notas, ao mesmo tempo em que tenta tocar uma melodia própria que seja diferente e única e nova; como as próprias músicas.
Sim, eles jogam pequenos trechos das músicas originais, como Spoonful of Sugar e Let's Go Fly a Kite, mas nunca é tanto "NA SUA CARA! ENTENDEU? ENTENDEU? ENTENDEU?", é algo rápido, sutil, que assim que tu percebe a música volta a si. E tu gosta da música nova.

O que talvez possa afastar alguns fãs mais hardcore do original (nem vou botar o mérito de adaptação dos livros, porque é irrelevante nesse caso) seja a narrativa moderna. O que a princípio é um pouco estranho, seria como colocar uma música pop brega em uma sequência de Peter Pa-ah é, eles fizeram isso em Return to Neverland.

...uuuhh...

...

Tá, seria como fazer uma daquelas analogias retardadas que a princípio parecem bonitinhas mas logo tu percebe que são incrivelmente imbecis e que não fazem sentido na história, como... o Quasímodo ter um sino comum por fora mas cheio de belas jóias por dentr-ah é, isso existe.

...

NÃO OK ESSA É REALMENTE IMBECIL

E se eles tentassem fazer uma série de TV de Bela e a Fera, tentando te fazer engolir a falsa impressão de que não se sabe quanto tempo Bela ficou no castelo de Fera, pra mostrar coisas cotidianas e irrelevantes desses moment-"Belle's Magical World" AH RAIOS EU TOU DIVAGANDO.

TRAGAM MAIS PINGUINS ANTES
QUE EU DIVAGUE DE NOVO

Ok, ter uma narrativa de 3 atos com não uma, mas duas sequências de ação em um filme de Mary Poppins parece ser uma má idéia. Mas ao mesmo tempo... Meio que foi a melhor decisão. Veja bem, o filme original veio nos anos 60, um tempo onde os filmes (especialmente da Disney) não tinham tanto essa estrutura narrativa que temos hoje. Era o tempo de filmes-evento, algo que requer um artigo inteiro; mas caso tenha interesse, tem um vídeo em inglês da Lindsay Ellis sobre isso.

Enfim, a narrativa dos anos 60 era diferente da de hoje. O clímax do original é o Sr. Banks indo ao banco, enfrentar seu destino, o qual já sabemos qual é, e ele também sabe e se prepara emocionalmente pra enfrentar a mesa de diretores do banco. Não é um momento onde as apostas estejam altas, cê não fica "será que ele vai conseguir?", cê só tenta ser empático ao personagem e sentir o que ele sente. E o filme faz isso de maneira magistralmente bem, numa cena que é debativelmente a melhor já feita pelo estúdio enquanto Walt tava vivo.

Mas não é um estilo narrativo que vá atrair o público de hoje, que tem o tempo de atenção de um pássaro que tomou café. E embora o argumento de que o clímax do filme não funcione dentro do mundo de Mary Poppins porque ela é uma babá mágica e resolve as coisas com magia, eu ainda digo que a intenção dela sempre foi não de ensinar algo clara e diretamente, mas de fazer elas pensarem por si próprias e caso não dê certo, ela mesmo intervém.

Assim como ela fez com que o pai Banks levasse as crianças ao banco baseado em algo que ele mesmo disse. Da mesma forma que ela ensina coisas que acabam sendo úteis pra resolução dos problemas do filme nas músicas. Spoonful of Sugar se relaciona com a falta de guia de George Banks da mesma forma que Can You Imagine That se relaciona com a falta de maravilhamento infantil de Michael Banks. Em alguns momentos isso fica extremamente óbvio, como quando ela fala em âncoras em Can You Imagine That; a música mesmo se abaixa e respira, deixando Mary fazer sua analogia. Soa um pouco forçado, mas nem o original era perfeito. Ou mesmo quando o moleque mais novo tem um foreshadowing incrivelmente óbvio sobre o vilão do filme.


Fazer uma sequência de Mary Poppins hoje com o mesmo estilo narrativo do original seria incrivelmente arriscado, já que é quase impossível replicar o estilo sessentista com perfeição. E mesmo que conseguisse, o público de hoje provavelmente estranharia. Claro, o original ainda é especial e tem um charme próprio que incrivelmente consegue cativar público novo até hoje, mas arte é uma ciência estranhamente exata.
O que foi feito nos anos 60 tem aquele estilo e funciona, justamente porque foi feito naquele período, e hoje funciona mais ou menos como um gimmick. É interessante olhar pra trás e ver técnicas de narrativa e cinematografia que não são usadas há décadas. É quase como ler um conto de fadas na íntegra, mesmo que a história seja ruim em vários aspectos (Pequena Sereia), há elementos interessantes e que valem a pena voltar e dar outra olhada.

Mas não funcionariam pra um produto dessa era. Seria como fazer um filme de Peanuts que fosse puro schadenfreude, como foi o primeiro longa baseado nas tiras, A Boy Named Charlie Brown. Faz idéia do que raio aconteceria se eles fossem por essa rota e todos os esforços de Charlie de se aproximar da Garotinha Ruiva fossem por água abaixo no final? Seria uma biografia da minha vidSERIA UM DESASTRE! DESASTRE! Foi isso que eu quis dizer! Sim. Claro.

OLHA! DICK VAN DYKE DANÇANDO!
ATÉ ESQUECI QUE TAVA FAZENDO UMA PIADA AUTO-DEPRECIATIVA!
O público não associa Charlie Brown e Snoopy à depressão e fracasso engraçado, e divagações e filosofias sobre a vida. Deveriam, mas anos de marketing focado em coisinhas fofinhas fez com que o filme tivesse que mudar alguns aspectos. E assim como Peanuts, Mary Poppins Returns muda tais aspectos, mas todo o filme ao menos TENTA respeitar o original. O coração dele tá no lugar certo, que é um passo MUITO maior que todos os re's Disney pré-Pete's Dragon.
Sim, eu vou escrever sobre Pete's Dragon e Christopher Robin num futuro próximo, calma.

O fato do filme saber seu lugar, saber como se portar, como se adaptar e ainda adicionar coisas novas ao mythos de Mary Poppins (eu amo o fato de que adultos se esquecem das coisas mágicas de criança, mas crianças e idosos se lembram e acreditam, como nos livros), e o fato de ter um vilão claro no filme não me incomoda como deveria. No original, a idéia era que o pai não era um vilão, era só um cara perdido na vida. Mas existem pessoas que são más só por serem más (como sociopatas, adolescentes edgelords e gente que bota morango na salada de folhas), e é interessante que eles tentem esse conceito dentro de Mary Poppins.

A execução dele é pífia, no entanto. É um vilão cartunesco vindo diretamente dos anos 90 e cuja motivação é ridícula e poderia ter sido melhor trabalhada. A forma que eles resolvem o conflito no final também faltava algo que o original tinha e que esse precisava desesperadamente: um momento de baque. Um momento onde tudo não só parece, como tá realmente perdido. Não há mais esperança, apenas enfrentar o inevitável e permanecerem juntos como uma família. Aqui debativelmente temos isso, mas por pouquíssimo tempo. Não temos tempo de deixar esse sentimento aparecer ou de nos perguntar "uau, eles realmente vão fazer isso?" como no original; ou raios, até em Muppets de 2011. O que me faz pensar, se um filme recente (da própria Disney, aliás) como os Muppets '11 conseguiu fazer isso, porque Mary Poppins não conseguiria?



Mas ao menos, esse filme provou que eu tava errado. Se tu me conhece bem, sabe que a idéia de um remake ou sequel de Mary Poppins é incrivelmente detestável por mim. Ou ao menos era. Sim, eles parecem querer lançar bases pra mais filmes de Mary Poppins (já que tem uma pancada de livro ainda), mas se forem, ao menos começaram bem.
Os atores são bons; a história é emotiva e relacionável; a animação 2D tradicional é uma lufada de ar fresco; Poppins é uma nova interpretação mas ainda fiel à original tanto do filme como dos livros, mesmo que não consiga sorrir convincentemente (eu provavelmente deveria fazer uma piada de como ela é um Doctor Who aqui); e as músicas não são imediatamente grudentas e só vão te fazer cantarolar as originais, mas eu vejo isso mais como um mérito do que como problema. 

As músicas são boas o suficiente pra que tu queira ouvir e ver mais vezes, o que eventualmente acaba grudando no cérebro e tu vai acabar misturando com as originais, devido à semelhança delas (embora Returns use melodias mais próximas de circos e cabarets).

É um filme que não é tão bom como o original, mas ao menos o coração tá no lugar certo e ele tenta homenagear o original e ser algo próprio ao mesmo tempo. E consegue.

Vá ver assim que puder.

Sim, eu gosto de pinguins.

Aliás, já que cês tão por aqui, vejam também Dick Van Dyke aparecendo numa performance de Step in Time na celebração de 60 anos da Disneyland.


Esse artigo foi feito com o apoio do padrinho João Carlos. Se quiser ajudar com o blog ou simplesmente não quer que nós morramos de fome, peste e miojo barato, considera contribuir com qualquer valor no Padrim