Scooby-Doo: Quando Os Monstros São Reais

Por Travis Falligant

UAU, que título depressivo. Se eu não botasse "Scooby-Doo" no começo iria parecer aqueles posts de Tumblr que se levam a sério demais, ou um artigo no Medium que começam com com "Precisamos falar sobre..." mas o assunto em questão é cartunescamente irrelevante.

Enfim.

Mudando de assunto, há um tempo atrás uma amiga minha chegou pra mim com aquela frase que algum de vocês provavelmente já viu em algum lugar da internet: "Scooby-Doo nos ensinou que os verdadeiros monstros são pessoas gananciosas querendo enganar os outros". Ou algo assim, eu tou com preguiça de olhar no histórico de conversa, mas eu concordo, é uma interpretação válida. Claro, a idéia original de Scooby-Doo era mostrar pras crianças que monstros não existiam e que não tinha porque ter medo de monstros no armário, ou do Bicho-Papão, ou do Babau, ou da Marta Suplicy.

EEEEEEENTRETANTO... Como eu notei pra essa minha amiga, em VÁRIOS momentos da franquia Scooby-Doo se envolveu em histórias que envolviam monstros e fantasmas reais. Porque isso aconteceu e como essa situação foi lidada em cada encarnação da franquia?

Bom, eu tenho muito tempo livre e sinceramente, se vocês vieram aqui por outro motivo senão pra que eu explicasse com toda a minha eloquência e a garbosidade de um vegetal, sinto muito, vamos passar boa parte dos próximos minutos falando sobre o tecido da realidade de uma franquia animada dos anos 60.




Ok, pra início de conversa, o gimmick de "DESSA VEZ OS MONSTROS SÃO REAIS" que a franquia usa vez ou outra pra chamar atenção é uma inverdade. Tecnicamente, desde a primeira encarnação (Scooby-Doo, Where Are You?) temos monstros reais. Bom... um, o Yeti. E... em flashback. Mas logo depois disso, em The New Scooby-Doo Movies temos participações especiais a cada episódio, incluindo gênios reais (no crossover com Jeannie e Babu) e a Família Addams... eu acho.

Embora a Scoobypedia liste o Primo Itt como um monstro real, eu nunca entendi o conceito da Família Addams nem conheço tão profundamente pra dar uma opinião embasada. Mas no crossover com Jeannie eles enfrentam um djinn do mal e nas temporadas com Scooby-Loo, alguns episódios usaram monstros e fantasmas reais. Mas mesmo eu fazendo piadas sobre meu tempo livre, eu não tenho saco de ficar vendo uma enxurrada de desenho/quadrinho repetitivo e que acaba sendo maçante, o que provavelmente resultaria na obliteração dos meus três neurônios restantes.

Logo, eu vou me ater aos grandes e mais simbólicos momentos onde os monstros eram reais, começando por...




Os 13 Fantasmas de Scooby-Doo


...uma enxurrada de episódios repetitivos e maçantes.

Sério, essa série é UM SACO.

Eu lembro quando o SBT começou a passar esse desenho, e minha mãe não me deixava ver porque o plot envolvia Scooby e sua turma caçando fantasmas reais e aprisionando-os no Baú dos Demônios, e eles usavam o termo o tempo inteiro durante a série. Hoje, depois de velho e terminado a série, posso dizer que ela me protegeu de um desenho ridiculamente maçante e monótono.

O que, ironicamente, não me fez evitar de ver uma série ridiculamente maçante e monótona.
Às vezes eu odeio meu trabalho.


Qual a graça da franquia? Acompanhar personagens com personalidades rasas o suficiente pra que cada um possa se identificar pra brincar com os amigos depois (ou se era como eu, usar os outros brinquedos como personagens suplementares) e ter um mistério legitimamente interessante. Era legal assistir o desenho com mais alguém e ir apostando quem era o verdadeiro culpado, como a maioria dos seriados criminais, como CSI, Monk e Dekaranger. De fato, talvez seja um dos poucos gêneros de mídia não-interativa que incite o público a conversar entre si durante o show.

Pensa bem, durante um jogo multiplayer, quem tiver jogando junto fica dando direções ou tentando resolver os quebra-cabeças, ou se provocando no caso de um versus. Ou criando plots retardados, como em jogo de luta. Quando eu e meu primo escolhíamos o mesmo personagem interpretávamos um plot de novela mexicana do Irmão Gêmeo do Bem e Irmão Gêmeo do Mal. Era imbecil, mas era divertido e criava um tipo de interação que dificilmente temos quando vemos um filme.

Filmes são, por definição, algo que não depende da interação do público. Mesmo filmes como Clue, que incluíam três finais diferentes, não dependem de escolhas do público. (Filmes interativos embaçam essa definição tal qual o terceiro remake de Mogli, e é assunto pra outro dia).

Scooby-Doo era legal porque dava essa oportunidade de interação entre o público, e apresentava o conceito de histórias criminais de uma maneira engraçada e simples pras crianças, mas nem por isso deixava de ter lá seu desafio, dependendo de quem escrevesse.


13 Fantasmas joga isso pela janela e embarcamos numa história que tentava MUITO ser algo diferente de suas encarnações passadas, mas ao mesmo tempo não conseguia ser interessante o suficiente. O que é um feito e tanto. Digo, uma série de Scooby-Doo com monstros reais, Vincent Price com um personagem fixo, e constantes quebras de quarta parede? O que há pra não gostar? Como conseguiram estragar?

Bom, se tornou uma série paranormal comum, sem necessariamente nada de especial. Ao contrário, algumas fórmulas clássicas não funcionam como deveriam nesse novo conceito e contexto. Como as distrações que beiram o Deus Ex Machina que a trupe vive usando pra escapar dos monstros. Na real, elas parecem ter ficado ainda mais nonsense e absurdas, sei lá como.

E pra piorar, faz mais um Primo Oliver, não só com Scooby-Loo, mas com um personagem novo, o moleque con-artist que consegue ser mais irritante que o sobrinho do protagonista. É aquele personagem jovem, mas cheio de si, que confia demais em suas habilidades e sempre tem uma saidinha esperta. Basicamente uma Mary Sue, soando mais como uma auto-inserção do autor em uma fanfic.

E cês sabem, quando uma série coloca um personagem novo por motivo nenhum só pra estender seu tempo, normalmente é porque já passou da hora de cancelar. Não é tanto o caso de Full House, é mais o caso de Padrinhos Mágicos.


A série teve só 13 episódios, mas curiosamente, não foram capturados 13 fantasmas. É! O primeiro episódio é o do plot básico, onde os fantasmas são soltos. Em um dos episódios, eles simplesmente capturam um fantasma que havia sido solto no mesmo episódio. E na real, é complicado porque teve um episódio onde toda a tripulação de um navio era um fantasma, o que excede o número de 13.

E raio, a animação era uma desgraça. A série estreou pouco tempo depois de um pequeno filme que talvez vocês tenham ouvido falar, chamado Os Caça-Fantasmas. Alguma coisa me diz que houve uma febre pelo sobrenatural nesse período, e a Hanna-Barbera tentou pegar esse filão com 13 Fantasmas. Mas a animação e narrativa continuavam sendo as exatas mesmas técnicas e fórmulas dos anos 60. Raios, qualque cena do desenho dos Caça-Fantasmas podia chutar a bunda da abertura de 13 Fantasmas sem nenhum esforço, e o mesmo vale pra qualidade dos roteiros. E eles praticamente coexistiram ao mesmo tempo.

13 Fantasmas era basicamente aquele teu tio de 40 anos e 200 quilos, solteiro, que só usa bermuda, chinela e uma camisa do Naruto comprada num evento de otaku em 2003 chegando na tua turma de amigos adolescentes perguntando "E aí molecada? E o novo Vingadores hein?".

Mas o prego no caixão (HAH!) veio com o filme.


Em 2019, a Warner Bros lançou o filme direto-pra-vídeo (porque é claro que sim) Scooby-Doo e a Maldição do 13º Fantasma. Tentando fechar a série que nunca teve uma conclusão, levando nossos heróis de volta ao Himalaia pra encontrar Flim-Flam e Vincent Price e finalmente capturar o último fantasma. Como isso não é uma resenha do filme, vou passar por cima dos pontos principais.

Pontos bons: animação é ótima, amei o design de personagens, tentando trazer elementos clássicos modernizados. Algumas coisas do plot são interessantes, como colocar os personagens em situações que derivam da série original, como eles estarem perto de se tornarem adultos e se virem obrigados a deixar os mistérios pra polícia comum; ou eles mencionarem o fato que nem Fred nem Velma estarem em 13 Fantasmas. E o fato de Velma querer racionalizar tudo, ainda não acreditando em fantasmas reais.

E ela tem a voz da Patrícia no reboot de DuckTales, WHOO-HOO!, o que é ao menos... interessante.


Pontos ruins: o desenvolver da história, embora interessante e explore mais o passado de Vincent, leva nada a lugar nenhum e o monstro final continua sendo um maluco de fantasia, mas ainda assim meio que confirmam a realidade dos monstros, mas Velma diz que foi tudo alucinação do Himalaia... Mesmo com Salsicha, Daphne e Scooby rodando o mundo caçando fantasmas reais. Huh.

Fora que Fred tem um arco legitimamente interessante, onde ele se vê perdido quanto ao seu papel na equipe. Mas acabam jogando isso pela janela por uma piada sem graça.


Ainda assim, gostei mais do que a série. Ao menos é mais curta e mais agradável de ver. Mas não é o desfecho que a série merecia nem de longe, e olha que eu odiei a série.

E pra ser sincero, 13 Fantasmas ainda é melhor que Cavalo de Fogo.

Also, o novo design da Daphne ficou a coisa mais linda do mundo.




Os Filmes pra TV


Esse é um tópico complicado, já que por muito tempo, foi assim que Scooby-Doo sobreviveu na mídia. Depois da série original, a Hanna-Barbera produziu especiais de 40 minutos chamados Os Novos Filmes de Scooby-Doo (The New Scooby-Doo Movies), o que pode deixar alguém confuso, já que não são exatamente "filmes FILMES", por serem basicamente episódios comuns glorificados. Literalmente, cada episódio tem uma celebridade convidada e tem uma aventura juntos. Como eu mencionei, é basicamente a versão Muppet Show de Scooby-Doo, só que sem nem um terço da graça. E sem fantoches, isso só viria acontecer umas boas décadas depois.

Cada episódio contava com uma celebridade da época, como Dick van Dyke, Don Knotts, os Harlem Globentrotters e Os Três Patetas. Ou propriedades que a Hanna Barbera tinha acesso graças a outras produções que o estúdio já fazia, como A Família Addams, Batman e Robin, e Jeannie e Babu (que era um spin-off daquela série com a Barbara Eden).

Obviamente eu não vi todos, porque eu tenho juízo. Vi do Dick van Dyke e da Jeannie pra ter uma noção e... Embora o episódio com Dick tenha uma ou outra piada engraçadinha, não vale a pena assistir, a menos que cê tenha muita vontade ou curiosidade. O mistério em si é uma desgraça nos dois episódios, aliás. No com Dick é um maluco irrelevante e no da Jeannie embora eles enfrentem seres místicos reais, ainda enfiam um plot de revelação do vilão que se sente tão solto quanto pirulito em boca de banguela.

Mas também tiveram filmes de 1 hora e meia, dos quais eu vi 2 de 3.
Eu sou um homem ocupado, só vi esses porque eu vi quando moleque mesmo.



Scooby-Doo encontra os Irmãos Boo é meio estranho de título, já que os Irmãos Boo são personagens totalmente novos, então não faz sentido o "encontra" tal qual no New Movies. Cê precisa de algo conhecido pra que isso faça sentido, como celebridades, personagens de séries, ou o Don Knotts. E a pior parte é que os tais Irmãos Boo quase não aparecem no maldito filme.

A história envolve Salsicha herdando uma mansão abandonada no meio do nada (porque é claro que sim), mas aparentemente é assombrada por fantasmas, e o trio, que consiste em Salsicha, Scooby Doo e Loo (já que Fred, Daphne e Velma estavam de... folga?), resolvem contratar caça-fantasmas, os tais irmãos Boo.

Que também são fantasmas.


O conceito é divertido e parece dar uma zoada em clichês como dos tios do Gasparzinho, mas o plot em si é cansativo demais, as piadas são meio meh, e tem uma caça ao tesouro da família de Salsicha que é o mais próximo daquele lance de envolver o público que a franquia costumava ter. Só que as charadas são resolvidas praticamente na hora, ao invés de ter um mistério maior ao redor de tudo, juntando pistas e elaborando soluções com quem quer que cê esteja assistindo.

Eu realmente lembro mais desse filme porcausa dos Irmãos Boo porque... embora sofríveis e sem graça, ainda são memoráveis; e os vizinhos caipiras da mansão, que tem uma guria que parece uma versão caipira da Batatinha do Comando Maluco que é apaixonada pelo Salsicha, e o irmão dela que fica caçando o hippie com um bacamarte porque suas famílias são inimigas há décadas ou algo assim.
E no meio disso tudo ainda tem um esqueleto que fica seguindo a turma pra roubar as pistas e pegar o tesouro.

Agora, o mistério em relação a quem é o esqueleto é de fato algo mais interessante, mas mais pelo fato de que tu pode acabar se esquecendo dos suspeitos no meio do filme, ou até da maior pista que indica o culpado, que é algo tão irrelevante e passageiro que até agora eu me pergunto se a tal pista realmente existe ou se foi um delírio causado por limonada estragada.

Tem elementos suficientes pra fazer algo engraçado e divertido, mas a essa altura eu já tava saturado desse tipo de comédia, então... É.


Ah sim, e tem um mordomo que lembra o Quasímodo se ele fosse um Homem de Preto.
Escritores de fanfic, façam isso acontecer, eu já fiz minha parte.




Depois veio Ghoul School, onde Salsicha se torna treinador esportivo. Provavelmente o salário de investigador paranormal não tava rendendo tanto quanto deveria nos anos 80, já que a equipe do Bill Murray tava tomando toda a atenção. Alguém tem que fazer algo pra botar comida na mesa, né.

Exceto que a escola que contrata a turma é uma escola feminina de monstros, que inclui uma das minhas poucas paixões animadas de quando moleque: Sibella.

...não olhe assim pra mim, Sibella foi projetada pra ser uma vampira femme-fatale em treinamento e você sabe disso.


Pra ser sincero, as outras personagens também são extremamente memoráveis e divertidas, tanto é que até hoje eu tenho boas lembranças de quando eu vi esse desenho numa manhã de sábado de férias na casa da minha avó com meu primo na maior TV de tubo da casa, provavelmente comendo pizza do dia anterior com guaraná.

Claro, as personalidades delas são monótonas, mas é um tom divertido e cômico o suficiente pra não ser cansativo.
Sibella é basicamente a princesa dos vampiros; a filha do Frankenstein é forte e meio lezada; a lobisoma (?) é elétrica feito uma criança que comeu açúcar puro pela primeira vez; a fantasma é meio doida e a múmiazinha é a bebê cuti-cuti que todos nós queremos adotar e proteger.

Sim, parece uma versão alpha de Monster High, só que eu juro, é bem melhor do que parece. Elas tem uma rivalidade com uma escola militar pra meninos que por qualquer motivo não percebem que elas são monstros e se limitam a "mano essas guria são esquisita né". Provavelmente se liga àquela teoria lá que monstros são ou eram relativamente comuns no mundo pós-apocalíptico de Scooby-Doo.

Ou isso ou esses moleques sofrem do mesmo mal da Patty Pimentinha.

O filme é bem melhor que o anterior, mas parece ser um arco de dois episódios. Provavelmente tentando ser um piloto pra uma série animada, o qual eu assistiria com muito prazer. O set up é interessante e poderia manter o aspecto cômico da franquia ao mesmo tempo que lidava com o sobrenatural. A rivalidade com a escola militar vizinha também tem uma dinâmica interessante e poderia render alguma coisa.

Parando pra pensar, Boo Brothers também parece ter a mesma intenção de ser um piloto pra uma série, mas é uma história fechada demais pra isso. Embora a trupe volte pra casa no final de Ghoul School, não seria difícil arranjar motivos pra eles voltarem.


O filme em si tem dois plots: um onde vemos a rivalidade das escolas num jogo de vôlei, e outra onde uma bruxa aracnídea com seu assistente Mike Wazowski Japonês capturam as meninas pra torná-las em suas escravas e fazer algum bibbidi-bobbidi-boo dumal envolvendo uma poção, lua cheia de meia noite e aquelas cadeiras de trocar cérebros do Chapolin.

...eu sei lá, a essa altura eu tava vendo o Instagram enquanto assistia o filme.

Ainda assim é bem mais divertido e dinâmico que o anterior, ideal pra ver num sábado de manhã se entupindo de pizza com cereal.


Teve um terceiro filme nessa mesma leva, Scooby-Doo e o Lobisomen, mas eu não me importei o suficiente pra assistir. Eu queria chegar logo na era nova, que começa em...


Scooby-Doo e o Soft Reboot



Depois que a franquia entrou em hiato, a marca basicamente sobreviveu de reprises no Cartoon Network e Boomerang, quando este último ainda era focado em coisas antigas ao invés de Lost, Rebelde, Hellcats, e o limbo de animação da Warner, onde estréiam séries que ninguém se importa como Wabbit, e desenhos que já foram cancelados mas não são antigos o suficiente pra serem nostálgicos.

Até que em algum momento, a Hanna-Barbera produziu Scooby-Doo na Ilha dos Zumbis, e o principal gimmick promocional era "AGORA NÃO É MAIS UM MALUCO FANTASIADO OS MONSTROS SÃO DE VERDADE" que como vimos, é tecnicamente uma inverdade.


Os filmes serviam como continuação da série original, e foram muito provavelmente o primeiro tipo de material oficial a zoar os clichês do desenho, como a divisão da equipe em busca de pistas, ou subverter expectativas e personalidades. Em Ilha dos Zumbis, vemos que a turma seguiu cada um o seu caminho, já que os mistérios não tinham mais nenhuma graça, e a vida se tornou monótona.

Nem me fale. Depois de tanto ver coisa antiga de Scooby-Doo, eu mereço umas férias.


Velma é dona de uma livraria especializada em livros de mistério/terror; Salsicha e Scooby arranjaram emprego de supervisores de comida ilegal num aeroporto (QUE?) e Daphne tem seu próprio programa na TV sobre mistérios e monstros. Faz sentido, ela sempre foi a mais apresentável do grupo. Digo, temos Fred, que é um galã genérico mas com um senso de moda retardado; Velma, que não iria ser atraente até a chegada da internet; Salsicha que era basicamente um hippie; e Scooby era um cachorro falante. O mais próximo de um Everyman que tínhamos seria a Daphne mesmo.


O plot envolve não só zumbis, mas piratas, fantasmas e gatosomens. Gatomens. Were-cats. Isso. Que pode ser o pacote completo ou uma salada medonha, dependendo do teu ponto de vista. Mas o filme consegue fazer funcionar, já que ele tem um tom visual mais sombrio e isso é refletido no plot, que te joga pistas falsas e twists na história, onde os vilões tem... surpreendentes graus de cinza.

Sem querer dar spoiler (já que provavelmente foi um dos motivos que eu me desinteressei de ver enquanto assistia; eu tinha visto um vídeo que analisava todos os plot points dos filmes então não tinha surpresa pra mim), mas é interessante como o filme te faz achar que um certo grupo são os vilões mas no final eles ainda estavam só tentando sobreviver mas ao mesmo tempo eles fazem coisas horríveis mas os dois grupos fizeram coisas horríveis uns aos outros então ninguém tá 100% certo aqui, como quase toda treta pessoal de YouTuber que não consegue se manter e acaba jogando aspectos pessoais desnecessários em público e a cada momento que passa a situação só piora.

...cedo demais?


É um filme absurdamente sensacional, mesmo sabendo de todos os twists. Os personagens se comportam exatamente como deveriam, mas com um roteiro melhor desenvolvido e em situações que realmente desafiam suas integridades. Aqui tu realmente consegue sentir que eles tão em perigo, que tem algo maior e mais perigoso em jogo, o sentimento de urgência é traspassado em cada frame de animação, é sensacional demais. O ritmo da história é muito bom também, onde começamos com algo familiar e relacionado ao desenho original, mas nos surpreende ao nos introduzir ao status quo atual dos personagens.

É quase o que o primeiro live action fez, só que melhor, já que as cenas de ação são melhor executadas e a mudança de status quo é mais natural e menos forçada.

E também, tem uma das melhores músicas da franquia.

Ilha dos Zumbis é facilmente um dos melhores filmes da franquia. Não sei se o melhor, mas o que mais ousou mudar, e o fez da forma mais correta possível.


Fantasma da Bruxa envolve mais uma salada de monstros, mas dessa vez mais contida. Lidamos só com um fantasma de uma bruxa que assombra uma pequena cidade. É interessante porque nós temos dois twists aqui, o que mostra que sim, eles tentavam manter uma certa fórmula porque... Bom, é o maldito Scooby-Doo. "Formulaico" é seu nome do meio. 

Scoobert Formulaico Doo. 

Se tu quer manter algum traço de tradição numa produção dessas, tem que ter um certo grau de previsibilidade. E também porque em time que tá ganhando não se mexe, mas ainda assim eles fazem variações interessantes o suficiente pra deixar a história fresca, e até uma certa continuidade.

Por exemplo, Ilha dos Zumbis nos mostra Daphne e Fred com ciúmes entre si. Fred parece se aproximar da empregada da mansão, e Daphne do jardineiro do lugar. Os dois não tem interesses românticos em Fantasma da Bruxa, mas o subplot parece querer continuar andando, mas é interrompido porque Status Quo de Adamantium, eu acho. Mas é uma dinâmica interessante e que ainda funciona de fan-service. No entanto, Velma que acaba provavelmente com uma paixão pelo escritor que leva a turma pra cidade, dublado por TIIIIIMMMMM CURRRY.


Mais uma vez, temos dois twists na história. Ou três. Ou quatro, sei lá, tudo acontece muito rápido durante o clímax, mas ao menos... É.
Temos uma bruxa falsa e uma bruxa verdadeira, mas... Eu sei lá, eu não consegui me importar o suficiente com os personagens aqui. Talvez porque a entrada no Mundo Especial tenha sido forçada demais, mesmo sendo explicada durante o terceiro ato. Mas é interessante como há um legítimo esforço aqui, nós vemos um retrato da bruxa enquanto viva e ela é distintamente diferente de quando fantasma. Mais assustadora, rosto mais seco. Seria fácil demais usar o mesmo model sheet levemente alterado, mas não, fizeram um design totalmente diferente, então parabéns.


Aliás, aqui o estilo de animação começa a soar BEM mais japonês, especificamente nos personagens de background. Olha a imagem acima e me diga que não poderia pertencer a um desenho japonês genérico dos anos 90, eu te desafio.


E olha só, até quando não são exagerados ainda tem aquele traço FORTE de japonês. Eu não sei explicar, eu só sinto, ok?
Bom ok, o estúdio que animou esses filmes era japonês, mas ainda assim, até estúdios japoneses se adaptam melhor aos traços ocidentais quando precisam. Vejam o caso da série animada da Pequena Sereia: fora o brilho nos olhos e a limitação de frames é meio complicado de afirmar com a mesma convicção que foi um desenho feito em terras nipônicas.



Enfim, Witch's Ghost é interessante, mas por qualquer motivo perdeu meu interesse lá pela metade. Ainda é divertido de ver por algumas coisas, como as Hex Girls.
...
Porque é claro que sim.

BEM japonês.


E no terceiro filme dessa série (mini-série?), Salsicha e Scooby encontram uma guria hippie com uma cadela, então todo mundo teve sua vez de encontrar o amor verdadeiro. Also, essa guria é provavelmente uma das personagens mais bonitinhas que o estúdio já fez em sua história. O design dela e da cachorrinha são agradáveis, mas o lance hippie fica meio solto.

Se bem que sei lá, tinha um hippie em GTA San Andreas, então provavelmente tenha uma ligação entre hippies-deserto-aliens que eu não esteja pegando. Sei lá. Eu vi esse quando moleque e eu só lembro de ter ficado de coração partido no final.



Enfim, os montros da vez são aliens. A gangue se vê no meio de um deserto no Novo México, ou Nevada, ou Juazeiro do Norte, sei lá, e o plot os encontra quando eles são perseguidos por aliens e a van quebra. Porque é claro que sim.

Logo Salsicha e Scooby encontram Cristal e sua cachorrinha Amber, que trabalham como fotógrafas freelance pra National Geographic e querem tirar fotos da vida animal do deserto. Mas antes disso eles são raptados por aliens e... segundo o Velho Maluco local que também foi raptado pelos memos ETs, ele foi testado tal qual Whitley Strieber e Cartman.

É sério.


Esse filme segue um padrão bem mais próximo da série original, mais até que Fantasma da Bruxa. Aqui ao menos temos pistas, reais suspeitos, red-herrings e tudo que tem direito. Só que acabamos passando mais tempo com Salsicha-Scooby e as gurias novas do que de fato tentando resolver o mistério.

O negócio é que é um mistério ridiculamente simples, e até a Velma admite isso em certo ponto. Eu normalmente usaria a carta "reconhecer que existe um problema não o faz ir embora", mas nesse caso é melhor deixar passar. O filme em si é divertido à beça mesmo eu sabendo todos os twists e quem eram os culpados. A forma que eles usam os possíveis suspeitos te faz pensar que tem algo a mais, como se eles estivessem todos com alguma ligação entre si, é ao menos uma mudança de ritmo legal.


O estilo de arte continua distintamente japonês, embora aqui eles tenham dado uma maneirada. Ainda assim, os aliens tem um sombreado bem remanescente de Ilha dos Zumbis, que no caso faz que o filme se pareça aqueles quadrinhos pulp. O que combina bastante, se me perguntar.

E de novo, é legal como o mistério é bem simples de resolver, e o segundo mistério é formado de uma maneira interessante. Os twists se ajudam e completam, é uma história bem fechadinha e satisfatória.

Exceto por, de novo, coração partido.


Depois desse fizeram Cyber Chase, mas eu nem vou me dar ao trabalho de assistir porque não entra no que estamos buscando aqui. É um vírus de computador, não um monstro sobrenatural (embora quem trabalhe/estude programação vá te dizer o contrário; e eu confirmo).




Scooby-Doo e o Rei dos Goblins

Ok, só mais esse e encerramos, eu não quero ver Scooby-Doo por uns bons meses depois dessa maratona.



Eu REALMENTE queria gostar desse filme. De verdade. Digo, tem tudo que poderia ter pra tornar um filme ao menos divertido. Tem fadas, monstros clássicos, Scooby-Doo, piadas visuais Disneyanas, piadas visuais de Kamen Rider, e um elenco ao menos gostável e reconhecível, como Hayden Panettiere (que eu não escondo, tenho uma paixãozinha por ela desde a época de Heroes), Wallace Shawn (Rex de Toy Story e um dos ladrões de A Princesa Prometida), Jim Belushi (K-9), Jay Leno (Jay Leno), Wayne Knight (o maluco sidekick do Michael Jordan em Space Jam) e Tim Curry (TIIIIIMMMMM CURRRRRYYY).

O plot é quase um remake de Caverna do Dragão, só que provavelmente mais maçante. A gangue tá num parque de diversões temático de terror, porque é RRALUÍN, e eles vão prum show dum mágico fajuto, o qual Salsicha e Scooby prontamente desmascaram o projeto de Chriss Angel com obesidade.



Na real isso foi pra se vingar do mágico, já que mais cedo eles o ensoparam em uma série de eventos que eu não lembro e não me importo de ir verificar, e o mágico por sua vez se vinga proibindo animais em seu show. Ou seja, olho por olho.

Mas ainda é meio estranho eles se esforçarem pra desmascarar o maluco publicamente. Eles começam o filme afirmando que a noite do RRRALUÍN é o melhor dia do ano porque é o único dia útil onde todos os monstros, fantasmas, espíritos, demônios, e drag queens cearenses metidos a comediante são falsos e não há nenhum risco real.

Enfim, acontece que o cara passou a vida inteira buscando magia real e agora conseguiu capturar uma fada e a usará pra barganhar o cetro mágico do rei dos goblins, colocando os nossos heróis em risco real.

Oh noes!



Ok, então o vilão interpretado pelo Wayne Knight (que é calvo e usa cavanhaque) passa a vida toda em busca de um ser vivo pequetito, e quando o encontra o usa pra alcançar poder com alguém de outro lugar a fim de alcançar o poder que esse alguém importante detém.

...ele basicamente repetiu o seu papel em Toy Story 2. Algum escritor ficou muito orgulhoso de sua preguiça.



A premissa do filme é muito boa, de fato, e o ritmo não é ruim. Vemos personagens interessantes com personalidades divertidas, mas não passamos tempo o suficiente com eles. Provavelmente porque são personagens rasos e feitos especificamente com aquele ator no papel, e aqui temos MUITOS personagens.

Ao contrário da quadrilogia anterior, não tem um mistério pra ser resolvido, nem sequer um falso. É basicamente Salsicha e Scooby seguindo uma aventura típica de fantasia oitentista em três atos e... Se fosse realmente isso, seria daora. Mas o filme não tem o mesmo charme ou mesmo senso de diversão, provavelmente por querer te jogar muita informação de uma vez e o mais rápido possível, te jogando piada atrás de piada sem necessariamente pensar se aquilo é engraçado ou não.

O plot envolve uma previsão que Wallace Shawn mostrou a Salsicha e Scooby, onde Velma, Fred e Daphne se transformavam em monstros clássicos: Velma vira um lobisomem, Fred um vampiro e Daphne vira a Margaret Hamilton. E ao mesmo tempo, o Homem Galinha mágico pode usar o poder do cetro pra dominar o mundo ou subverter o balanço do mundo sobrenatural ou algo assim. E cabe a Salsicha e Scooby ir pro castelo do Rei dos Goblins porque... sim.


CLIMAX JUMP!

Como eu disse, o filme tenta ser essa fantasia de aventura Sessão da Tarde típica oitentista e até certo ponto, o é. É uma história direta de "pegue o elemento mágico senão tudo vai explodir e teremos um tirano governando", mas... É tão básico.

Temos alguns diferenciais, como uma sequência de jazz num bar com monstros clássicos da Universal, o que na real só me deixa confuso. Salsicha e Scooby vão pro reino espiritual, onde deveriam encontrar fantasmas e esqueletos coisas do tipo. E existem, tem uma banda de esqueletos, ok, mas eles também esbarram em monstros como vampiros, múmias, lobisomens, e... Quasímodo? Fantasma da Ópera?

Digo ok, eles morrem nas histórias originais, eu acho? Quasímodo eu sei que morre, mas o Fantasma eu acho que sobrevive. Eu sei lá, depende da versão, Love Never Dies existe. Eu lá vou pesquisar agora se o maluco vive no livro original, mas conceitualmente é confuso, conflitante. O que na real mostra que absolutamente ninguém na produção desse filme tava se importando.


O roteiro faz o mínimo aceitável, as piadas nem sempre são engraçadas, os personagens são mais previsíveis e medíocres que a série original, e a animação quando não tá focando nos personagens que já conhecemos, parece ter vindo diretamente do DeviantArt ou Newgrounds.

Sério! As fadas desse desenho são tão genéricas que parecem ter saído diretamente de Rudolph: O Filme!


O roteiro é tão fraco que não consegue nem dar material pra esses atores que certamente tem carisma trabalharem os personagens. Raios, o titular rei goblin deve ter tido menos tempo de tela que Wallace Shawn como um coelho falante!

Eu achei uma lista no Letterboxd rankeando os filmes da franquia, e esse tava lááá embaixo. E... é, eu colocaria por lá também. Tem uns conceitos muito interessantes, mas no final é um filme que tu só veria se passasse num sábado de manhã.

Ou tivesse um blog sobre desenhos, sei lá.


E assim termina essa mini-retrospectiva movida por pura curiosidade. E ao final dela, eu me peguei pensando em duas coisas.

A primeira é a analogia que minha amiga me entregou. Algo parecido poderia ser tirado do exato oposto da premissa básica de Scooby-Doo?

...eu sei lá. Mas eu vou tentar.



Algumas teorias apontam que no mundo de Scooby-Doo monstros reais já existiam antes da série original. Isso explicaria porque todo mundo nesse universo (inclusive autoridades como policiais e prefeituras) aceitavam a existência dos monstros com tanta facilidade. Mas quase sempre era gente disfarçada atrás de ouro, dinheiro, herança, terreno, ou piratear fitas cassete.
Sério, desde moleque isso me chamou atenção no episódio do Pterodáctilo. Sei lá porque, mas é meio engraçado. Enfim.

Mas esse é um universo onde monstros EXISTEM e são tão reais quanto os personagens. Daonde eles vieram, ou porque eles existem? Não se sabe, simplesmente aceita-se. E talvez esse seja a analogia escondida. Ou uma interpretação válida, sei lá.


Sim, é AQUELA tirinha.

Às vezes acontecem coisas na nossa vida que a gente não consegue entender ou controlar. Doenças, perda de alguém querido, mudar de casa, estado ou país. Relações de amizades, parentesco, rotinas, emprego, maré de azar. Coisas que soam paranormais pra nós, que não podemos fazer absolutamente nada a respeito, mas que também... nem sempre são malignas.

À primeira vista sim, são assustadoras e nos fazem gritar "ZOINKS", mas depois de um tempo, vemos que não tinha tanto motivo pra ter medo. Continua sendo algo anormal e fora do comum, claro, mas é algo que se aprende a enfrentar, superar, ou até conviver, dependendo do que seja.

Claro, se for algo prejudicial (inicialmente ou a longo prazo) a gente vai querer mudar de situação. Mas até lá, talvez a situação exista pra nos ensinar algo, e caso contrário, nem que a gente tenha que viver um conto preventivo. O importante é se rodear de gente que quer te ajudar a sair dessa situação sobrenatural.


Talvez seja essa uma boa interpretação de monstros reais no universo de Scooby-Doo. Nós não sabemos daonde vieram vampiros, lobisomens, goblins, gênios, zumbis, fantasmas, gente-gato, ou Tim Curry. Mas a situação existe e o mais importante é tentar sair dela o mais rápido possível e com o menor dano que puder. Mas às vezes são só crianças diferentes como na Ghoul School, ou fantasmas bocós sem-teto como os Irmãos Boo. São inofensivos até certo ponto e tu tá de boa lá, mas quando chega o limite tu só quer dar no pé.

Ou talvez sejam como os zumbis/fantasmas/gente-gato em Ilha dos Zumbis, onde todo mundo tem uma parcela de culpa e os protagonistas acabam se envolvendo no meio da história quase sem querer, mas totalmente inocentes. A vida deles tá em risco e eles precisam resolver a treta pra saírem vivos de lá. Ou até em 13 Fantasmas, onde por um descuido eles acabam com um peso imenso a ser carregado por um longo tempo.

O importante é que em todas essas situações, os personagens estavam unidos e se ajudando. Não importa o quão mortal fosse a situação, estavam lá, cuidavam um dos outros.
E isso é muito daora.




A segunda coisa que eu percebi é que Scooby-Doo definitivamente não é uma franquia pra maratonar e envelheceu MUITO mal. Pelo amor de Oz, como fica repetitivo quando tu assiste muita coisa da franquia uma atrás da outra, de verdade.


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