Percy Jackson e o Ladrão de Raios (Graphic Novel)
*suspiro* Então vamos lá. Essa Graphic é ruim. Muito ruim. Não só isso, ela é... Pouco digna.
Vejam bem, eu comprei as duas primeiras Novels, Ladrão de Raios e Mar de Monstros, em Abril. Desde lá estou adiantando essa resenha. E passei quase um mês pra começar a escrever o documento da resenha no WordPad, depois de ter relido (após alguns meses da compra). Isso deve dizer alguma coisa.
Mas... Enfim, vamo lá.
Eu já fiz a resenha do filme aqui, e como a sinopse é praticamente a mesma, não vou me estender muito nela.
Deuses gregos vivem no mundo dos humanos como nas lendas e o maior jogo de Clue do mundo acontece quando o Raio-Mestre de Zeus é roubado, e a aposta do barbudo é que foi o filho de Poseidon, Percy Jackson. Ao descobrir que é vítima de um jogo de tabuleiro cujas regras me são confusas até hoje, Percy parte numa Jornada pra provar que o culpado não foi ele com uma vela na sala de jogos.
...ei, eu fiz um resumo mais detalhado na resenha do filme, se quiser vá lá ver.
Falemos da narrativa em si. Ela é BEM mais fiel ao livro, sim. Em todos os aspectos. Graficamente (segue bem o que o livro descreve, do acampamento e dos acampantes), na ordem dos acontecimentos, visual dos personagens, etc. Então é um fato a se comemorar e dizer que ela é superior ao filme, correto?
Resposta ÊÊÊê...RRADAAAA!! *PÍUN-PÍUN-PÍUN-PÍUN-PÍUN!* VAI LEVAR TORTA-DA!
Sim, a história é mais fiel, não quer dizer que seja ao menos boa de ler. A Graphic não se esforça pra tentar dar personalidade aos personagens, ou explorá-los melhor, como acontece no livro. É quase como assistir um jogo, e você é forçado a ler as falas essenciais pro contexto, e pular as demais. E sem a parte de gameplay.
Mas eu não vou ser injusto, há alguns momentos onde é genuinamente divertido de ler. Esses momentos são mais onde os personagens estão em um ambiente novo, e ocorre aquele momento de reconhecimento do cenário. É nesses momentos em que a arte se destaca ao criar o clima.
Mas ainda assim, diversas coisas foram cortadas, coisas importantes e que mostravam um pouco da personalidade dos personagens. Como por exemplo, {spoilers à frente} toda a cena no covil da Medusa, bem como Percy mandando a cabeça dela para Poseidon, como sinal de atrevimento e dizer "eu consigo fazer essas coisa tudo, me respeite".
Também foi cortado o ótimo final que foi a cabeça ter sido mandada pra casa de Percy e a mãe dele ter usado no marido e nos amigos dele e vendido como estátua. Resolveu tantos problemas de uma vez só, de uma forma tão natural e coesa, que me faz questionar porque cargas pônicas não foi usado.
E o filme que foi mal adaptado. Aham, claro.
A arte é um negócio bipolar. Ora ela se comporta apenas "ok", e em outras cê fica se perguntando daonde o artista tirou as referências de expressões faciais e de luta. Lutas essas que são desprovidas de emoção.
Vejam bem, história em quadrinhos consiste em contar uma história misturando imagens e textos, trabalhando juntos pra passar a mensagem. Essas imagens são estáticas, congeladas, então os desenhistas fazem alguns artifícios nas imagens pra nos ajudar a entender o que se passa. Quando o Cebolinha anda, aquela fumacinha atrás dos pés é um artifício usado pra indicar que o garoto está andando. Quadrinhos de ação usam muito as linhas de movimento, que mostram a trajetória dos braços/pernas/corpo/projéteis/e por aí vai.
Um dos maiores erros da arte é não usar muito as linhas de movimento, fazendo com que o leitor ache que está vendo aquelas quadrinizações meia-boca de filmes/desenhos em alta.
Se você anda muito em bancas de revistas, tenho quase certeza de que já viu aquelas revistas do Pica-Pau, Picolino, Padrinhos Mágicos, e outros. Se você tem a minha idade, provavelmente lembra que na época do lançamento de Toy Story 2 fizeram uma graphic baseada no filme. Em ambos os casos, eles pegam cenas do filme mesmo, botam balões e onomatopeias, e pronto. E normalmente o resultado fica, no mínimo, estranho.
Ladrão de Raios dá uma impressão parecida. São tão poucas indicações do que tá acontecendo que fariam Linkara esbravejar "THIS COMIC SUCKS!". Eu mesmo tive que, em alguns momentos, parar e analisar direito o que estava acontecendo, pra onde o golpe tinha sido desferido... O que quebra o ritmo e o propósito de uma cena de ação. E ainda há o adicional que o que a visão da câmera, embora bem-intencionada, acaba por vezes atrapalhando o entendimento.
Grover cartunescamente exagerado, e Annabeth... "meh. tanto faz." |
Isso porque, como eu citei lá em cima, as expressões faciais são irregulares. Às vezes os personagens estão com a cara mais gordinhas, outras mais magrinhas, e em outras... Só estranhas mesmo. Ou não parecem a mesma pessoa, parecem duas pessoas que de longe cê pode confundir, mas se chegar perto vai dizer "opa, desculpa, não queria te chamar de Pé de Pato, confundi com outra pessoa" e vai sair o mais rápido possível de perto dela.
...
Não que isso tenha acontecido comigo.
...enfim.
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