Um Sequestro de Natal


Reino Corações: Acorda pra Cuspir é o título da franquia Reino Corações pra PSP. Nosso amigo Tetsuya Nomura, que ainda acha que a fanbase é composta por membros da família Lodge, conta os eventos de 10 anos antes de Kingdom Hearts 1, mostrando três keybladers em treinamento, que seguem histórias que se encontram e se completam. Mais ou menos como em Sonic Adventure e Sonic Heroes.

Nele vemos toda a origem dos futuros vilões da saga, bem como salvamos algumas Princesas do Coração (Branca de Neve tá lindíssima aqui, por falar nisso); tudo regrado a um novo sistema de combate que te dá altas possibilidades de combinações de combos pra você chutar a bunda de vários inimigos ao mesmo tempo e com estilo.

Esta resenha não é sobre este jogo.
"Ora Kapão, então porque cê começou falando do jogo? Seu verme com déficit de atenção!" Que bom que perguntou, leitor que conversa comigo mentalmente! Deixe eu explicar.

Eu fiz uma lista de 25 filmes pra ver até o Natal, e fui escrevendo sobre eles. Não vou conseguir resenhar todos, mas eu gosto de ter uma meta e tentar alcançá-la. Sem falar que, ano que vem, dá pra falar mais de Rankin/Bass.

Enfim, esse filme tava no meio, e não só ele é o pior filme de Natal que eu vi esse ano, mas também o mais chato.
E é muito difícil de falar de um filme sem graça, porque uma hora cê acaba sem material de crítica e/ou piada. Tipo O Especial de Natal de Star Wars.

E após muito deliberar com o Prof. Carvalho (menos de 3 minutos no Discord) eu resolvi que iria resenhar esse filme, mas unicamente porque eu sinto que é meu dever te dar uma noção do que é bom evitar, pra tu não perder o tempo.


Eu poderia estar jogando Acorda pra Cuspir neste exato momento, mas estou fazendo esse sacrifício por vocês.
Espero que apreciem.

Okay, okay, sem mais lenga-lenga. Vamo falar desse filme.


Sabrina Spellman é uma guria que mora em um kitinete na Barra do Ceará, e seu pai acaba dando um jeito de ela arranjar uma entrevista de emprego. Mas claro, morando em Fortaleza, ela se atrasa porcausa de alguma briga de trânsito porque um motorista se abaixou pra pegar um pendrive ou algo assim, bateu no outro, e o Juiz de Medabots saltou de detrás de um poste vestido de guabiru e declarou o início de mais uma cyberluta pra decidir quem tinha razão.

Mas há outro problema: os pais de Sabrina querem que ela passe o Natal nas montanhas nevadas no interior dos EUA. Como ela vai da Barra do Ceará pros EUA de carro a tempo é algo que me faz lembrar de Natal em Família, que parando pra pensar ainda é melhor que esse filme, mas divago.

Mais ou menos como eu me senti
assistindo isso.
Mas a vida é uma caixinha de surpresas, e no dia que ela teria que viajar pro meio do mato, o namorado termina com ela. Ela surta e acaba sequestrando o cliente mais bonito do restaurante e leva ele pro Natal dizendo que é namorado dela.

E eu tenho que dar crédito a esse filme por ao menos tentar fazer o relacionamento entre os dois interessante. Sabrina diz pros pais que o cara gosta de brincar que ele odeia festas familiares ou algo assim, se sente sequestrado, e funciona. Mas aí começam nossos problemas.


Vejam bem, Sabrina obviamente passou por um surto pra não parecer uma fracassada diante dos pais, o que é identificável. Mas ela sustenta as consequências do ato o tempo todo, como se não se arrependesse do que fez, e só bem mais tarde isso vai acontecer. Eu não consigo simpatizar com ela porque ela acaba sendo muito babaca com o cara e consigo mesma.

E o cara, após conseguir ligar pra noiva dele pra resolver tudo, resolve seguir com o plano só pra dar mais satisfação a ele quando os pais de Sabrina descobrirem que ela mentiu e sequestrou o cara. Eu entendo a motivação dele, mas ainda não consigo torcer por ele.

E não só isso, o filme é ENTEDIANTE. Imagine que está numa festa de família, onde você não conhece ninguém, nenhum dos parentes faz nada particularmente interessante, e embora tenha um ou outro momento que seja legitimamente engraçado, cê não consegue ter nenhuma reação porque tu tá quase dormindo, tamanho o tédio na festa.

Esse filme é parecido.

Oh sim, e a Sra. Robinson
é a avó da Sabrina.
As piadas são fracas, o timming é horrendo; acontecem coisas que deveriam ser Climão Manero™, mas não são porque cê não conseguiu botar fé em nenhum dos personagens, e você só quer que tudo acabe logo.

Se quer ver um filme que usa esse mesmíssimo conceito de forma superior, veja Sobrevivendo ao Natal, com Ben Affleck. O roteiro é melhor desenvolvido, os personagens são mais carismáticos, e os momentos constrangedores acabam tendo mais peso na história.


Agora, se me permitem, Sua Majestade, o Rei Mickey, precisa de mim.