Snow White: The Fairest of them All
Sim, era pra ser tipo a logo de Smallville. Mas eu não consegui fazer o arco, então que se lasque. |
Branca de Neve é facilmente considerada uma das histórias mais sem graça dos contos de fada. Grande parte disso se deve à sua versão mais famosa, a de Valdisney. Mas existem meios de recontar essa história de uma forma mais interessante, como o longa pra TV da Hallmark (ironicamente, exibido na ABC no Wonderful World of Disney).
E sim, você provavelmente
conhece porque passou no SBT. Eu pessoalmente só lembro dessa chamada, mas nunca tinha visto de
fato o filme.
Mas agora que eu vi, imagino que vocês queiram ouvir o que eu tenho a dizer, certo? Caso contrário, porque estariam aqui?
Uma bela menininha nasce
numa cabana no meio do mato, mas a mãe morre logo após a menina
nascer, porque não seria um conto de fadas se a mãe não morresse.
Por motivos que estão além da minha capacidade de entendimento, o
pai procura uma vila por tanto tempo que começa a nevar. Sem querer
desperta uma espécie de gênio, que lhe concede 3 desejos: leite pra
Branca, um reino e uma rainha. O gênio prontamente concede os
desejos, colocando sua irmã sob um feitiço de beleza pra que ela
conquiste o rei. Mas ela não consegue suportar a presença de
Branca, a qual seu espelho mágico acusa de ser a mais bela.
Blablabla, maçã, Príncipe, lucros, final feliz. Cês conhecem a história.
Entretanto, o filme não só
consegue se manter interessante pelos twists que joga, mas pelo
desenvolvimento dos personagens.
E porque Branca é ornitorrincamente adorável. |
Claro, Branca ainda é um
tanto quanto bidimensional, mas ao menos eles tentam dar uma certa
profundidade a ela, devido a ela odiar que a tratem bem simplesmente
porque ela é bonita, o que acaba até fazendo com que simpatize com os anões. O rei é um cara extremamente humilde e gentil,
quando não tá sob o encanto da rainha. Ele era amável com sua
esposa e com sua filha, e se arrepende por ter passado tanto tempo
cego pras coisas belas de sua vida, como Branca e as memórias de sua
esposa.
Mas quem de fato brilha é a
rainha, que tem motivações fortes pra querer ser a mais bela de
todas. Digo, fortes pra um conto de fadas.
Ela passou a vida inteira
como uma velha bruxa que mais parecia a Jout Jout depois de levar uma
surra do Ryu.
Ela tem motivos pra querer
ser bonita, mas a ganância dela é que a consome, e que a faz
cometer atrocidades como comer o coração da Branca de Neve.
Ok, prestem atenção. Ela
manda o caçador matar Branca, mas ele não consegue e leva um
coração de animal. Ok, disso cês sabem. Mas nesse filme a rainha
não guarda o coração numa caixinha bonita e convenientemente
desenhada com um coração e uma espada, não senhor. Ela joga o
coração no caldo!
E ainda dá pro pai de
Branca tomar!
Eu não lembro se isso acontece na história original, mas é claro que o filme bebe mais da
fonte original do conto dos irmãos Grimm, ele tem alguns desses
momentos mais sombrios, mas que são devidamente equilibrados com um
romance (quase tão plano quanto a versão Disneyana) com comédia
vindo dos anões. Não que eles tentem ser engraçados, mas as
interações entre eles são divertidas de se ver, em alguns
momentos.
Eu sei o que cê tá pensando. Sim, o de azul escuro é o Ework Wickett de Retorno de Jedi |
A atuação dos personagens
acompanha bastante o que o roteiro pede: rainha é divertidamente má;
o rei é calorosamente amável; Branca é ridiculamente adorável; e
os anões são cômicos, mas leais. Eu consigo pensar em poucos
momentos onde a atuação são se sente real, especialmente quando
eles tem que gritar. Não há emoção nos olhos, parece que foi
filmado em um único take e a produção reoslveu seguir em frente
pra reduzir custos de filmagem.
Lana Lang como Branca tem lá
seus momentos de fraqueza, mas ela ainda era uma estreante, esse
era... O que, o segundo ou terceiro trabalho dela? O papel em si não pede demais da atriz, mas ela poderia ter achado um jeito de tornar a personagem mais carismática. Ainda assim, ela consegue carregar bem o peso que lhe é pedido.
A fotografia do filme é
esplêndida, capturando belissimamente os cenários rústicos da
Alemanha de uma forma que dá uma aura de fantasia ao filme. Bem como
a construção dos cenários e das roupas, que evocam com muitos
detalhes a época que a história se passa. Por algum motivo eu amo
as tomadas aéreas desse filme, poderia facilmente passar
desapercebido, mas tem uma fluidez que simplesmente funciona, mesmo
quando ela vai e volta pelo mesmo caminho.
Na real, a fotografia em
geral do filme evoca muito de Tim Burton, mas com menos espirais e
com mais espaço pra andar sozinha.
A única coisa que de fato
distrai do filme, por ser genuinamente ruim, é a edição. Por
exemplo, na cena onde o caçador diz que a rainha quer matar Branca e
a manda fugir, nós não temos tempo pra ver a reação de Branca
antes que ela fugisse, o choque que naturalmente aconteceria. Parando
pra pensar, isso pode até ter prejudicado a atuação de Lana Lang.
Fora as transições dignas
de um Movie Maker em 2007. E alguns momentos que o filme nos mostra um flash foward sem absolutamente nenhum motivo.
Não é necessariamente um
filme espetacular em termos de roteiro, mas é bastante desenvolvido
e até bem fechadinho. Você consegue prever os pontos principais da história, mas há um esforço pra torná-los interessantes e que fizessem sentido dentro desse mundo. Certas coisas ainda ficam sem resposta, e
personagens ainda precisam de uma expandida (como a própria Branca),
mas ainda é um filme satisfatório e que vale uma assistida.
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