Disney tem estado numa situação... Difícil. Não financeiramente, sabemos como a Disney manja de marketing e mesmo que o produto final seja o equivalente ao Rio Ganges, ainda vai ter gente elogiando e dizendo como é a melhor coisa que aconteceu ao cinema desde O Cantor de Jazz.
A menos que a resposta do público tenha sido REALMENTE fraca, tipo A Wrinkle in Time e Bom Dinossauro, que foram basicamente varridos pra debaixo do tapete.
No caso de Star Wars... É um negócio um pouco mais complicado. A franquia foi comprada quando seu status já era lendário, e não parecia dar sinais de desgaste. Eventualmente iria sobrar só os jogos preenchendo lacunas na história pra fãs mais hardcore e os filmes pro público comum. O que a Disney fez foi potencializar o status e agora mais do que nunca, é quase uma religião, que consiste em gerar hype pro próximo filme e ser decepcionado pelo dito cujo.
A Novíssima Nova/Disney/Reboot/Fanfic Trilogia em andamento divide opiniões, há os fãs velha guarda que não aguentam mais e que dizem que a época de Star Wars já passou (não tão errados) e há aqueles caras cuja vida DEPENDE de um novo filme Star Wars todo ano, só pra repetir o efeito Visage Traiçoeira, onde levamos mais tempo pra ver as falhas do filme porque queremos DESESPERADAMENTE ver algo de bom nele.
Cada vez mais eu vejo mais como uma fanfic de luxo, e quanto mais eu penso no Episódio 8 eu penso como algumas decisões erradas podem lascar o canon de Star Wars, independente se foi uma narrativa mal contada ou não.
E é no meio dessa situação que vem Han Solo, um dos filmes Universo Expandido, que tenta ser algo próprio ao invés de algo... que mereça um número romano no título. Como ele se saiu?
A história começa com o Jornal Nacional informando que o hipercombustível conhecido como coaxium tá incrivelmente raro, o que eleva seu preço (equivalente a 30 reais e uma barra de Snickers por litro), e as gangues competem ferozmente por ele. Um jovem chamado Oliver Twi-digo, Han e sua namorada que pode ou não se chamar Amane Misa sonham em usar um lighstick de coaxium pra sair do planeta e se livrarem das garras da minhoca-muppet gigante que manda no lugar.
No meio da fuga, Misa acaba sendo presa pelo Império e Han está finalmente Solo.
Eu não tou zoando, essa é a origem do nome dele. Não é EXATAMENTE assim, mas é imbecil do mesmo nível, a ponto de me fazer um facepalm e dizer em voz alta "alguém foi pago pra escrever isso.
Enfim, ele se junta ao Império porque ouviu que "iria ver a galáxia, é uma vida pra homem de verdade" e porque a Marcha Imperial que toca na propaganda do alistamento é daora.
Cês acham que eu tou zoando, mas ok.
E então ele é jogado no meio da Primeira Guerra Mundial, onde acaba se juntando a um bando de ladrões que planejam roubar lighsticks pra um wota podre de rico. Han (agora não mais solo, mas ainda Solo) aceita a missão com o plano de juntar grana e reencontrar Misa Hepburn, a Primeira de...
...eu ia fazer uma piada de Game of Thrones, mas aí eu lembrei que eu nunca passei do primeiro episódio. Oh well.
Os resultados dos últimos Tauós foram... mistos. Acorda pra Cuspir é bom, Rouge Um tenta ser um filme de guerra mas falha miseravelmente, e Os Últimos Jegue é muito daora, exceto quando não é.
Han Solo é o primeiro filme que se sente mais como parte do Universo Expandido de Tauó. Ele não se leva a sério demais como um filme do canon se levaria, e tenta se divertir com isso. Ele joga referências que os fãs vão entender, mas quem tiver uma vida social saudável e não cheirar a óleo de côco não vai sair prejudicado.
Exceto numa cena lá na frente, a qual debateremos depois.
A cinematografia sofre um pouco por ser escura demais, mas também pode ser porque só tinha sessão 3D do filme, numa possível tentativa da Disney de raspar o máximo possível desse filme, uma vez que o marketing dele fez o favor de lascar tudo. Mas não acaba incomodando tanto, e em cenas mais claras fica um negócio mais bacana.
Oh sim, falemos do Elefante na Sala.
Lando Calrissian é apaixonado por uma roboa e isso é a coisa mais forçada que existe no filme. Mas vamos desde o começo:
O filme tava sendo dirigido pelos mesmos caras que dirigiram o excelentíssimo The Lego Movie, mas no meio do caminho tiveram "diferenças criativas" com o estúdio, daí chamaram outro cara pra dirigir e refilmaram quase 80% do filme, sem contar que tiveram que chamar um treinador de atuação só pro Han, que não tava soando como Han Solo.
E eu nem sei dizer se o maluco fez um bom trabalho porque eu vi o filme dublado, mas quando eu rever legendado eu edito isso aqui.
E eu nem sei dizer se o maluco fez um bom trabalho porque eu vi o filme dublado, mas quando eu rever legendado eu edito isso aqui.
Então... É muita publicidade negativa. É claro que o filme tinha problemas e custou mais do que deveria. O que fazer nessa situação? Dá um impulso no marketing, claro.
Aí os caras vão e manda "O LANDO É PANSEXUAL"
E o resultado foi que tanto os fãs de longa data começaram a fazer uma campanha pra boicotar o filme, como também desagradou a comunidade com uma sigla tão grande que parece nome de imposto; porque nem os fãs, nem o público comum nem a comunidade aguenta mais a politicagem ideológica e representatividade forçada que tão fazendo na indústria. Como se não fosse o suficiente, um dos escritores do filme foi no Twitter e ainda tirou sarro menosprezando quem tava reclamando disso, basicamente chamando todo mundo de retrógrado e alguma-coisa-o-fóbico.
E agora tem uma campanha pra demitir a presidente da Lucasfilm, Kathleen Kennedy.
Ok, revendo uns prints aqui e realmente... É mais escuro que o necessário. |
Eu tenho a teoria de que o pessoal mais SJW do estúdio não gostou do tratamento que deram pra L3, a tal roboa braço direito de Lando. Porque ela é basicamente uma caricatura do pessoal ultra politizado que não consegue comer um maldito cupcake sem problematizar e fazer textão no Facebook. Essa personalidade deixa o clima mais engraçado e cartunesco, que é mais ou menos a direção que o filme vai. Além de que as ações dela botam a trama pra frente e ela até explica uma das falas em Império Contra a Vaca.
...ok é num rádio-drama, mas complementa o filme anyway.
Mas assistindo o filme tu vai entender como Lando ter esse tipo de sentimento por L3 não faz o MENOR sentido. É forçado, é awkward. Até a Misa reconhece isso na hora. Poderia ter sido feito diferente, poderia ter sido um robô parceiro de Lando, que fosse, sei lá, algo como o Chewbacca é pro Han. Só que como Lando é mais trapaceiro, L3 poderia ser a cúmplice ideal, atualizada com os melhores preços pra negociação, tivesse ajudado Lando a subir de vida, QUALQUER COISA seria mais fácil de engolir que esse circo de marketing.
Mas... Ao menos é curto e não prejudica o resto do filme.
Que é fantástico.
Eu confesso que não sou muito conhecido do Universo Expandido. Eu li uma pancada de quadrinho fora de ordem (graças às publicações da época de Episódio 3 e os descontos de revistas usadas no Center Box), joguei Jedi Academy, e sei de uma coisa ou de outra graças àquele livreto de 100 Respostas que a Mundo Estranho costumava fazer. Foi nele que eu descobri que no UE, Han Solo tinha sido soldado imperial e libertado Chewbacca, que segundo sua cultura, jurou lealdade ao seu libertador.
Que é o que eles fazem nesse filme, sem explicitar o voto de Chewbacca. Mas enfim.
Esse filme finalmente se sente mais como algo do UE, só que ao contrário de Rouge Um, Solo é divertido. E divertido como Tauó deve ser.
É comum que geral ache que Tauó seja ficção científica. Não é. É uma aventura medieval com roupagem futurista. Tem magia, cavaleiros, princesas, tretas políticas, animais fantásticos. E nunca dá foco à tecnologia. Por exemplo, eles nunca explicam a base científica do salto pro hiperespaço, eles simplesmente "ow bora liga o nitro aí mano" e vão na velocidade da luz. Eles não te dão uma base científica pro sabre de luz, é simplesmente uma tecnologia que visualmente é daora.
E o tom desse filme segue muito isso: é uma aventura, é um filme de faroeste com um ritmo mais acelerado ambientado no espaço. Também é um filme de piratas muito melhor que todas as sequências de Piratas do Caribe.
Sério, tem até um Kraken e um redemoinho! IN SPACE! ISSO É DAORA À BEÇA! E VÁ TOMAR ABACATADA ATÉ SE ENGASGAR SE NÃO GOSTAR!
As sequências são divertidas de assistir, e tem um ritmo acompanhável. Alguns personagens não tem a profundidade que os outros tem, mas os conhecemos bem o suficiente pra que nos foquemos nos principais, Han, Chewie, Misa e o maluco do narigão.
Mas por mais divertido e interessante e legitimamente empolgante seja a história (pros padrões do UE), tem que ter AQUELA aparição surpresa de um personagem que ninguém sabia que poderia voltar. Exceto se tu viu Star Wars Rebels (que é de longe, a melhor coisa que a Disney tem feito com a marca) e Clone Wars.
Agora, veja bem. Eu assisti 3 temporadas de Star Wars Rebels, até maratonando alguns episódios quando dava. Falta eu ver a última temporada, só, mas eu consigo lembrar bem dos eventos principais.
Essa aparição... só me deixa mais confuso. A ponto que eu tive que ir pesquisar na Disney Wiki e Wookiepedia pra saber onde RAIOS tudo se encaixava, e ainda assim me parece um negócio tão solto que eu literalmente só consigo ficar irritado porque eu não consigo me importar. Só quando eu vi o vídeo do meu amigo Raphael que eu entendi melhor. Ainda assim, no filme é um negócio solto demais, quem tem familiaridade com Star Wars não vai entender totalmente, e pra quem não tem familiaridade vai soar como algo solto no ar.
Claro, a intenção era fazer nerds obesos com tanto trejeito social quanto uma capivara manca salivarem por pensar "NOSHA VAI TER FHILME DO TAL PERSHFONAGEM MAL POSHFO ESHPHERAR SCHLEPT SCHLEPT" sendo que... É improvável até agora. O futuro da saga nas mãos da Disney parece nebuloso, em termos de marketing.
Falando em fanservice, eu JURO como o lance com os dados dourados da Millenium Falcon são um dos elementos mais forçados que a Disney fez. É um negócio que sequer chama atenção na trilogia original, e desde Os Últimos Jegue eles tentam fazer um grande caso disso, como se fosse especial.
Falando em fanservice, eu JURO como o lance com os dados dourados da Millenium Falcon são um dos elementos mais forçados que a Disney fez. É um negócio que sequer chama atenção na trilogia original, e desde Os Últimos Jegue eles tentam fazer um grande caso disso, como se fosse especial.
Mas ainda assim, é um filme muito bom. Muito melhor que Rouge Um e até Os Últimos Jegue, que quanto mais eu penso nele mais falha ele parece ter. Han Solo tem suas falhas, mas o que é divertido nele é suficiente. É um bom filme, e isso é bom comparado ao que a Disney tem produzido com Star Wars.
É tipo o remake de Cinderela, não é um filme espetacular, mas é assistível comparado às outras bombas de fezes que o estúdio tem insistido em ordenhar, como Alice do Burton, Malévola e Bela e a Fera.
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