Super Remake Time: Bela e a Fera


A trend da Disney refazer os próprios filmes não é recente. Depois que Michael Eisner descobriu que relançar os filmes clássicos em VHS dava uma grana desgraçada, não só da venda das fitas mas provavelmente com as promoções que faziam com o McDonald's.

Sim, houve um tempo que o lançamento de VHS era um evento digno de merecer um brinquedo junto do lanche.


Na época de Eisner eram apostas e eles tinham a decência de refazer de fato a história, com novos elementos, nova storyline, e não se apegar tanto ao longa animado, coisa que os filmes pós-Alice do Burton parecem não querer fazer porque é mais fácil.

E aqui estou eu de novo, nessa série que tenta consertar os erros grotescos de filmes, tornando-os interessantes, frescos, e funcionais.

Estaria eu querendo provar por A+B que eu, um maluco random com acesso a internet, tenho habilidades narrativas superiores aos caras que fazem disso seu ganha-pão e recebem cheques equivalentes ao PIB de Pernambuco?

Sim, sim eu estou.



Entendendo a Propriedade


Antes de tomar QUALQUER decisão criativa quanto ao novo remake, é necessário rever o filme, rever os documentários sobre ele, a visão de seus autores e analisar o que aconteceu depois de seu lançamento.

Cê sabe, ser o primeiro longa animado a ser indicado ao Oscar de Melhor Filme, o que acabou por lançar a categoria de Animação na premiação. Não que eu me importe com o Oscar, minha opinião persiste de que a premiação tem tanto valor artístico quanto um abacate grelhado. Mas o valor de mídia dele ainda é absurdo, e com Bela e a Fera o estúdio conseguiu algo que Walt tentou durante toda sua vida: entrar no Oscar com uma de suas animações. Claro, ganhou alguns prêmios pelo avanço tecnológico e alguns de seus live-actions pegaram uma réplica do Careca de Ouro, mas nunca um longa 100% animado.

Vejam bem, o velho Válter tinha uma filosofia muito interessante sobre o tipo de animação que seu estúdio produzia. Em sua época, animações não eram vistas como "CINEMA", eram "cartoons", um termo que perdeu seu sentido hoje, mas na época era...

Ok, vejam. Silly Symphonies era um "cartoon". Embora tenha um valor artístico inquestionável na maioria dos curtas (em especial os mais artísticos), alguns eram... Eeeeh. Elmer Elephant é divertidinho, mas não é The Old Mill. Elmer é um "cartoon", assim como O Trailer do Mickey. É divertido, mas não é ARTE.

Em uma das discussões sobre... Pinóquio, eu acho, Walt bateu na mesa e berrou "Nós NÃO estamos fazendo cartoons, droga! Estamos fazendo arte!"


A idéia é que os longas animados como Branca de Neve, Peter Pan, Cinderela, Pinóquio deviam ser levados a sério do mesmo nível de filmes como O Ladrão de Bagdá, Vinhas da Ira ou E O Vento Levou. Não era algo necessariamente pra crianças, era uma história audiovisual que poderia e deveria ser apreciado por adultos seriamente.

Algo que se perdeu com mais força durante os anos 2000, vale ressaltar. Parte do problema que nos leva ao remake de Bela e a Fera. Ou, como eu apelidei carinhosamente, Hermione e o Zé Colméia.

Eu acho que fica bem claro todo meu desprezo por esse filme.

...não, pera, não ficou.
Eu DESPREZO esse filme e tudo que ele representa, num nível de ódio e repulsa que só rivaliza com meu desdém ao remake de Rei Leão, que é o maior dedo do meio que a Disney já deu a todo seu público e à indústria do cinema e da animação.

Eu tenho reações naturais de repulsa toda vez que esse filme por algum motivo acaba passando na TV de casa. Eu não consigo esconder, é sério.


É simplesmente um filme imbecil que se propõe a "consertar" algo que é literalmente uma das narrativas mais bem-forjadas em uma animação que não só era inovadora pra sua época, mas que até hoje é soberba e continua a surpreender.

Sabe a cena da dança no saguão? Que foi feita em CG e tal? Aqui, olha esse vídeo.  Pois é. A cena foi montada no computador, mas a animação ainda é tradicional. O animador teve que animar não só os personagens dançando, suas emoções, mas também perspectiva dinâmica.

E o resultado é surreal de tão lindo.

O remake de 2017 tira toda a paixão, carisma e emoção dos personagens, adiciona uma PANCADA de coisa que devia ter sido cortada na fase de roteiro porque vai do nada a lugar nenhum, e ainda torna os personagens desagradáveis.


O Fera nunca de fato muda, ele é um constante babaca com tudo e com todos. Só pra ilustrar meu ponto, no original de 91, o Fera tenta agradar a Bela depois de ela cuidar das feridas dele e não o deixar pra morrer depois do ataque dos lobos. Como agradecimento, ele busca algo que ela goste, e assim, lhe mostra sua biblioteca e lhe permite acessá-la quando quiser.

No remake ele tá basicamente se amostrando, não muito diferente do playboy que fica fazendo vrumvrumvrumVRUVRUVRVRUVRUUUUUUUUUMMMMMMMMM no Camaro na frente da Faculdade. Só que nessa analogia, calhou de a Bela ser uma Maria Gasolina.


Enfim, o filme é pura matéria fecal. Isso porque tem uma única coisa que se salva, que é Kevin Kline e o tratamento que deram pro Maurice.
Sim, eu meio que divaguei legal, mas é mais pra mostrar como o remake não entende os pontos principais de Bela e a Fera. Eu entro em detalhes numa faixa de comentários, que tu pode abrir no final desse post, ok?

Voltando ao meu ponto, o filme de 1991 é DO FERA. É a história dele, é ele que muda, o arco narrativo é dele. Bela é co-protagonista, mas no mesmo sentido que Kyon é o real protagonista de Suzumiya Haruhi no Yuustsu, ou o repórter em A Beautiful Day in the Neighborhood.

De fato, essa é a analogia praticamente ideal. A história é do repóter, que encontra Mr. Rogers, e tem sua vida mudada pelo velho simpático de suéter que brinca com fantoches.

Embora sim, Bela seja uma peça fundamental no filme e todos os personagens tenham seu papel no filme, a história é sobre a tragédia do príncipe que foi amaldiçoado por um erro que cometeu quando jovem, o que pode ou não ser injusto.

Estebelecido isso...



Definindo o Tom


Como cê deve saber, existem outras versões de Bela e a Fera. Ignorando os knock-offs da Disney, isso é. Eu só vi duas versões live-action porque eu não tenho saco de ir atrás de outras, mas foram boas versões. Uma, a mais conhecida, de 1946, pode ser bem assustadora, mas acostumável. O final é absurdamente imbecil, mas vale a pena assistir.

A versão de 78 também é sensacional, e por muito tempo era um daqueles filmes que passava de madrugada em canais americanos, ou chegava por VHS de baixa qualidade, etc. Esse filme é legitimamente assustador, mas nunca chega a te dar jumpscare, o que é ideal pra um medroso feito eu. Mas toda a narrativa, a forma que eles vão mostrando o monstro mas ao mesmo tempo escondendo ele o máximo possível é incrivelmente eficaz, e é uma linguagem audiovisual sufocante.

Não recomendo ver durante a noite. Eu fiz isso e quase não consegui fechar a casa.

Esses dois filmes seguem bem mais os contos originais (que eu li nesse livro aqui), mas existem duas versões da mesma história. Isso tudo é comentado no próprio livro que eu linkei aí, mas o importante é saber que eles pegam os mesmos plot points de Bela ter irmãs que são o equivalente medieval de patricinhas classe média que não vivem sem Instagram, café do Starbucks e reclamar da vida.


Também tem o lance de Bela pedir uma flor pro seu pai no retorno de sua viagem, e isso ser o causador da prisão do velho, bem como as diversões que o Fera arranja pra Bela em sua estadia no castelo. A história foca muito mais em Bela, e a versão Disney de 91 corrigiu isso, tomando o foco pro personagem mais interessante da história e eliminando o excesso.

O remake retoma todo o excesso, exceto o final ABSURDAMENTE INSANO DE RETARDADO do conto mais longo. O tom dos filmes é bem mais gótico, sombrio e realista, logo não combinaria tanto com a marca Disney, embora os filmes sejam visualmente mais sombrios e por algum motivo eles queiram enfiar a Peste Negra nesse filme.

Sério, pra que?

Enfim, seria uma história mais sombria, sim, mas com uma linha melhor definida. Assuntos sérios, sim, mas com um propósito. Eu gosto da idéia de uma versão ligeiramente mais assustadora, até porque o próprio filme de 91 tinha um pouco desse aspecto mais sombrio no começo. É um elemento que funciona a favor da história.

Dá pra contar uma história assim dentro de Bela e a Fera?

...sim, e a Disney já fez isso.


A História


O que a Disney quis fazer foi uma história com fundamentos Históricos, mas que também fosse um pouco mais sombria e séria, ao menos foi o que deu a entender. Exceto que ela já fez isso.

A série de livros Twisted Tale faz exatamente o que os remakes fazem, mas dando um twist original, que é o que os remakes deviam fazer, em essência. O livro dessa série chamado Tale as Old as Time (que tem em português na Amazon e dá pra ler pelo Kindle Unlimited; pega o teste de 30 dias gratuito no final do artigo depois), que tem um título português imbecil, mas a essa altura é quase uma tradição né.

Enfim, o livro se propõe a explicar alguns dos plot holes do filme original, que... Sim, meio que existem, mas numa fantasia tu não tem que explicar tudo, certas coisas acontecem e tu meio que aceita porque "magia". O problema é abusar dessa explicação pra tudo.

Por exemplo, nem todos os objetos encantados do castelo eram empregados; é um CASTELO ENCANTADO, supõe-se que a magia passou pra alguns dos objetos também, e por tabela os empregados porque o feitiço atingiu a todos lá. O que pode ser interpretado como uma lição ao príncipe de que as atitudes dele atingem todos ao seu redor. É cruel com os empregados? Talvez, mas funciona pra passar essa moral pro público.

Mas não funciona pra explicar o final do filme de 46, que termina com o Fera se transformando em um dos caras que queriam casar com Bela e ele e a Bela saem voando pelo céu... Ou então eu tava com muito sono quando terminei de ver o filme às 5 da manhã e sonhei tudo, enfim.

A idéia do livro é perguntar "e se a mãe de Bela que botou a maldição no Fera?", e com isso vai criando um mundo mais verossímil e que "conserta" alguns problemas, colocando a culpa da maldição numa feiticeira amargurada pela extinção de seu povo.


O filme que eu faria seria uma adaptação desse livro. Mas raio, o livro é imenso de grande, ele reconta a história do filme com mais detalhes, adicionando os detalhes do passado, e mudando totalmente a história da metade pro fim. Como adaptar isso?

Simples: narrativa anacrônica, exatamente igual o livro. Ou, como eu defini uma vez pro meu pai que me perguntou qual era o nome dessas histórias que fica alternando entre flashback e presente, "vai-e-vem".

Also, não vai ser um musical. Sim, eu já consigo ouvir as reclamações, e minha resposta é: querem ouvir as músicas, VÃO VER O FILME ORIGINAL. Ou a peça da Broadway. Remake é pra ser diferente, não vi ninguém reclamar que Alice do Burton não tem nenhuma das músicas (aliás, Alice de 51 é o filme da Disney com mais músicas e personagens). A gente reclamou que Alice de armadura parecia ser resquício de Crônicas de Nárnia, mas era uma critica válida.

Mas esse remake vai ser mais um drama histórico do que uma fantasia. Um pouco mais sombrio, mas nada de mais. Segue mais fielmente os eventos do livro (com o lance de exilarem as pessoas mágicas no asilo do velho lá que depois ia ser o Frollo), mas sem entrar em tantos detalhes quanto ao passado.


Após chegar no castelo, Bela iria receber flashes mentais e sonhos cada vez mais frequentes e gradualmente mais longos sobre o passado de sua mãe. Usando a magia do lugar como um canal pra mente de Bela, a feiticeira iria aos poucos mostrando trechos do que levou à maldição no príncipe. Ou melhor, gradualmente os flashes e sonhos vão diminuindo, porque no livro ela vai ficando mais fraca com o passar do tempo.

Esse é um elemento que até onde eu lembre não tava exatamente assim no livro, mas encaixa na mesmíssima proposta e até usa o estilo de narrativa "vai-e-vem". O que resta é só saber que elementos exatamente trazer do livro pro filme e como narrá-los de uma forma que não soe confusa pro público.

Mas já que querem recontar a mesma história adicionando novos elementos, ok. Bora fazer isso.

Bela não vai ser uma inventora que quer fazer máquina de lavar pra ter mais tempo pra ler. Ela quer ser uma escritora e ensina crianças a ler numa cidade do interior precária que não tem nem escola. Depois de casar com o príncipe talvez até abrisse uma escola onde ela mesma fosse professora ou algo assim.

Ninguém se esqueceu do castelo, essa é uma explicação imbecil. Na real, existem muitos lobos ao redor que impedem que qualquer um se aproxime do castelo. "ah mas porque Maurice e Bela conseguiram?" Magia. O lance dos lobos faria o povo da cidade achar que Maurice viu os lobos quando descrevia a Fera.


Also, o filme tenta tornar Gaston um personagem mais humano e com defeitos identificáveis, criando até justificativa por ele ser um herói do vilarejo. Ele foi pra guerra e acabou com PTSD, e ele até tenta ajudar Maurice e vai com o velho pra floresta atrás da Fera, mas... Não funciona.

Porcausa do PTSD, o cara acaba sendo mais psicopata do que humanizado, e todo o lance de Gaston é que ele é como os atletas babacas em filme escolar. Claro que eles tentam justificar essa aparente bondade dele como uma forma de fazer média com o pai de Bela, mas não funciona.

O que poderia funcionar nessa fábula sobre compreender os sentimentos da pessoa amada e suas necessidades é: Gaston legitimamente gostar de Bela, confessar isso em palavras e ações genuínas (como sei lá cuidar de Maurice assim que ele chega assustado ou tentar conversar sobre livros com Bela), mas falhar em compreender o que faz Bela ser Bela. O filme meeeeio que tenta ir por essa rota, mas o produto final não consegue passar bem essa idéia.

O Visual


Aliado ao tom, o visual do filme seria mais gótico e sombrio, mas sem excesso de detalhes. Jogando Tomb Raider recentemente (aquele lá da Square Enix que tava de graça porcausa da quarentena do ChinaVirus), eu finalmente entendi que excesso de detalhes não só incomoda na minha visão cansada de velho, mas como também distrai MUITO.

Um dos meus problemas com o remake de Belifera foi justo no trailer, que tinha um excesso de minúcias visuais, talvez mais que o olho humano possa processar. É mais ou menos a mesma coisa com aquelas smart tv que força filmes a rodarem a 60 FPS, é uma desgraça e um desserviço. Uma vez eu fui ver Aconteceu no Natal do Mickey numa tv dessas e só faltei morrer de desgosto, dá um clima artificial a tudo.

Uma vez eu vi um trecho de Piratas do Caribe numa dessas tv na Insinuante (que em pouco tempo vai ser tipo a Mesbla da nossa geração) e o Jack Sparrow parecia um manequim de loja. É feio, é distrativo demais.

Pra efeito de comparação, arte conceitual de 1991.

O design de mundo poderia ser algo próximo que já fizeram no filme de 78 que eu mencionei lá em cima, sombrio, abstrato, um pouco assustador, mas com o passar do tempo se torna mais amigável porque é assim que acontece no filme de 91. O ponto é que a primeira impressão do castelo TEM que ser assustadora, sufocante, sombria.
Aliás, as artes conceituais que cês tão vendo aqui mostram que eles queriam evocar esse aspecto de pintura a óleo, mas... Funciona pra uma pintura, não pra um filme.

O design dos servos amaldiçoados até poderia seguir o conceito mais realista que o remake mesmo fez, mas com menos detalhes. De novo, menos é mais.

Ok, mas e o visual do Fera?
Eu dei uma olhada numas artes conceituais de 2017, e essas duas foram as que mais se encaixariam nesse novo conceito.


Olha isso, é ameaçador, é feio, é hostil, é animal, há pouca humanidade na primeira imagem, enquanto a segunda tenta manter algum aspecto humanóide na face, mas ainda soa fora desse mundo.
Also sim, não dá pra fazer um grandalhão como no desenho, mas ele poderia ser um pouco mais fortinho aí. Tá magrelo demais, parece até que não é criado pela Sra. Potts.

E sim, seria efeito prático. Não, eu não sei como convencer os produtores disso, já que fizeram testes com maquiagem e animatrônicos, mas no final das contas a CG ganhou, e todos vimos a aberração que foi.


Mas amigo, enquanto existir gente fazendo versão teatral de Bela e a Fera, VAI existir uma forma de fazer o Fera em live-action, ameaçador, grotesco, e emocional.

Elenco

Essa é a última parte e vai ser a mais rápida. No geral, o elenco do remake fez um bom trabalho, o problema era o roteiro que era uma desgraça. Nada a reclamar de Luke Evans, Dan Stevens, Josh Gad (embora o subplot de seu personagem só exista pra causar polêmica e assim como todos os outros subplots desse filme leva nada a lugar nenhum), e especialmente de Kevin Kline.

Sério, Maurice ser um relojoeiro gentil é PERFEITO pra esse filme, e Kline interpreta de uma maneira genuinamente adorável e simpática.
Mas Hermione.
...
Oh, Hermione...

Não há uma GOTA de carisma nela. Ela é tão expressiva que faz a Bella Swan parecer a Ludvine Sagnier. Miss Piggy tem mais carisma e emoção que Emma Watson como Bela. De fato, até Uncle Deadly seria uma melhor escolha pro papel.

Ok, então. Quem eu botaria no lugar de Emma Watson? Olhando a trivia do IMDB, descobre-se que outras atrizes foram cotadas pra ser Bella. Sabemos que Amanda Seyfried provavelmente vai ser a Rapunzel no remake, mas um dos nomes chama atenção.

Lily Collins.


Se ainda não viu Mirror, Mirror, vá ver, é incrivelmente divertido. Boa parte vem de Lily Collins como Branca de Neve. E os anões. E a rainha louca. E o princípe imitando um cachor-estou divagando.
Lily tem experiência em ser princesa, e DE FATO SE PARECE COM BELA. Um pouco de maquiagem, um toque no cabelo, e ela já tem as sobrancelhas que a heroína disneyana tem.

E ela sabe atuar e ser carismática, coisa que Hermione não conseguiu durante o filme.

A propósito, é engraçado como Alan Menken fez a música de Mirror, Mirror, Lily Collins é filha de Phil Collins (o cara lá de Tarzan), e o filme foi distribuído pela Fox.




E é assim que eu refaria o remake, do zero. Recontar a mesma história do mesmo jeito já é imbecil e desnecessário suficiente, mas com as adições que o remake fez tornaram o filme ainda mais obnóxio e desnecessário. Com esses conceitos, eu imagino que ao menos levaria o filme a uma rota diferente do que tivemos.

Se sairia um filme bom ou não, não é a questão, contanto que seja diferente. Eu respeito muito mais Alice do Burton do que Hermione e Zé Colméia só pelo fato de ser diferente em tom, história e design. Sim, eu já consigo ver todo mundo reclamando de não ter as músicas ou não ser a mesma história. Pra esse pessoal, minha sugestão seria rever o filme original.
Bando de sacripantas.

Also as artes conceituais foram feitas por Karl Lindberg, dá um pulo no ArtStation do cara, ele é talentoso.


Sugestões? Faria diferente? Quer outros filmes passando no mesmo tratamento que eu fiz? Comenta aí que eu avalio e vejo se é viável.

Aproveita que tu tá sem contato social há pelo menos 3 semanas e vê o filme com minha faixa de comentários. Eu seguro na tua mão e te mostro todos os elementos que tornam esse filme um completo desperdício de recursos.

Abre o filme MAS NÃO DÁ PLAY AINDA, a gente vai dar play junto, ok?



Aproveitnado o embalo, o post não foi patrocinado mas eu vou fazer propaganda mesmo assim. Quase todo mundo tá de quarentena nesse momento, então esse post em específico tá cheio de sugestão de coisa pra tu fazer.
De nada.


Disney Sorcerer's Arena é um RPG de celular onde tu bota diversos personagens Disney pra se enfrentarem. Embora ele pareça um pouco pay-to-win, mesmo se pagar em alguns casos tu precisa depender um pouco da sorte, então é uma parada balanceada.
A coisa mais importante dentro das batalhas é realmente a estratégia que tu usa cada habilidade de cada personagem, dá pra vencer batalha mesmo sem usar personagem por meios premium.

Tu pode colecionar heróis e vilões e enfrentar personagens clássicos e até obscuros, como os soldados de Frollo, as fadinhas de O Caldeirão Mágico, e até uma ninfa de Hércules, além de personagens das Silly Symphonies.

É um jogo absurdamente viciante que não necessariamente depende de energias pra ser jogado. Tem diversos eventos e campanhas diferentes com modalidades específicas (só herói/só vilão/só personagem de suporte, etc) que são desligados das energias que tu usa pra jogar.

Tem também modos diferentes de PvP, campanhas pra guildas, uma pancada de coisa.
Usa esse link pra me adicionar no jogo e se quiser me pede pra entrar na guilda/clube do blog, dá pra receber doação de outros membros e ganha ponto pra comprar coisa no jogo etc.

***

Sim, repostando os livros que eu mencionei no artigo, porque sei lá vai que tu esqueceu.

O primeiro é uma releitura do filme original com o twist que de fato adiciona bastante à história. Gostei muito do estilo de narrativa, a forma que ele descreve as cenas que tão cravadas a ferro e fogo nas nossas mentes, mas com detalhes que talvez passem desapercebidos e que funcionem pra essa narrativa.
Por algum motivo os objetos encantados não tem rosto, no entanto. Vai entender.

O segundo é um apanhado das duas versões do conto original, com comentários. O conto mais longo tem um final imbecil, mas vale a pena ler pra testemunhar o nível de absurdo.
Sério. A mãe da Bela é uma fada e o pai dela é um rei. É daí pra baixo.

O terceiro é um livro que eu achei interessante, fácil de ler, mas que distorce eventos do filme em prol de um clímax incrivelmente meh com justificativas meh. Deixei aí porque vai que alguém se interessa em ler, aparentemente é toda uma série envolvendo três bruxinhas que mexem na vida dos vilões Disney, mas eu não li os outros livros então wathever.




***
  Esse post foi feito com o apoio do padrim João Carlos. Caso queira contribuir com doações pro blog, dá um pulo lá no Padrim, que cê vai poder dar pitaco nos artigos futuros, ler artigos assim que forem terminados, e mimos aleatórios na medida do possível.
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2 comments

  1. +Kapan, gostei bastante do artigo!

    Se possível, continue com essa série de artigos que tentam consertar os remakes live action dos clássicos Disney!

    Obs: recentemente assisti um filme musical muito bom e gostaria que você comentasse sobre (em artigo ou em vídeo): O Vendedor de Ilusões (The Music Man), de 1962, que foi baseado em uma peça de teatro!

    Ainda no aguardo para uma resenha sobre a trilogia do Senhor dos Anéis!

    No mais, continue com o ótimo trabalho e aguardo resposta!

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    Respostas
    1. Não é exclusivo pra live-action da Disney, eu já tou pensando em refazer Rock and Rule. Provavelmente. Não sei.

      Hey, esse filme tem o Scuttle de Pequena Sereia e o Ron Howard, talvez eu veja esses dias.

      Excluir