Deu a Louca na Chapeuzinho (1 e 2)


Cês lembram do tempo que Shrek era levado a sério?

Eu juro, isso aconteceu durante um período! Foi logo quando a Disney começou a perder o gás e a DreamWorks chegou batendo de frente com a Casa do Rato, e Shrek era o filme que zoava os contos de fada que a empresa do velho Elias prezava tanto. Shrek era o bully do ensino médio que batia nos moleques do fundamental por motivo nenhum exceto que eles brincavam de BeyBlade, Pokémon, ou alguma coisa do tipo.

E tal qual nos meus tempos estudantis, vários outros moleques maiores se juntavam ao coro do zoador, tentando imitar sua maneira única de caçoar de alguém que aparentemente se mantinha preso ao passado. Levou uns bons 6 anos até a Disney tentar entrar na fórmula com Encantada.

Mas isso é assunto pra outro dia, porque hoje veremos Deu a Louca na Chapeuzinho 1 e 2.


Sim, caso não saiba, teve dois filmes dessa série. Talvez alguns de vocês a tenham como uma memória agradável de infância, querendo superestimar seu valor real numa tentativa de valorizar uma lembrança afetiva pessoal.

E eu tou aqui pra destroçar sua memória afetiva, pisar nos cacos, cuspir em cima e te mostrar como você tá errado e tudo que você se lembra de seu passado é uma mentira derivada do excesso de química que injetam nos potes de açaí que vocês tomam aos litros como se fossem animais no deserto ao redor de um oásis seco e devido ao calor suas mentes fracas projetam uma ilusão que sacia a fome e a sede mesmo comendo areia pura com insetos vivos achando que são jujubas e kiwis cortados em rodelas.

...

Ou só dar uma análise crítica e objetiva dos filmes, sei lá.




Deu a Louca na Chapeuzinho (Hoodwinked, 2006)


Eu lembro de ser MUITO moleque e ter lido algo sobre o filme em alguma Mundo Estranho ou ISTOÉ ou Veja na biblioteca da minha escola. E só no ano seguinte que eu veria o filme, gravado em um VCD. Então... sim, eu tenho uma certa memória desse filme. Mas ao mesmo tempo, não é um filme que fosse tão memorável quanto deveria ser.

A produção do filme é no mínimo, curiosa. Dois irmãos abriram uma companhia de filmes (que curiosamente não se chamava Filmes Dois Irmãos), e lançaram um filme que ninguém ouviu falar e ninguém se importa. Daí começaram a fazer pitchs pra um dos investidores do tal filme, que era admirador de animação e soube que um dos irmãos trabalhou em Wobots.

Sim, Wobots.

...como assim cê não conhece Wobots??

...

Nem eu.

Mas vejam aí uma palhinha:




...

A parte mais triste é que ainda parece melhor que as coisas que a Videobrinquedo faz.


Enfim, o tal investidor sugeriu que fizessem um conto de fada com um "twist", tipo Cinderela e Pinóquio. Mas como Válter já tinha feito e já tava tão marcado no inconsciente coletivo, que os irmãos preferiram fazer alguma história diferente. Depois de ver histórias de crime não-linear como Pulp Fiction, Memento, e o episódio Will Goes a Courtin de Um Maluco no Pedaço, eles se empolgaram e mandaram a idéia "CHAPEUZINHO VERMELHO MAS É UM CRIME E TODO MUNDO TEM SUA VERSÃO DA HISTÓRIA", o que fez o maluco lá dar grana pros caras sem nem ter um roteiro.

Como era um filme independente, foi tudo feito em cima das coxas. Testes preliminares foram feitos com crianças das redondezas (que adoraram o bode e o esquilo, o que impediu que tirassem o bode e aumentassem o papel do esquilo), o elenco seria composto de gente da família, a animação foi toda feita nas Filipinas, etc.

A produção do filme foi feito com o mínimo necessário, fazendo o possível pra cortar gastos. Por exemplo, não só ele foi animado nas Filipinas, mas foi feita no Maya. Isso levou eles a projetarem o visual do filme pra parecer um stop-motion da Rankin/Bass. Com o filme completo, eles mostraram em festivais de cinema e atraiu a atenção de um estúdio cujos fundadores tinham acabado de romper com a Disney após altas tretas corporativas: a Weinstein Company.

Sim, AQUELE Weinstein.

Reconstituição: Harvey Weinstein no teste
de Anne Hathaway pro papel principal

Com o acordo de distribuição, conseguiram atores de maior calibre na indústria, o que os levou a substituir Tara Strong no papel principal por Anne Hathaway, além de conseguir nomes como Glenn Close, Jim Belushi e mantendo alguns como Patrick Warburton e Andy Dick (o sidekick cientista do live action de Inspetor Bugiganga). Ainda assim, a filha do produtor dubla o passarinho que conversa com Chapeuzinho no começo da história dela, e um amigo de infância do diretor e sua esposa também tem papéis no filme. A mulher dubla uma repórter e o cara... Benjy Gaither.

Talvez cê não conheça, mas ele é um cantor gospel americano, e tem um estúdio de animação chamado Live Bait Productions. E se tu acompanha algum YouTuber de animação (como Saberspark e Mr. Enter) deve estar familiarizado com os nome Dorbees e Gaither's Pound.

...dá uma googleada aí que tu vai ter uma noção do nível.

A propósito, a versão original do filme ainda existe, mas tá oficialmente perdida. Provavelmente com um dos diretores do filme ou num cofre dos irmãos Weinstein, do lado da tailandesa acorrentada de 12 anos que animava as festas do escritório.

Eu só queria mencionar esses dois desenhos mesmo, enfim.

Ok, agora sim, vamos ao filme.


A história começa com Chapeuzinho Vermelho indo entregar doces, enquanto algum ladrão de receitas anda à solta na floresta roubando máquINAS AGRÍCOLAS, NÉ? Digo... Receitas. E por algum motivo, o mercado de doces é a única coisa que importa nessa floresta. E é um mercado muito competitivo porque aparentemente quase todo mundo tem ao menos uma barraquinha de brigadeiro.

E ao visitar sua vovozinha, Chapéu encontra o Lobo se passando pela anciã, que por sua vez tá amarrada no armário, e no meio disso tudo um lenhador invade a casa berrando, o que atrai a polícia e um sapo detetive, que eu lembro perfeitamente que na dublagem BR era o mesmo dublador do Monk e eu achava isso o máximo na época.

E então vemos cada uma das histórias por um ponto de vista diferente, mostrando, assim como os Transformers, que são "more than meets the eye".


A idéia de pegar um conto de fadas e subverter pra dar tons cômicos ou críticos a alguma coisa (seja à sociedade ou à própria história) não é novo, é literalmente o mais lugar-comum que já existe. O que é estranho se pensar que, quando se conta um conto de fadas da forma mais fidedigna aos originais, geralmente é visto como subversivo e sombrio, caindo no mesmo balaio de, sei lá, Dorothy Must Die.

A diferença de Deu a Louca é que, ao contrário de Shrek, ele não tenta ser uma comédia edgy e prefere ficar no family-friendly (até pelos irmãos diretores serem cristãos, provavelmente), e... Eles sucedem. Relativamente.

A comédia é algo muito tentativa e erro, vez ou outra ele tem um diálogo inteligente e engraçado com uma entrega que faz o negócio funcionar, e outras simplesmente caem no chão. O Lobo Mau, por exemplo, é uma paródia de Fletch, que... nenhuma criança iria entender. Mas que funcionam a seu próprio modo mesmo sem conhecer o material original, o que é um sinal de trabalho bem-feito.
Na real, o problema maior é que é uma idéia muito daora no papel, mas na execução... Eh.

Tem que ser um escritor muito competente pra fazer algo interessante com esse conceito, além de... Bom, um orçamento decente. Os caras não podiam se dar ao luxo de re-animar uma cena depois de pronta, então o roteiro teve que ser finalizado antes que a animação acontecesse. Provavelmente isso deve ter prejudicado MUITO o refino do roteiro, parece ago muito básico pra um roteiro final. O cara mesmo disse numa entrevista, "tem 10 coisas que eu quero ajeitar nessa cena, só termos orçamento pra 3. Ajeita as 3 e bola pra frente".


Outro problema do filme é a repetição de arcos. Durante boa parte do filme estamos revendo a mesma história e sabemos como termina, e mesmo com as variações de cada personagem (que são  de fato, bem boladas), acaba se tornando cansativo e sentimos que estamos girando em círculos, ao final de tudo. É quase o mesmo efeito que dá se tu maratonar De Volta pro Futuro, chega um momento que cansa rever a mesma história.

O que salva são os personagens, que são divertidos, mas depois de um tempo parecem ter oferecido tudo que tinham pra mostrar. Red é campeã de caratê e quer algo mais da vida; Lobo é um repórter investigativo (o maior gimmick dele é que ninguém repara que é ele mesmo com os disfarces; o que é um bom callback aos desenhos da Era de Ouro e televisiva) ajudado por um esquilo hiperativo.

Sim, veio no mesmo periodo de Os Sem-Floresta, mas Hammy foi criado em 95 então... Sei lá.

Mas provavelmente algumas piadas que dependem mais de slapstick ou alguma reação dos personagens acabam sendo prejudicadas pela animação.

Que é de longe a pior coisa do filme, mas vamos com calma.

-Mas chefe...
-Eu falei, AJEITA 3 COISA E BOLA PRA FRENTE.

Fazendo um apanhado rápido dos filmes animados em 3D de 2005, temos Madagascar, Robôs, Chicken Little e Valiant. Chicken Little custou 150 milhões, Madagascar e Robôs custaram 75 milhões, e Valiant que é o mais esquecido desse grupo custou 35 milhões. Cada um variando em seus níveis de qualidade (com Valiant sendo o mais feio e pior no geral e Chicken Little sendo aceitável de uma equipe que não era acostumada ao 3D), podemos concordar que são números razoáveis pra filmes mainstream. Cada um arrecadou ao menos 250 milhões (exceto Valiant que fez 61 milhões).

Sabe quanto custou Deu a Louca na Chapeuzinho?

Menos de 8 milhões.

E arrecadou 110 milhões.

CENTO E DEZ MILHÕES!!!

POIS É!!

Na época o filme foi visto como um herói da animação, o equivalente a Pulp Fiction da sua mídia.
Sim, animação é uma mídia e não um gênero, que se lasquem todos que botam animação no mesmo patamar de terror ou comédia.

Às vezes a gente tem que lembrar que a grama é verde. Enfim.

Esse preço, o fato que foi animado e produzido por gente com pouca experiência em um país asiático praticamente ignorado são fatores vistos na tela. Os modelos são mal acabados com um rigging bisonho, as texturas são planas, e a animação em si é bem básica, embora eficaz, mas vez ou outra deixa a peteca cair.

Alguns personagens não conseguem passar a emoção necessária, limitados pelo rigging meio frouxo (veja de novo a imagem da Chapéu encontrando o Lobo, lá em cima. Note que a expressão dela é de tristeza, mas o tom da voz indica indignação e raiva). Mas ao menos tem um ponto positivo: tem mais emoção que o remake de Rei Leão que custou o equivalente ao PIB da Bahia (até o fechamento desse artigo).

TOMA ESSA DISNEY! NA SUA CARA!


Os personagens principais são os melhores acabados, ao contrários dos que só aparecem por uma ou duas cenas, como o passarinho dublado pela filha do produtor ou as crianças que compram schnitzel. O design gráfico é tosco de propósito, como eu mencionei antes, se assemelhando ao stop motion da Rankin/Bass. Só que... Não tem o mesmo charme. Não parece ter esforço, embora eu saiba que dá um trabalho desgraçado de fazer esse tipo de coisa, ainda mais com as limitações deles.

De fato, eu não me surpreenderia se eles tiverem usado mesmas técnicas de cutscenes de jogos de Xbox. Não é algo tão impossível de fazer, só não é usual; o único exemplo que me vem à mente agora é Next-Gen, que saiu um dia desses comparado a Hoodwinked!. De fato, se botar um trecho de Whacked! no meio do filme só vão notar a diferença depois que o trecho acabar e se perguntando "pera quem raio era aquela moça de cabelo azul vestindo barras de censura e porque ela tá nesse filme?".

Até o ponto de exclamação os dois filmes tem. Huh.

A propósito, eu tenho que dar um parabéns pra dublagem original, que conseguiu ser um festival de celebridades reconhecíveis mas sem nunca dar aquele efeito "celebridade dublando personagem".


Deu a Louca na Chapeuzinho é um filme muito 8 ou 80. Por um lado ele sabe de suas limitações e tenta fazer o melhor possível pra contorná-las, e o conceito é legitimamente interessante e tem umas boas sacadas. Não é à toa que fez 110 milhões de bilheteria.

Ao mesmo tempo, é um filme que foi esquecido e por bons motivos. Depois de um tempo ele se torna previsível e cansativo, não é engraçado o suficiente pra adultos, as referências que ele faz não são relevantes pra crianças, e a repetição da história principal mesmo com os twists acaba dando a sensação de que estamos andando em círculos.



Mas ao menos é um filme inofensivo. Eu literalmente não consigo pensar em nenhuma piada que me fez chorar de rir, mas também nenhuma que me fez sentir vergonha alheia. Nenhuma moral é exatamente errada e os personagens parecem aprender a lição ao final.

É um filme razoável pra deixar crianças quietas por algum tempo, mas que não é um martírio pros pais assistirem enquanto vigiam as crianças e fazem coisas de adulto, como calcular contas e chorar depressivamente se perguntando onde foi parar aquela sua versão jovem e cheia de energia e sonhos e o que ela pensaria de si hoje enquanto a ansiedade sapateia de braços dados com a baixa auto-estima como se fossem limpadores de chaminé em Mary Poppins.



Deu a Louca na Chapeuzinho 2 (Hoodwinked Too! Hood vs. Evil, 2011)


Caso cê tenha esquecido, no final do primeiro Hoodwinked, o detetive sapo lá chama os protagonistas pra uma agência de espionagem que ele tava criando. E sim, esse filme veio ANTES de Homem de Ferro, o que mostra como esse final envelheceu incrivelmente bem.

Não, sério, para pra pensar um segundo. Fazer esse tipo de teaser é algo que os filmes fazem desde os anos 80, e durante essa época filmes de heróis como Quarteto Fantástico e X-Men usavam muito pra deixar os fãs empolgados pro próximo filme. Homem de Ferro e Hulk começaram a fazer isso mas ainda era no campo do wishful thinking, algo como uma aposta pra ver se o público aprovaria. Colocar atores do calibre de Samuel L. Jackson e RDJ pra fazer uma ponta num pós-créditos em filmes de estúdios diferentes era algo que nenhum dos outros filmes com pós-créditos fizeram. Ao menos não tentando fazer uma ligação assim.


Mas não só isso, o final de Hoodwinked especificamente mostra o mesmo set-up pra formação da Shield. Antes de Homem de Ferro.

Eu não sei exatamente o que levou os caras a fazer esse final, mas envelheceu muito bem.

Enfim, agora que os caras tem um orçamento de verdade e animação feita por um estúdio de verdade e com outro cara dirigindo o projeto, será que é um filme melhor que o primeiro?

A internet diz que não, mas eu digo que sim.


A história começa numa missão de salvamento da Shield de Fadas onde Lobo, Vovó, e o esquilo tentam resgatar João e Maria da casa da bruxa. Mas Vovó é sequestrada pela bruxa e Lobo culpa o fracasso da missão na falta de Chapeuzinho, que foi treinar com a filial karateka de Shokugeki no Souma.

Sim é um mosteiro pra mulheres que treinam kung-fu culinário. Inclusive, a receita do doce supremo foi roubada pela bruxa de João e Maria, e Chapeuzinho agora tem que se juntar ao Lobo Mau pra resgatar sua avó. Porque agora é um buddy cop movie!

E com kung-fu!

...sério como o pessoal consegue não gostar desse filme?


Embora o nível das piadas ainda seja tentativa e erro, ainda é um filme com uma história engajante e algumas piadas conseguem te pegar desprevenido e saem de cena tão cedo quanto deveriam. É bem mais que filmes "Movie Movie" conseguem fazer e explora mais o universo estabelecido no primeiro filme.

Ele continua o tema de que "nem tudo é o que parece" e nos mostra personagens como Os Três Porquinhos, que agora são um esquadrão de mercenários que caçam o Lobo Mau; o Gigante de João e o Pé de Feijão é dono de um restaurante de luxo nas nuvens; e Bo Peep é uma das agentes lá da agência que usa suas ovelhas treinadas no ramo de "digitar o teclado freneticamente e vomitar tecno-babble". Que nem aquele pessoal da Nerv em Evangelion cuja justificativa pra existirem era despejar informações sobre o status dos robôs e Anjos.

E ele ainda tem o excesso de referência a cultura pop que o original tinha, mas agora com ORÇAMENTOOOOOOO!!! Tem coisas que simplesmente existem tipo a mestra da Chapeuzinho usar uma faixa do Karate Kid ou a Vovó com o macacão de Kill Bill, mas.. É.


No primeiro filme não tínhamos muito espaço nem tempo pra conhecer os personagens, conhecíamos a história original e o filme nos surpreendia em como não só os personagens eram diferentes do que esperávamos, eles eram diferentes a um nível que a história continuava a progredir naturalmente. Mas agora temos uma dinâmica mais interessante entre os personagens, podemos passar um pouco mais de tempo com eles e ver como tentam se acertar pra resolver esse caso.

É uma pena que... Embora a história geral do filme seja mais interessante e a narrativa prossiga pra frente ao invés de círculos/espirais, o arco pessoal de cada personagem é um tanto quanto clichê demais. É literalmente um buddy cop movie e pouco se faz pra adicionar à história, que acaba se focando mais nas piadas e menos em desenvolvimento de personagem. O problema é que ele tenta fazer as duas coisas ao invés de focar mais em uma, e o roteiro não tem espaço pra se desenvolver como deveria.

Talvez pelas piadas serem menos do universo de buddy cop e mais fantasia, mas ao final do filme dá a sensação de que poderia ter trabalhado melhor nesse aspecto. Dá pra dar um desenvolvimento e crescimento aos personagens ao mesmo tempo em que se faz piadas, mas o filme parece não ter um foco.


E de novo, assim como o primeiro, é um filme inofensivo. Não é doentiamente ruim nem tem nada que seja edgy ou levemente obsceno. É um filme de ação e policial que usa alguns clichês de cultura pop e contos de fada, e faz bem seu serviço. Infelizmente veio muito tempo depois do original e toda vez que eu via o DVD nas Lojas Americanas eu grunhia internamente.

Wich proves a cover is not the book, so open it up and take a look!

...não, sem piada. É hilário como tanto esse como o primeiro filme parecem tomar (consciente ou não) esse conceito de "não julgar pela aparência". Eu achei que o filme original era bem mais engraçado e divertido, mas não era. Eu achei que a sequência era um pé no saco, mas não era, era até mais divertida que o primeiro. Então porque tanta gente odeia a sequência?


Talvez pelo filtro cor-de-rosa da infância que exagera a qualidade do primeiro, ou pela expectativa que tinham conhecendo o original. Eles provavelmente esperavam uma recontagem de uma história por múltiplos ângulos como o primeiro, mas se fizessem de novo seria um atestado de falta de criatividade, tem outros gêneros de filme que dá pra parodiar. Raios, se não tivesse sido um desastre épico na bilheteria (custou 30 milhões e arrecadou menos de 20) talvez eles fossem querer satirizar Vingadores.

Ou talvez não. A essa altura nem Shrek tinha mais a credibilidade de quando Hoodwinked saiu em 2006, o gênero de paródia tava sendo progressivamente assassinado por Jason Friedberg e Aaron Seltzer, então nada colabora em prol desse filme.

Nem Patrick Warburton, que lembra ter se divertido muito na gravação do primeiro filme, pouco tem a lembrar do segundo. Então... É. É um filme tecnicamente melhor que o primeiro, mas fora do tempo e sem o mesmo carinho e liberdade. Talvez até pelo fato dos criadores originais terem se distanciado do projeto.

Eu sempre achei que depois do primeiro filme o caminho natural seria uma série animada. Imagina que daora, Chapeuzinho e Lobo como essa dupla que não se dá exatamente bem tendo que resolver casos de contos de fada onde nada é realmente o que parece. As possibilidades que isso abre!

Mas ao menos temos Fairy Tale Police Department.


***

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4 comments

  1. +Kapan, gostei bastante da resenha!

    Lembro que fui assistir Deu a Louca na Chapeuzinho nos cinemas em 2006 e gostei muito, a ponto de comprar o DVD e assistir várias vezes!

    O segundo filme assisti pouco e não me pareceu mais memorável do que o primeiro!

    Obs: Kapan, poderia criar um post sobre as melhores histórias Elseworlds que a DC Comics poderia adaptar para o cinema, seguindo o exemplo do filme Joker (apesar de não ser baseado nos quadrinhos)?

    Alguns exemplos:

    1) Liga da Justiça: A Nova Fronteira;
    2) Reino do Amanhã;
    3) Grandes Astros Superman;
    4) Histórias da Terra 1 (Superman Terra 1, Batman Terra 1, Mulher-Maravilha Terra 1, Lanterna Verde Terra 1, entre outras);
    5) Terra 17 - Justice Riders (uma versão da Liga da Justiça do Velho-Oeste);
    6) Liga da Justiça: O Prego;
    7) Green Lantern: Evil's Might (uma versão steampunk do Lanterna Verde no ano de 1888);

    Entre várias outras!

    No mais, continue com o ótimo trabalho e aguardo resposta!

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    1. Ow o DVD tinha algum bônus ou algo do tipo? O VCD não tinha espaço pra isso, era só o filme mesmo.
      A capa do segundo também não ajuda a vender, já começa daí ahueaheua

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  2. Boa critica! lembro que a primeira vez que fui no shopping, na vida, vi o primeiro filme em cartaz; mas só iria assisti-lo muuuito tempo depois. ate hoje eu assisto ano a ano, mas acho que o que fez o primeiro ser mais aclamado do que o segundo era exatamente a simplicidade do roteiro e dos personagens (aquele lance de menos é mais) creio que o segundo filme ficou muito frenético,e o enredo tentou criar uma "saga de mocinhos contra organização do super do mal" e tipo ficou muito rebuscado, mas é né! Talvez não ter muito orçamento pro primeiro filme, fez com que eles tivessem que fazer algo mais simplório e foi exatamente o que cativou o publico, no primeiro, os personagens eram mais explorados o que fez a gente sentir mais afeto por eles e já no segundo?! cof cof
    ...

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    Respostas
    1. Sim, o primeiro filme era mais simples e fácil de seguir, fora que era algo que Shrek fazia mas ao mesmo tempo não era.
      Eu sei lá, os anos 2000 pra animação foram meio bizarros, experimentais demais hauehauehau

      Mas a falta dos criadores originais no segundo também afeta, parece que o pessoal novo não entendeu exatamente qual era o lance que fez o pessoal gostar do primeiro filme.

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