Tainá - A Franquia


Lá pelos anos 90, por algum motivo a ecologia atingiu o mainstream. Começou a pipocar filme pra criança pregando o salvamento de baleias, florestas, animais, e colocando o ser humano como principal vilão. Claro que esse tipo de história não era novidade, Dr. Seuss fez isso de uma forma magistral com O Lorax nos anos 70, algo que o remake tentou estragar o máximo que pôde.

Mas nos anos 90 a parada ficou ridícula, e os filmes mantinham uma certa constância no nível de retardo e abuso de clichês. Free Willy, Ferngully, Era uma Vez na Floresta, O Defensor, 3 Ninjas em Apuros, só pra citar alguns.

Mas como no Brasil tudo chega atrasado, só fomos embarcar de vez nessa idéia lá pelos anos 2000, com Tainá. E é sobre essa franquia que falaremos hoje!

Sim, franquia. Tem mais coisa de Tainá do que tu lembra ou pensa.

Então, avante!



Tainá - Uma Aventura na Amazônia (2000)

Eu não me lembro se teve tanto estardalhaço pra esse filme na época. Eu lembro de ter visto no cinema, e ter algumas reportagens sobre ele nos jornais e até uma edição da revista Recreio, mas pode ser uma memória falsa. É ridiculamente difícil achar qualquer material sobre o filme, geralmente acaba dando resultado sobre alguma cantora ou modelo com o mesmo nome.


Enfim, o filme conta sobre a indiazinha Tainá. Ou ao menos é o que ele foca, porque a história mesmo é sobre um bando de caçadores de animais silvestres que recebe o trabalho de capturar dois espécimes de macaco laguatrix. Ou lacoatrix. Lagotrix. Que seja. Os americanos que os contrataram insistem que seja uma mãe e um filhote, e assim eles o fazem, até que o macaquinho foge e Tainá o adota, chamando-o de Catu, que segundo seu avô significa "bonito".

Tainá então encontra Rui, um piloto de avião que faz amizade com a menina e a deixa numa aldeia próxima, já que seu avô faleceu pouco tempo antes. Nessa aldeia, Tainá encontra Juninho (ou Joninho, segundo a Wikipédia), filho de uma cientista que estuda os macacos em busca de uma cura pra febre da selva.
Sei lá se essa febre existe mesmo ou é só um nome chamativo pra filmes exploitation de guerreiras amazonas e quadrinhos japoneses de romance.


Seja como for, Junin e Tainá resolvem fugir porque o moleque odeia aquele lugar e quer ir com o pai dele pra cidade. O filme sugere bem por cima que os pais são divorciados e a mãe ficou com a guarda, mas nada é explícito porque seria explanação demais pra um filme pra crianças, aparentemente. E nisso Junin passa por experiências que o farão se habituar mais à selva e descobrir a coragem interior adormecida quando ele e Tainá precisam enfrentar os vilões e salvar os animaizinhos.

Ok, cês sabem que eu gosto de filme pra criança. Eu acho interessante como dá pra colocar conceitos complexos de uma forma simplificada que pode ser compreendidos por mentes em desenvolvimento cuja maior preocupação é que horas que vai poder comer bolacha recheada e se vai dar tempo de cortar o cabelo e voltar pra assistir Rupert. É uma arte difícil e é algo apreciável.


Tainá tenta pegar o clima de aventura, mas o ritmo do filme é meio tronxo, a começar pela edição. As cenas e as transições são feitas de uma forma quase artesanal, sem muito pensamento ou refino, às vezes parece que são cenas soltas que acidentalmente contam uma história. Talvez porque ele corte muitas vezes pra mostrar bichos da floresta sem a intenção de criar algum clima. Por exemplo, quando Junin se perde na floresta a câmera corta pra closes dos bichos ao redor, mostrando a tensão e apavoramento do Junin. Mas em outros momentos eles só tão lá, sem muito propósito.

Ou talvez o propósito seja de construir o mundo ao redor, mas o filme também falha nisso, ao nos mostrar só Tainá e seu avô (que eu presumo que seja um pajé) e o resto dos personagens sendo alheios à vida indígena. Claro, tem o pessoal da tribo que o Rui deixa a Tainá, mas não passamos muito tempo com eles nem os conhecemos nem conhecemos o mundo através deles.


De fato, Tainá é uma personagem incrivelmente rasa, mas dado as circunstâncias, eu não vejo como poderia ter sido diferente. Eunice Baía era uma pivetinha adorável e ganhou o papel pelo fator de fofura e simpatia, mas ela não sabia ler e precisou de ajuda pra decorar as falas. Logo, não dava pra exigir muito da guria pra criar uma personagem mais complexa.

Tainá é muito uma Mary Sue: ela entende a floresta como ninguém, praticamente todo mundo que conhece gosta dela, e ela nunca parece perder nada. Mas ao mesmo tempo, talvez essa tenha sido a intenção desde o começo. Numa das primeiras cenas, um dos caçadores diz que os animais que ela salvou foi obra do Curupira. E lá pro final, Tainá some do nada. Talvez a idéia é que Tainá fosse uma espécie de lenda, algo idealizado, ao invés de uma personagem real, com falhas e um arco narrativo sólido.

Mas ela também parece ser a protagonista do filme... Mas não é verdade. Só vamos conhecer o real protagonista, Junin, lá pela metade. Ou até Catu, Catu também meio que é o protagonista...? Eu acho...? Ele não... aprende nada e não tem um arco narrativo bem estabelecido, ele é mais uma ferramenta narrativa pra botar Tainá na mira dos caçadores.


Mas Tainá é engraçadinha, simpática, fofolete, e chocolatante, então tem passe livre pra ser o quão rasa ela quiser. Outros personagens também são igualmente planos e monótonos, embora os motivos sejam outros. Gente que escreve filme pra criança (especialmente esses que querem passar alguma moral) não querem que sejam mal-compreendidos, então os personagens tem uma personalidade e modo de agir bem fixo dentro de um eixo "bom-mau". Os bandidos são feios e sujos visualmente, exceto pela guria inocente de bom coração que não gosta do Shoba caçar animais. Então... porque ela tá com ele? Enfim.

Os vilões americanos são o oposto, mas tem aquela forma maquiavelicamente Disneyana de agir. Algo próximo da Medusa e do outro carinha lá que eu esqueci o nome de Bernardo e Bianca. O pessoal da tribo é simpático e visualmente agradáveis, etc.


Shoba até demonstra traços de alguma complexidade, quando ele é preso e diz que "quando a floresta acabar e tiver bicho por todo o mundo eu vou ser o herói" ou algo assim. E... ele tem um ponto, mas o que o torna vilão são as maneiras que ele tenta atingir esse objetivo. Normalmente um bom vilão se vê justificado, se vê como um herói, mas usa de meios anti-éticos pra atingir suas metas. E a cientista mãe do Junin não quer vender a pesquisa sobre a febre pros americanos porque...

...

...capitalismo mau, eu acho...? Nunca explicam direito, mas ela não quer se desfazer de uma pesquisa que pode salvar milhares de vidas por um preço. E não há outra alternativa, a não ser esconder o disquete com a pesquisa dos "americanos colonizadores". Num filme inteligente, ela se juntaria com alguma faculdade ou laboratório de respeito ao invés de esconder uma possível cura pra uma doença.


Junin é o típico moleque de cidade grande que odeia o campo mas aos poucos passa a gostar porque Tainá desperta a coragem nele ou algo assim. De novo, esse moleque era pra ser o protagonista do filme, mas só vai ser apresentado lá pela metade. Nesse caso, é até bom que ele seja um personagem simplório, o pouco que vemos dele é suficiente pra que a catarse do arco seja satisfatória.
Also, ele referencia Zelda e BANJO-KAZUÍ (sic) no meio do filme. Eu DEFINITIVAMENTE não esperava menção a jogos de Nintendo 64 nesse filme.

O resto dos personagens é tão meh que nem vale a pena discorrer tanto, é tudo muito básico, mas suficiente pra esse tipo de filme. Boca e Biriba são os capangas tão incompetentes que fariam os Bandidos Molhados parecerem os Onze de Ocean; Rui e Isabel são o casal "chove-não-molha" não-oficial; os gringos tem um sotaque mais falso que sua ex, e por aí vai.


O que é zoado é o histórico dos atores. O moleque que fez o Junin pegou uma época boa quando moleque, fazendo uma ponta num curta com a Magda do Sai de Baixo onde a coleguinha de sala diz que os bebês vem quando o papai sufoca a mamãe. Na mesma época ele também fez um remake de Meu Pé de Laranja Lima e alguma participação na série da Tiazinha.

O Boca eu jurava que tinha visto ele em algum lugar, no começo achei que ele fosse o Horácio de Sob Nova Direção, mas esse era outro cara gordo com cara de abobado. O Boca  na real era interpretado pelo Professor Afrânio de Malhação, mas o filme conta com o Franco de Sob Nova Direção como um dos gringos. O que é irônico, porque o Boca é interpretado por um ator americano naturalizado brasileiro, e também foi preso por bater na ex-mulher.


O resto dos atores ou teve a carreira interrompida ou fizeram pouca coisa conhecida, no geral. A mãe do Junin tava morando na Itália e voltou pro Brasil tem pouco tempo; o Biriba virou secretário da cultura do Amazonas ou algo do tipo; e Eunice Baía é o mais próximo que temos de um Jason David Frank com a adorabilidade e fofuleza da Auli'i Cravalho. Os únicos papéis que ela interpretou na vida foram Tainá e outras índias em cameos no Sítio do Pica-Pau Amarelo e na minissérie Amazônia. Auli'i ainda tá diversificando os papéis, mas ela vai ser a Ariel em uma versão teatral agora, o que deve ter feito ao menos 3 artistas do DeviantArt terem convulsões.

Hoje ela é designer de moda, é mãe e não tem a mínima intenção de voltar a atuar. Embora eu ache que um plot interessante possa existir pra um retorno aos personagens. Imagina aí, Tainá adulta tomando de conta da aldeia de órfãos (mais detalhes no próximo filme) Junin visita a Amazônia com a namorada a negócios, reencontra Tainá e se apaixona de novo por ela.
Se bem que o mais próximo de um par romântico iria aparecer no próximo filme... Nesse caso dá pra fazer o exato mesmo plot só que trocando os personagens. Enfim.


Tainá é um filme imperfeito demais, mas é muito "feels good" pra me irritar. A narrativa é tronxa, o ritmo é amalucado, a edição é meio desleixada, a protagonista é tão interessante e identificável quanto a Rey; mas ao mesmo tempo é uma história confortavelmente bobinha e previsível, embora algumas cenas pareçam levar nada ao lugar nenhum são ao menos bonitas de se olhar, a edição dá uns ares de Hayao MIyazaki onde o sentimento é mais importante que a lógica, e Tainá é adorável o suficiente pra que perdoemos sua falta de humanidade e interesse, tal qual a Daisy Ridley.

Ao menos ele não é preachy como... Sei lá, Ferngully, que é tão pretensioso que poderia muito bem ter dedo do Al Gore ou da Greta Thornberry.

É um filme com mensagem ecológica, mas com trapalhadas cartunescas e aventura o suficiente pra que a mensagem não seja martelada. É um filme inofensivo, ao menos.




Tainá 2 - A Aventura Continua (2004)


Eu falei lá em cima que eu vi Tainá no cinema. Eu só digo isso porque minha mãe confirma, porque eu absolutamente não tenho lembrança de ter visto Tainá no cinema. Eu lembro de ver na TV com meu avô e meu primo, mas... só. Provavelmente em algum fim de ano, eu tenho quase certeza que uma das vezes que passou foi na época de Natal na Sessão da Tarde.

Enfim, Tainá 2 é outra história, eu tenho CERTEZA que assisti, inclusive no Iguatemi. E ironicamente, eu mal lembro do filme, e após rever... pouca coisa mudou.


Tainá agora é uma mocinha crescida que ao contrário dos índios normais, usa um tipo de vestido que cobre todo o corpo. Provavelmente porque Eunice já tinha 14 anos na época e não seria uma boa estratégia de marketing ter uma menor de idade com curvas em estado de formação completamente à vista durante 90% do filme. Digo, temos uma cena de nudez do moleque de quase a mesma idade, mas se tem algo que se aprende nessa vida é que nudez masculina é engraçada e nudez feminina é errado.
É que nem piada de estupro: com homem é hilário e com mulher te rende um processo.

Agora, a roupa dela funciona em prol da nova personalidade dela no filme. Ao que parece, Tainá realmente tomou pra si o papel de defensora da floresta, e passa seus dias a desarmar armadilhas de animais enquanto grita "YÁ!" a cada desarme bem-sucedido. Ela ignora que os mesmos caçadores que armaram as armadilhas possam estar nas redondezas e o fato de gritar diversas vezes em um curto período de tempo possa revelar sua localização, o que a torna praticamente uma ninja da amazônia.

Rule of Cool.

Essa imagem evidencia o fato que deve ter sido
um INFERNO organizar crianças E animais pra gravar as cenas.

Entre uma missão e outra, Tainá toma conta de uma tribo de kurumins presumidamente órfãos, porque nenhum dos pais estão à vista. Não sei se por limitações de orçamento ou por não quererem mostrar tanta pele em um filme pra crianças, mas é um conceito interessante. As crianças da tribo adotam animais igualmente órfãos, chamados de xirimbabo. Ou cherimbabo, sei lá.
Enquanto Tainá tá fora, o Pajé Tatu alguma-coisa que toma de conta. Lembrem disso, vai ser importante.

Ok, enquanto tudo isso acontece, temos Carlito, um moleque da cidade cujo cãozinho Bóris se perde na selva. Ele pede ajuda a seu pai que trabalha como guarda florestal ou alguma coisa assim, mas o velho rejeita porque é como procurar uma agulha num palheiro. Relevante mencionar que ele pilota um barco inflável com motor e uma asa delta, que me faz indagar se isso é realmente plausível ou se o cara é tipo um Professor Pardal da mata.

Sem o auxílio do pai, Carlito decide ir atrás de Bóris sozinho, mas descobre que o cãozinho fora adotado por Catiti, uma pivetinha uber-adorável que quer ser que nem Tainá e imita a menina nos trejeitos e ânsia por defender a floresta.
Sim, esse filme veio um ano depois de Mogli 2.


Mas eles também encontram traficantes de animais, e dessa vez os vilões buscam especificamente filhotes de animais, porque plot. Eu não reconheço nenhum dos atores ali (exceto o Leandro Hassum Gordo) e os personagens não chegam aos pés dos vilões originais. São vilões genéricos e simplórios com personalidades tão rasas que fariam o Esqueleto do He-Man se parecer com Thanos.

Sério! Tem uma hora que a Catiti sobre numa árvore pra proteger uma macaca e o vilão que parece o Agostinho Carrara se fosse um vilão de James Bond taca a serra elétrica na árvore e berra "Eu vou cortar o bem pela raiz!" 

NEM CRUELLA DEVIL DIRIA UMA COISA DESSAS, e olha que as motivações dela são quase do mesmo nível desses caras. Nem os outros vilões Disney defendem Cruella, eu imagino que nos parques da hora do almoço ela senta numa mesa sozinha enquanto os outros ficam falando mal dela num grupinho.


Ok, quantos plots nós temos aqui? 1-Catiti quer um xerimbabo; 2-Carlito quer resgatar Bóris e talvez reatar relacionamento com o pai depois da morte da mãe? Não é um subplot muito explorado além de algumas cenas e falas mas tá lá; 3-Bio-piratas mais cartunescos e fora da realidade que Jake e os Piratas da Terra do Nunca.

Qual o arco narrativo de Tainá?

...

...

Pois é, temos o mesmo problema aqui. Tainá continua sendo uma personagem MUITO rasa. Agora mais velha, Eunice consegue dar alguma personalidade a mais em Tainá. Ela é séria, determinada, inteligente, mas também é uma adolescente que fica rindo do moleque de bunda branca exposta ao sol por acidente, e até se mostra uma moça sábia, ao dar conselhos a Carlito em relação ao seu pai.

Mas... Não conhecemos Tainá. Nada de sua personalidade profunda, seu passado é explorado e aqui seria uma oportunidade espetacular. Ela foi criada pelo avô, onde tava o resto da família? Como era o relacionamento com Tigê? Quando ela começou a tomar de conta de órfãos? São perguntas pertinentes que poderiam nos permitir conhecer melhor a personagem-título e ajudar a simpatizar com ela.


E a própria Eunice mostra que talvez conseguisse passar algo assim. Não precisa ser exatamente emocional, Tainá é uma menina guerreira que aprendeu a esconder bem as emoções. A guria inclusive tem um carisma natural mostrado nos erros de gravação, ela é simpática fofolete e chocolatante, assim como Catiti, mas aí é mais coisa de criança mesmo. Catiti não conseguiria passar a mesma carga emocional de Tainá e nem precisaria. Mas Tainá sim.


E no geral... É um filme menos bom que o primeiro. Carlito já é um moleque que gosta da natureza e seu pai tá do lado "do bem", então ele não cresce tanto quanto o Junin no primeiro filme, nem temos vilões memoráveis. Os vilões do primeiro filme se achavam heróis ou tavam só fazendo o trabalho deles e usavam o ódio contra as crianças como um motivacional a mais, quase um desafio. Aqui eles são tão cartunescos que não dá pra levar a sério.

E também porque por algum motivo resolveram botar magia no filme. Digo, o misticismo indígena era presente no primeiro filme, mas ainda era sutil, algo mais filosófico e pontual. Aqui o pajé simplesmente pega um chocalho cujo nome não me lembro, entoa uma canção, fala uma palavra mágica e transforma o cachorro num macaco que late.

ALIÁS tem uma cena no filme que me deixa coçando a cabeça até agora.


Catiti entra na casa do pajé (eu presumo que seja o avô de Tainá, porque tá tudo cheio de teia de aranha), porque ela quer saber se um dia vai ter um xerimbabo. O papagaio Ludo (que, agora dublado por Orlando Drummond ao invés de Guilherme Briggs, como diz na Wikipedia) entra num vaso de farinha e o pajé, irritado com o bicho, transforma ele num sapo usando o mesmo ritual que eu descrevi ali em cima.

O papagaio teoricamente vira um sapo, porque tudo acontece off-screen, depois que ele entra no vaso. Só vemos um punhado de farinha voando. Em seguida, Catiti fala as mesmas palavras mágicas do pajé, mas trocando a última letra. Outro punhado de farinha voa do vaso e o papagaio sai de lá normal.

...Catiti deu um counter-spell no pajé USANDO SÓ A PALAVRA MÁGICA COM A ÚLTIMA LETRA TROCADA???? CATITI É O EQUIVALENTE INDÍGENA DE ANAKIN SKYWALKER?

NÃO É PIADA EU REALMENTE QUERO SABER O QUE RAIO ISSO REPRESENTA PRA MITOLOGIA DE TAINÁ

ME EXPLIQUEM


Enfim, é um filme ruim? Meeeeh, não. É bom como o primeiro? Nem de longe. É raso, simplório, mas ainda é um filme relativamente confortável de assistir, assim como o primeiro.
O primeiro é memorável demais, os personagens são cativantes, suas motivações são melhor explicadas e eles tem um arco narrativo melhor amarrado, e temos momentos legitimamente divertidos. Aqui não temos um momento onde Tainá simplesmente se diverte, como quando encontrou Rudi e eles começaram a dançar um reggae que eu não consigo achar o nome nem o mp3, ou aquele momento onde o Junin supera o medo de cobra e começa a ter uma ligação maior na floresta.

O máximo que temos é um romance incompleto entre Carlito e Tainá. Nem pra ser estranhamente adorável ele consegue. Se liga: é estabelecido numa cena anterior que Carlito sabe o nome científico de uma pancada de bicho, e ele fica citando o nome de alguns enquanto Tainá dá o nome indígena logo em seguida. Aí tem uma hora depois que eles tão abrigados da chuva e ele "Sabe o nome científico de 'Tainá'?" e ela "Não, como é?" e ele "Tainá kuitê poranga, quer dizer 'menina bonita'"


...VELHO

NA MORAL

QUEM EM NOME DA ANNETTE FUNICELLO ESCREVEU ISSO???

Digo a idéia da cena não é ruim mas falta um refino aí, umas 5 reescritas no mínimo.

Ao menos a edição tá um pouco melhor que o primeiro, mesmo falhando em alguns momentos. Ainda assim, é um filme incrivelmente esquecível, mas ao mesmo tempo inofensivo e divertidinho. Eu só acho bizarro que um filme onde o Leandro Hassum Gordo conta a história do Bambi pra oncinha cuja mãe ele acabou de matar junto do Agostinho Carrara da timeline sombria.


Poderia ter sido um filme MUITO melhor, mas meeehh. Tem uns conceitos muito bons, mas não sei se não expandiram por falta de orçamento ou interesse. Also, eu estranhei que eu reconheci a voz do pajé, mas reconheci COM FORÇA. O timbre era inconfundível, fui ver quem era o ator e.. É um escritor indígena, esse foi o único trabalho como ator dele. Nem página no IMDB ele tem.

E graças aos erros de gravação, me obriguei a ver os créditos, e descobri que alguém dublou as falas dele. Joguei o nome do tal Maurício Gonçalves no Google, e estrnahei porque eu já tinha acessado a página dele há pouco tempo. "Deve ter sido um papel menor em Tainá 1", eu pensei.

Não achei o nome "Tainá" na página da Wikipedia dele. E então me ocorreu: ELE FOI JESUS NO AUTO DA COMPADECIDA!

AH!

Eu ia fazer uma piada sobre o fim do elenco desse filme, mas o Agostinho Do Mal é um ator com trabalho até hoje, Leandro Hassum ficou Magro e deixou de ser engraçado, e o ator do Carlito tava com vício em drogas e porcausa disso se jogou do quinto andar ano passado.

...antes que o clima fique tenso, ele tá bem, se livrou das drogas e quer voltar a atuar.

...

...

De repente o clima pesou. Oh bem, vamo pro último filme da franquia antes que eu seja processado.




Tainá: A Origem (2013)


Esse foi o último filme da franquia, e provavelmente tu nem sabia que existia. Nessa época eu provavelmente ouvi falar por cima, mas talvez o trabalho de marketing dele tenha sido falho demais. Enfim, esse filme decide responder à maioria das perguntas que eu fiz quando assisti Tainá 2. Porque raio demorou tanto? Sei lá, provavelmente o produtor ficou ocupado trabalhando com teatro na época.

O filme nos leva até antes do primeiro filme, que lembremos, se passa presumidamente no final dos anos 90. Isso é importante. Vemos o Tigê encontrando Tainá ainda bebezinha enrolada em um pano aos pés da Grande Árvore, e decide adotar a guria e treiná-la pra ser uma guerreira.


O pajé da tribo (o sono no momento me impede de lembrar se o Tigê também era pajé ou se era, sei lá, um hobby) prevê grande mal vindo à aldeia, o retorno do maluco lá da Vagabanda, mas agora com olhos e um machado que brilham em laranja, o que deve ser equivalente ao Verde Vilão da Disney.

O cacique atira a Flecha Azul, e a tradição manda que aquele que a encontrar vai ser o próximo guerreiro a impedir o Dark Gustavo a matar a Grande Árvore Deku. Mas mesmo com o filho do cacique usando um laptop (já já falamos disso) e calculando vetor de velocidade e fórmula de física do raio a quatro, Tainá encontra a flecha. Mas como a tradição manda que um homem da aldeia seja o guerreiro, Tainá e Tigê são exilados da tribo.

Enquanto isso, um professor local estuda sobre a Grande Árvore, e atrai atenção da Dark Vagabanda, formada por Dark Gustavo, Dark Dunga e Joanna Dark, de Perfect Dark Zero. Eles usam o professor pra encontrar a Árvore, mas a neta do professor, uma piveta patricinha da cidade, se perde na mata e acaba sendo obrigada a fazer amizade com Tainá pra sobreviver.


A história tem algumas batidas narrativas parecidas com o primeiro filme. Temos um bando de vilões sem escrúpulos e caricatos que querem fazer o mal pra floresta; temos Tainá pivetinha tentando proteger a floresta; uma criança mimada da cidade mas que aos poucos consegue perceber o valor da mata; e um filhotinho fofolete com um nome engraçadinho.

Mas ao mesmo tempo, eles mudam um pouco a receita: ao invés de um garoto rebelde, temos uma menina patricinha com uma certa habilidade social e capacidade de adaptação; Tainá tem um arco narrativo melhor amarrado, que inclusive se cruza com o de um dos vilões; e o grupo DO MAL não é um mero bando de mercenários querendo dinheiro, o Dark Gustavo tem uma qualidade sobrenatural que... nunca é apropriadamente explicada.

O que é... confuso. Num momento quando eles tão tentando tirar a informação da localização da Árvore ele diz algo como "É uma árvore muito antiga, talvez a mais antiga de todas, só uma parte deve valer milhões", mas ao mesmo tempo tem o lance sobrenatural. De novo, nunca é explicado e se eu não tivesse ido na página da Wikipedia sobre o ator eu nunca saberia.

Vejam bem, do ator, não do filme.



Sei lá por qual motivo, o artigo sobre o filme não menciona o nome da entidade possuindo Gustavo, ou mesmo... era o próprio Gustavo? Sei lá. Jurupari, que dependendo da versão pode ser o Escolhido da Força ou o deus da escuridão que causa pesadelos. Aqui não sabemos se o Jurupari possuiu Gustavo ou se ele é o próprio, o certo é que seu passado é intimamente ligado com o de Tainá, e ele quer vingança da guria.

É um plot interessantíssimo, e a narrativa do filme te mantém interessado, mas eles não explicam devidamente o que é o Jurupari. O chamam pelo nome, mas nunca explicam. Tem uma criança mimada da cidade que não conhece, aproveita pra explicar pra ela o que eles vão enfrentar, é uma maneira de explicar pro público também.

Mas ainda assim... Tainá ainda é uma personagem rasa. O que nos faz gostar dela é mais o jeito da Wiranu, nova pivetinha a interpretar Tainá. Ela é engraçadinha, fofolete, inocente, e não consegue pronunciar "labtobe", mas também consegue ser séria, pra uma criança dessa idade.
Also ela ruge feito uma onça.
Eu não sei daonde veio isso ou porque nunca foi usado nos outros filmes, mas eu adorei.


Os personagens que realmente evoluem, ao final de tudo, são de novo o pessoal de apoio, embora dessa vez não precisemos esperar metade do filme pra encontrar os protagonistas como foi no primeiro filme. Desde o começo a Laurinha é uma personagem mimada e birrenta, mas suportável e tem até um momento parecido com o Levantar da Cobra de Junin, embora com menos "whimsy". A atriz consegue ser simpática mesmo que a personagem tenha uma energia de broaca tal qual a Amber de Princesinha Sofia.

Gobi é o filho do cacique e... tem um laptop. Com entrada USB. Em pleno anos 90.


Sim, eu estou cobrando coerência continuísta de TAINÁ. Sim, são duas da manhã enquanto eu escrevo isso. Sim, minha vida é meio triste. Prosseguindo.

Ele é o maluco que não consegue fazer NADA sem antes consultar a internet, e porcausa disso acaba sendo passado pra trás pelos outros índios. Aliás, é interessante que nesse filme ele mostre alguns índios com atitudes ruins, como orgulho, inveja, zombaria. Até agora o povo indígena era representado como aquele povo superior ao povo da cidade, com suas filosofias e crenças sendo colocadas acima das tecnologias e falta de moral do homem branco. Eu sei lá, eu sempre senti esse conceito em obras que retratam índios, seja daqui ou dos EUA. Exceto se forem canibais.


E assim como os outros... é um filme inofensivo, mas sem muito de especial. No entanto, tem a melhor edição e narrativa de toda a trilogia, com um ritmo engajante e mistérios que te deixam se perguntando o que aconteceu ou o que vai acontecer. Pena que o payoff disso tudo seja meio... vazio. Não tem uma catarse muito definida na jornada, lá pro clímax eles parecem que tentam apressar tudo e deixaram assim mesmo.

Ainda vale a pena ver se não tiver nada pra fazer.

...

Mas ainda não é o fim! Enquanto eu procuava por documentários de bastidores, eu achei... isso.

...


...

UMA SÉRIE ANIMADA!

DA TAINÁ!

EU NÃO SABIA QUE QUERIA ISSO ATÉ AGORA!

E sabe o curioso? É provavelmente a melhor coisa já feita com essa franquia.


Tainá E Os Guardiões da Amazônia (2018)


Último trabalho do criador e produtor da franquia, Pedro Rovai, o desenho estreou esse ano na Nick Jr. e eu me sinto culpado por NUNCA ter ouvido falar nisso antes e só ter achado por puro acaso.

Mas como diz Qui-Gon, não viemos salvar escravos.
E nada acontece por acaso.


O desenho segue o mesmo esquema de outros desenhos que envolvem resgate e apoio, como Patrulha Canina e Save-Ums. Exceto que eu nunca vi Patrulha Canina e não lembro de Save-Ums o suficiente além do bicho cor de pele que parece um travesseiro e um bicho do bocão gritando um espirro.
Era um desenho estranho.

Enfim, Tainá agora é acompanhada de Catu, o macaquinho roxo covarde; Pepe, o Urubu-Rei; e Suri, a ouriça cor de rosa. A missão deles é ajudar os animais em perigo ou indefesos na floresta, enquanto eles mesmos aprendem alguma lição relacionada ao que enfrentam graças às Leis da Conveniência Universal.


É um desenho bobo, mas sendo um desenho pra crianças bem, bem pequenas... É muito bom. Algumas lições são básicas, como não julgar pela aparência ou não brigar, mas é interessante a forma que eles passam isso. Por exemplo, no episódio cuja moral é "não brigar com o coleguinha", eles também passam a mensagem de "não implicar com alguém diferente" e até de "você pode se defender, mas se precisar peça ajuda a um adulto".

Eu passei a vida toda ouvindo de coordenação e professores de escola que eu não deveria revidar e ignorar que logo o bully cansava de mim. Embora tenha uma certa base na realidade, nem sempre funciona, e eu tive que aprender a me defender em alguns casos. É interessante que um desenho já estej ensinando isso e até o que fazer caso não conseguir se defender.

Outra moral interessante é a questão alimentar, tanto pra quem come pouco como pra quem come muito, e é passada de uma forma lúdica e divertida.


Sério, esse é um dos melhores desenhos infantis que eu bati o olho recentemente, junto de Muppet Babies (que tem umas morais mais específicas também), e além disso, o design de produção é LINDO. Parece um 2D, mas é feito em 3D, e a animação tem um pé no stop-motion, os personagens não tem tanto blur de movimento (até onde eu pude perceber) e absolutamente tudo é estilizado, seja uma fumaça ou um galho se partindo. A fumaça inclusive me lembra muito a fumaça do mundo da Mulan em Kingdom Hearts, que segue o estilo de design chinês que o filme original adota.

Ele também pega uma ou outra influência japonesa, mas é mais nos olhos e é beeeem esporádico. De fato, parando pra pensar, o design de produção é MUITO próximo de algo que poderia ter sido feito no Japão. Normalmente a idéia que a gente tem de produção japonesa são os desenhos 2D, mas eles tem um estilo bem próprio de fazer outras coisas, como Pingu in the City e Viva Pitágoras.

Tainá tem muito em comum com Pingu in the City, com uma CG tentando imitar um estilo diferente (2D e claymation), mesmo público-alvo o que os leva a fazer personagens e cenários com formas mais arredondadas, etc.



Eu gostei MUITO desse desenho, e ainda tá sendo exibido na Nick e Nick Jr.. Eu não assisto mias TV há um bom tempo, especialmente canais zumbi como Nickelodeon e Cartoon Network, então eu não sei como tá sendo a divulgação dele, mas eu peço, se vocês tem crianças pequenas, mostrem esse desenho. Minha missão agora é fazer que esse desenho seja um sucesso, porque é legitimamente a melhor versão de Tainá.

Ele pega alguns elementos do filme original (tipo o Catu), do segundo filme (eu presumo que os amigos de Tainá sejam solitários como ela? provavelmente nunca vão explanar isso mas enfim), do último filme (como o lance da flecha azul e o chamado cru-cru pra pedir ajuda pra Tainá), mas de uma forma bem livre e que faz sentido dentro desse universo novo.

Aliás, é legal ver que até a Tainá tem o que aprender também, não é aquela personalidade superior e heróica dos filmes. Esse desenho é praticamente tudo que eu quis que os filmes fossem, só que num design bonitinho e... sei lá, parece o tipo de coisa que passava na Tv Cultura e eu veria com gosto quando era pivete.

O desenho tem alguns episódios no YouTube, mas nenhum no canal oficial. Aliás, se inscrevam lá, mostrem o apoio pro desenho, talvez depois de um tempo eles passem a postar episódios por lá. 
Não, eu não sou afiliado deles nem nada, eu só acredito muito nesse projeto e eu adoraria que ele tivesse sucesso e o reconhecimento que merece.

E porque eu quero comprar bonequinhos deles.


Só porque eu amo
model sheets.
Tainá é uma franquia muito fora da curva. Teve 3 filmes e reconhecimento de prêmios, mas financeiamente e em termos de público, parece que nunca teve muito sucesso. Os filmes em si eram muito meh mas por algum milagre tinham alguma coisa que se salvava, geralmente carisma natural dos atores mirins ou um clima wholesome no geral.

Poderia ter sido algo mais se nossas produções não fossem tão focadas num único público-alvo, ao invés de pegar inspiração nos filmes de fora que se tornaram clássicos. Ainda filmes pra criança, mas filmes que valham a pena retornar mais vezes porque são memoráveis e divertidos. Os filmes de Tainá no geral são "ok", no máximo.

Foi massa ver a evolução da franquia, e eu espero MUITO do desenho. Sério, vamos fazer isso acontecer, vamo fazer Tainá e os Guardiões da Amazônia ser um sucesso.

Eu quero minha miniatura da Tainá que parece mais uma figure de Disney Infinity.


***

Ok, eu juro que tentei procurar algo de Tainá na Amazon, mas o pouco que encontrei não tava disponível. Eu espero que daqui uns anos comece a ter coisa do desenho novo, mas...
...
uh.... eu achei a novelização do filme.


Tem umas edições usadas ridiculamente baratas, tipo 4 reais então... Se essa é sua praia, eu acho que deve valer a pena. Sei lá se o livro expande a história do filme e dá mais personalidade aos personagens, mas é um item interessante de se ter, ao menos.
Em outros tempos esse tipo de coisa era mais comum, eu acho. Digo, tem uma novelização de Acertando as Contas com Papai, um filme que mesmo na época não era levado a sério.

Sei lá comprem qualquer coisa usando o link aí do livro que ajuda nas contas aqui e tal.


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1 comments

  1. +Kapan, gostei bastante da resenha!

    Ri demais na parte do conter-spell da Catiti!

    Se possível, poderia por favor produzir resenhas sobre a trilogia do Senhor dos Anéis, detalhando o máximo possível dos aspectos técnicos, bem como da história como um todo?

    No mais, seria interessante você produzir uma resenha do filme nacional Eu e o Meu Guarda-Chuva (2010), um dos melhores filmes infantis que o Brasil já produziu (coloco em pé de igualdade com Castelo Rá Tim Bum-O Filme).

    *Infelizmente ainda não assisti o filme Turma da Mônica-Laços para poder comparar com esses dois (aliás, esse filme daria uma ótima resenha aqui no blog).

    No mais, continue com o ótimo trabalho e aguardo resposta!

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