Os Quadrinhos de Frozen


Ok, Frozen 2 saiu, e eu tenho uma obrigação profissional e moral de escrever algum artigo sobre a sub-franquia das Princesas. Porque tudo hoje é franquia, não se faz mais um filme simplesmente por ser uma boa história de começo-meio-fim, mas sim porque Bob Iger quer inchar sua aposentadoria.

Agora, isso tem um lado positivo. Alguns filmes são bons demais pra permanecerem só com uma história, e talvez queiramos conhecer mais sobre os personagens e presenciar mais de suas aventuras. Como Alice, é um filme icônico demais pra ter só uma história, e ainda assim só tivemos um filme.

Aí Tim Burton mostrou pra gente a desgraça de ter nossos desejos atendidos.

Graças a Deus que existem os quadrinhos, onde as regras da realidade são tão rígidas quanto um pudim, e a canonicidade é equivalente àquela guria que tu não quer assumir pra família. E Frozen sendo o filme mais insanamente lucrativo da Disney, é óbvio que eles iriam tirar leite dessa vaca até ela secar, igual Star Wars.

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Quadrinhos de Frozen. Esse é o tema de hoje, caso não tenha ficado claro.


A propósito, eu vou deixar os links pras publicações no Inducks, caso cê queira conferir onde as histórias foram publicadas. O que não vai ajudar muito porque quase nada relevante saiu no Brasil, mas vai que quando tu tiver lendo isso no futuro a Culturama tenha lançado.
E se tiver lendo isso no futuro, me diga como terminou a Guerra das Ilhas Disney contra a República Unificada do Google.



Vamo se livrar logo desse amontoado de nada. Sim, a primeira série de quadrinhos baseados nas aventuras de Anna, Elsa, e o boneco de neve judeu são incrivelmente rasas e sem graça. Cês lembram daqueles quadrinhos que vinham na revista Recreio lá pelos anos 2000?

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Se você nasceu depois dos anos 2000 é muito difícil que se lembre, enfim. Revista Recreio era muito legal, eu juro. Além das matérias sobre desenhos e filmes, tinha artigos sobre ciências que nós provavelmente pulávamos a menos que fôssemos obrigados a usar num trabalho escolar, jogos e DIY. Mas também tinham quadrinhos que podiam ou não ser licenciados.

Quando não publicavam quadrinhos sobre alguma coleção de brinquedos da própria revista, eram quadrinhos da Nickelodeon ou da Hanna-Barbera, e mais posteriormente, Disney. Eu lembro dessa exata ordem, quando eu era pivete eram quadrinhos de Rugrats, lá por 2002 era Scooby-Doo, Flintstones, Jetsons, e mais todo o elenco de animais antropomórficos que usam gravata que os estúdios da HB fizesse, e lá em... 2005, 6, 7, eu acho, eram Disney e Pixar.

Pra exemplificar, algumas das histórias que eu lembro desse período. Tem uma do Chicken Little que é basicamente o Peixe Fora D'água brincando com a comida do refeitório. Essa HQ tem uma página.

Tem uma dos Incríveis que o Flecha vai numa excursão da escola com meia dúzia de crianças, o professor e o Sr. Incrível e precisam impedir um reator nuclear de explodir. Os personagens são escritos como super-heróis invencíveis com um ritmo narrativo que ignora todo o processo de pensar numa solução realmente adequada, e em menos de 3 minutos eles resolvem uma catástrofe nuclear como se fosse uma terça-feira comum.
Isso fora um quadrinho onde Mulan ensinava Khan a sapatear, alguma de Hércules envolvendo Pégaso, e outras que eram publicadas em alguma revista Disney no mesmo formato que a Recreio, mas cujos personagens não alcançaram grandes coisas, como Kid Gravidade e Sociedade dos Horrores.

Inclusive, Sociedade dos Horrores é uma HQ tão obscura da Disney, que se você pesquisar por "Disney Sociedade dos Horrores" é capaz de só encontrar referência neste exato blog que você lê.


Enfim, ao menos quando eram os quadrinhos da HB e de Rugrats, tinha um esforço genuíno de fazer parecer que as histórias poderiam se passar por um roteiro de um episódio. Eu sei disso porque eu assistia religiosamente a dobradinha diária que o SBT fazia na mesma época, e algumas HQs inclusive eram melhores que os desenhos.

Não que isso fosse muito difícil, mas por exemplo, tem uma HQ dos Flintstones do ponto de vista dos animais-domésticos, em alguns momentos até comparando a rotina deles com a dos humanos, algo que na série dos anos 60 fosse mais difícil de acontecer, por uma série de fatores. Mas nos quadrinhos era algo que podia ser melhor explorado.

Frozen segue a linha desses quadrinhos rasos Disney, é basicamente um monte de história feita pra ganhar uns trocados se aproveitando da popularidade e que não ferem o canon dos filmes.

Exceto quando ferem, porque em VÁRIOS momentos o Olaf tá de boas no sol sem sua nuvem de neve pessoal. E tem inclusive um par de histórias onde um maluco tenta roubar um artefato de Arendelle pra provar que ele é o legítimo herdeiro do trono. E não só isso, o tal artefato ainda poderia explicar a origem dos poderes de Elsa e talvez até dar poderes a quem o usasse!

...é claro que nada disso acontece. A história ainda termina com o cara jurando vingança, mas essa foi a primeira e última aparição dele.
Ou talvez não, talvez ele apareça em Frozen Anual ou algo assim, eu não li todas as histórias.

Mas a maioria das histórias envolve algum acontecimento incrivelmente maçante e trivial. Já quis saber como Elsa lida com tantos afazeres ao mesmo tempo, como ler pra crianças e escrever discursos pra reinos com parcerias comerciais? Ou se perguntou como se deu a primeira interação de Olaf com uma pipa? Que tal uma corrida de renas onde um amigo de Kris não pôde participar graças a trapaças de um rival? Ou ou ou uuuhhhh uma disputa entre montanheiros e criadores de rena pra passar por um vale?

Nunca passou pela sua cabeça? AZAR O SEU, esses gibis contam essas... aventuras. Eu posso tar errando um ou outro plotpoins mas eu não ligo, porque são tão esquecíveis que meu cérebro se recusa a trabalhar pra buscar mais informações.
O traço segue o mesmo nível das histórias: preguiçoso e bisonho. Ou talvez não exatamente preguiçoso, porque eles se prendem MUITO ao model sheet. Digamos que são sem esforço em tornar aquilo algo único.

São feitas por equipes diferentes, mas tem história que o estilo de traço e arte-final e colorização muda completamente de uma página pra outra. Provavelmente a Disney contratou uma equipe de algum estúdio aleatório e mandou que eles fizessem as histórias numa velocidade industrial.

Basicamente todas as histórias foram escritas por duas autoras, e cada uma trabalhava com sua própria equipe. O que é curioso é que alguns dos artistas que desenharam essas histórias são legitimamente habilidosos, tendo trabalhado com séries como Superpato, Donald Criança e outras histórias aleatórias do universo de Patópolis. Mas vira e mexe os traços tão zoados, com arquiteturas corporais disformes ou desproporcionais.

Não sei se eles simplesmente não tão acostumados a desenhar o estilo de humano Disney (que é um INFERNO caso cê tenha tentado; basicamente te obriga a esquecer como desenhar um humano normal), ou se eles receberam instruções tão específicas que um piso fora da linha já geraria algum problema, então eles seguiram à risca o model sheet, tornando o desenho muito fabricado e sem graça.

Mas ainda assim, é inofensivo. Eu não vejo nada de objetivamente errado ou imoral ou nenhuma dissonância narrativa dos personagens. É só um amontoado de histórias fabricadas com o mesmo apelo e cuidado que aquelas stock art que estúdios usam em produtos oficiais. São histórias rasas, inofensivas, e totalmente desprovidas de alma.

Tem uma leva dessas histórias que só saiu no Brasil e na Itália, mas eu não faço questão de ir atrás. Pelo que eu vi, é o mesmo estilo de história, então eu passo.

Mas ao menos tem umas imagens legalzinha que dá pra usar de papel de parede no celular.

 

EDIT: Esse quadrinho foi publicado no Brasil, se tiver interesse em comprar, clica na capa do livro aí embaixo que cê me ajuda também e etc.







Ao menos depois dessa série de quadrinhos rasos, a Disney começou a produzir quadrinhos que fossem ao menos interessantes de ler e que adicionassem alguma coisa nova. Ainda não são histórias dignas de um segundo filme, mas são interessantes por si só.

Breaking Boundaries nos conta sobre Mari, uma princesa de um reino vizinho que esbarra em Anna e após um quase acidente envolvendo uma rena no meio da feira, as duas viram amigas. Mas enquanto isso, Elsa tem problemas políticos a resolver, porque o reino de Mari tá invadindo bosques Arendellianos (Arendellenses?), expulsando todos os animais da região.

Ao mesmo tempo, Anna e Mari ficam igual você aí desempregado indo de bico em bico, só que elas o fazem no tempo livre e pra descobrir uma vocação pras duas. Os privilégios de ser da Realeza Disney. Tanto Anna quanto Mari começam a questionar a própria existência e função no mundo, fazendo com que elas fiquem buscando trabalhos diferentes até achar um em que elas se encaixem.

Uma história dividida em 3 partes que... sinceramente, poderia facilmente ser um curta. Esse parece ser o caminho natural pra franquias com histórias fechadas, como Toy Story e Frozen. Histórias que envolvem algum tipo de risco e te mantém interessado, mas que não é um risco tão grande que mereça um longa metragem.

Eu até consigo imaginar eles botando uma música pra Anna e Mari passando por vários trabalhos diferentes, tal qual Olaf cantando sobre tradições natalinas em Olaf's Frozen Adventure.

E... pra uma história desse porte, é servível. Expande o universo de Frozen de uma maneira verossímil, onde podemos conhecer os reinos vizinhos (pudemos conhecer um pouco na primeira série lá, mas era um plot que Elena de Avalor fez um bazilhão de vezes melhor), e mais importante, nos fazer se importar com eles.


Mari é uma personagem viva e que poderia facilmente compor um quadro regular de personagens na mitologia de Frozen. Ela é uma princesa cujo pai é superprotetor, então ela fica escapando pra conhecer o mundo usando seu casaco com orelhas de gatinho.

Não só ela é uma princesa, mas uma princesa furry! Hooray!

Ok na real o lance dela é animais. Ela ama bichos e consegue compreendê-los com facilidade, e compara todas as situações em que passou com os animais que ela estudou. Como os dois padeiros brigando, que ela resolveu berrando "porque vocês não podem ser mais como chimpanzés?"

Não só ela é uma princesa, mas uma princesa... meio autista?

...

Digo, esse definitivamente não é comportamento de alguém normal. Mas também, ela passa quase maior parte do tempo isolada, então pode ser quase a mesma falta de tato social que a Anna tinha... Eu sei lá, mas eu gosto dela.


Mari é uma personagem interessante, embora argumentalmente seja muito clichê. Ela é divertida de acompanhar e ver crescer, é simplesmente uma personagem que faz sentido que exista nesse universo e interaja com esses personagens que já conhecemos.

O resto do elenco também não tá longe de suas personalidades habituais, e a história leva até uma carga de perigo e mistério, ao envolver Anna e Mari numa trama de furtadores de peixes. Ou gelo. Ou algo assim, eu não lembro direito.

O que realmente me deixa desanimado pra ler essa HQ é o traço. Que no geral não é ruim, ele segue um estilo bem próprio e bem vivo, que é mil vezes melhor que aquele estilo da primeira série que parece uma stock art. Os cenários são fantásticos, as cores são lindas, os personagens secundários são coerentes com o design estabelecido pelo filme.

Mas.

Os olhos das protagonistas.

Oh meu Oz.
Ok, uma aulinha básica de desenho. Quando cê faz personagens olhando pra frente, você os faz ligeiramente vesgos, pra dar ilusão de foco. Pegue qualquer Muppet com pupilas e vai notar como elas nunca estão no centro do olho, porque isso daria a ilusão deles estarem mortos. É o que acontece com algumas bonecas estilo Barbie, Little Kingdom e os novos fantoches do Garras da Patrulha.

Aqui temos um problema parecido, mas mais porque as pupilas são desenhadas muito maiores do que deviam, logo não tem espaço suficiente pra que percebamos o espaço em branco dos olhos e sintamos que as pupilas estão focando em algo.

Pelo contrário, elas parecem SEMPRE estar observando diretamente o leitor, num eterno vácuo vazio de perdição peripatética. Não ajuda o fato que elas quase sempre tão dispostas numa maneira que vão tar olhando na linha da quarta parede, então constantemente tu vai se pegar se sentindo observado diretamente pelas personagens, ou vai se perguntar se elas se tornaram auto-conscientes da barreira invisível entre o nosso mundo e o delas e elas conseguem ver algo terrível e invisível atrás de nós.

Bad design. Mas é só isso mesmo, o resto do traço é ao mesmo tempo fiel ao já estabelecido e familiar, mas também toma suas liberdades artísticas.

É um quadrinho bom, curto e que expande o universo de Frozen, que assim como Branca de Neve, tem um potencial absurdo de ter uma mitologia rica.


EDIT: Esse quadrinho vai ser publicado no Brasil! AÍ SIM MALUCO
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Da mesma equipe de Breaking Boundaries, uma história que também poderia ser traduzida em um... curta. Um curta bem curto. Um pouco mais longo que Frozen Fever, um pouco mais curto que Olaf's Frozen Adventure.

A história da vez é sobre uma órfã que vive inventando histórias pras crianças do orfanato sobre suas aventuras, até que acaba de fato conhecendo Olaf e Kris, e eles a convidam pra jantar no castelo. Ela volta pro orfanato e ninguém a acredita, até que ela menciona Kris e o pai do orfanato decide acreditar nela.

Porque Kris deixa lenha no orfanato.

Eu não sei qual a lógica aqui, mas ela acaba ganhando roupas emprestadas pro jantar, mas é alvo de mais insultos de bullies e a guria acaba indo pra geleira proibida ou seja lá como eles chamam.

Hedda, o nome dela é Hedda, lembrei agora.


E então Elsa, Anna, Kris e Olaf vão atrás de Hedda ao mesmo tempo que ensinam aos bullies uma lição sobre auto-aceitação ou algo assim. De novo, não é uma moral ruim, mas a qualidade do roteiro parece ter caído um pouco comparado a Breaking Boundaries.

De repente não é mais tão engajante ou prende tanto sua atenção, mas ainda tem lá suas qualidades. Eles passam muito tempo explorando o passado de Kris e como ele lidou com os bullies de sua infância, como conheceu Sven, e como ele usa suas experiências pra tentar ajudar as crianças dessa história, ele mesmo sendo um órfão.

Expande um pouco a história em direções interessantes e a catarse disso é boa, tu aprende algo relevante sobre os personagens que não foi explorado em outras histórias. E eles passam a moral de uma forma eficiente e prática, sem soar tão falso quanto outras histórias que tentam passar uma moral fazem.
E o traço melhorou MUITO. Vez ou outra os olhos ainda parecem mortos e encarando o vazio da quarta parede, mas eles parecem ter propositalmente evitado certos ângulos e rosto. Não só isso, o acabamento parece mais limpo, as estruturas corporais parecem mais firmes e sólidas, e as expressões... bluh.

Ok esse é um ponto que eles ainda precisam trabalhar muito. Tem momento que os personagens (não só os principais, mas também os personagens novos como as crianças) precisam ter uma reação um pouco mais exagerada devido à situação de alto risco, mas continuam com uma literal poker face.


Viu? Poker face.

Ainda vale a pena ler? Sim, sim. Tem umas tiradas boas que me fizeram rir não-ironicamente, o traço ainda é agradável (embora no decorrer da história vá ficando levemente mais preguiçoso nas expressões faciais), e ainda tem mais detalhes de backstory de personagens conhecidos.

Se tu gostou de Breaking Boundaries, vai gostar desse, só baixa tuas expectativas um pouco.




A família real de Arendelle é convidada pra uma festa da colheita no reino de Snoob, que ninguém sabe como chegar lá e os mapas que as irmãs tem são tão antigos que ainda constam o Colégio Evolutivo. Mas Kai, o...

...

Pera.

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Mordomo! Isso! Mordomo do castelo, obrigado Disney Wiki. Enfim, Kai, o mordomo do castelo diz que sabe chegar em Snoob e que seu irmão ainda mora lá. Ele fica receoso de ir lá porque não vê o irmão desde que o rei e a rainha fecharam as portas do castelo porcausa dos poderes de Elsa, mas as irmãs insistem que ele vá pra reatar laços familiares ou algo assim.

No meio do caminho, o grupo acaba se separando devido à uma ponte quebradiça, Kris e Elsa encontram uma família de músicos viajantes indo pro festival, Anna, Kai, Sven e Olaf encontram uma cidade suspeita que eu não lembro se teve alguma explicação do porque serem suspeitos mas eles encontram a carroça quebrada, e de alguma forma ainda conseguem chegar em Snoob a tempo do festival.

...

É... é uma história meio confusa, em retrospecto.

Não quer dizer que seja ruim.

O traço é INCRIVELMENTE agradável, como dá pra ver nas imagens aí. É fiel aos designs do filme, mas tem aquela qualidade autoral de quem sabe o que tá fazendo. Os olhos são grandes, mas não a ponto de te dar medo ou não terem foco; as poses são vivas e fluidas; as expressões faciais são fáceis de serem lidas; os personagens novos são condizentes com o design de mundo; e o acabamento dá o trabalho de limpeza necessário.

Aliás, é interessante como o traço tem aquele estilo meio rabiscado, como se tivesse tirado xerox. Só que ele é mais elegante como em Mogli, e menos bruto como em... sei lá, Goliath II. Que é bonito por si só, mas aqui tem um ar mais sofisticado.
A história em si também é interessante. Vemos Elsa ajudando uma garotinha a cumprir seus objetivos de tocar música com sua família, mas botando os pés dela no chão. A guria quer tocar tuba mas ela não aguenta nem o peso do instrumento, e Elsa sugere que ela comece com uma buzina de chifre normal.

Sim, tem outro nome pra buzina mas eu não lembro agora.

Anna e Elsa insistem que Kai reencontre seu irmão, mas esse plot não parece ter o foco necessário. Provavelmente pelo tempo do quadrinho, talvez num curta tivéssemos um tempo melhor com os irmãos e talvez até uma lição maior de reaproximar de gente querida após alguma situação que nos afasta.
É um quadrinho legal pra passar o tempo e talvez pelo conjunto da obra, o melhor até agora. Also, tem um cameo da Mari aqui, o que prova que ela devia ser uma personagem mais frequente na franquia.



True Treasure (por algum motivo o Inucks não indexou esse)


Esse gibi é interessante porque ele exibe na capa um selo de "Preparação para Frozen 2". Após ler, eu posso dizer com certeza: a última fala do último quadrinho faz uma piada com Olaf.

Isso é TUDO que ele nos dá pra Frozen 2.

Sem brincadeira.
Elsa is watching you.
Esse foi provavelmente o quadrinho que eu mais gostei de ler. Ao final, ele conseguiu ficar na mesma linha wholesome e heartwarming que o filme tenta fazer, de ligar os laços de irmandade mesmo que separadas por tanto tempo.

Sim eu misturo inglês e português, vá ler um livro.

Arendelle tá no meio do memorial do rei e da rainha, e as irmãs encontram a primeira pista de uma caça ao tesouro que sua mãe fez antes de falecer. As duas começam a se lembrar como elas adoravam as caçadas quando eram pirralhas, e acabam seguindo as pistas como uma forma de homenagear e ouvir as últimas mensagens de Iduna.

Não ouvir OUVIR, porque naquela época não existiam gravadores, mas cês me entenderam.

A essa altura eu vou soar como um disco com defeito, mas a parte mais legal é ver o passado dos personagens. Aqui tem um peso maior, porque Elsa e Anna usam suas memórias pra resolver as pistas da caça ao tesouro, e vemos esses momentos com detalhes.

Agnarr e Iduna são personagens inexplorados argumentalmente, e aqui podemos apreciar melhor o relacionamento das irmãs com sua mãe. Ela era uma criatura amável, sábia, e tu consegue sentir isso em cada palavra dela e na forma que as irmãs se lembram de sua mãe.

Até em coisas simples, como a forma que ela diz pra Anna que ela não precisa esconder o choro, ou como ela exemplifica resiliência pra Elsa através de uma árvore. São momentos legitimamente tocantes e interessantes de serem vistos.

O traço é feito pelo mesmo estúdio dos olhos que te observam, mas parece que dessa vez tentaram ter mais cuidados... Embora não ajudasse muito o fato delas quase nunca abrirem a boca pra falar. Mas é interessante como os momentos de flashback são desenhados por outro artista, o mesmo de Reunion Road. Então é aquele traço amigável e confortável que já conhecemos.
Os quadrinhos de Frozen no geral são muito interessantes e se tu quer mais dose do que viu nos filmes, mas ao mesmo tempo conhecer sobre os arredores de Arendelle e conhecer o passado dos personagens, vale muito a pena ler. Só nota que o traço vez ou outra é meio bisonho, mas dá pra passar.

Exceto os da Joe Books.

Fique longe deles, não valem o seu tempo. Até porque tem uma PANCADA de história (eu mesmo não consegui ler todas), e deve ser um saco ir atrás dos quadrinhos em si. E sério, não compensa. Agora é esperar que a Culturama lance os bons quadrinhos de Frozen por aqui.

Also eu queria compartilhar com vocês que toda vez que eu leio quadrinhos eu tento imaginar as vozes dos personagens. Em todos os quadrinhos de Frozen eu tentava lembrar da voz do Olaf mas só saía o Professor Genki de Saints Row.
Estranhamente faz sentido. Não me pergunte como.

Como bônus, duas edições que eu fiz da mesma cena com a mesma piada mas eu não conseguia decidir qual era melhor.

 

Clica nas imagens pra aumentar etc.

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Sério, já viu o preço do salmão? Pois é.


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