O Legado de Tio Walt - Parte 12: Tentativa e Erro



A essa altura, a Disney já tava grande o suficiente pra torrar grana usando suas IPs e ainda se safar sem prejuízo, na maioria dos casos. Tipo aquela vez que eles fizeram uma rede de fast-food que basicamente se pagou e eles decidiram fechar.

Ok, isso foi no começo dos anos 90, mas nos anos 2000 foi ainda pior. Não eram só aventuras financeiras que se limitavam a alguns lugares dos EUA, eles tavam arriscando a própria jóia da coroa Disneyana.

"O donut com a roupa de marinheiro do Donald?" NÃO, O ESTÚDIO DE ANIMAÇÃO!

...

QUAL SEU PROBLEMA?



Como eu mencionei no artigo anterior, a Disney tava fazendo uns experimentos que nem sempre compensavam. Claro, tivemos filmes como Atlantis, Nova Onda do Imperador, e seja lá o que tenha sido 102 Dálmatas, mas nem de longe atingiram o mesmo sucesso dos clássicos ou da Renascença.

Até que veio Lilo e Stitch.

Eu montei um gráfico colocando os filmes animados do canon Disneyano um tempo atrás, se liga aí.




Imagem grande, sim. O gráfico ainda não tá perfeito, ainda pode passar por umas mudanças, eu fiz mais pra testar algumas teorias em relação ao canon. Como dá pra ver, quanto mais distante do centro, mais provável de ser uma história original (mesmo que Rei Leão seja inspirada por Hamlet, mas eu divago).

O negócio é, Stitch foi o primeiro filme que foi uma história original, não era uma fábula, e não foi inspirada em história nenhuma. Eu ACHO que teve alguém comparando com algum desenho japonês, mas todos os resultados me levam aos desenhos orientais de Stitch.

Porque é claro que teve mais de um.

Na real, foi por pouco que Stitch não foi uma adaptação porque Chris Sanders tentou por muito tempo fazer um livro infantil com o personagem, mas nenhuma editora quis bancar. Eu imagino todo o pessoal do RH dessas editoras se remoendo por dentro quando viram o trailer, e pensando que a essa altura eles poderiam estar com um jet-ski novo.

O próprio material promocional de Lilo e Stitch tentava pegar carona nos clássicos do estúdio, auto-consciente de que ele era um intruso no canon animado, mas isso é uma lata de minhocas pra outro dia.

Ok, sobre o que raios é o filme?



Caso você não tenha morado debaixo de uma pedra nos últimos 10 anos, o filme conta sobre como Stitch, uma criatura criada geneticamente pelo CIENTISTA DO MAHL Jumba, e que é uma criatura tão perigosa que consegue fugir de sua prisão, roubar uma nave espacial, e fugir no hiperespaço sem nunca ter assistido Star Wars. Ele acaba caindo no Havaí, onde é de ALGUMA FORMA confundido com um cachorro e é adotado por uma garotinha órfã, Lilo.

Lilo é criada pela irmã mais velha, Nani, que desde que os pais faleceram num acidente de carro precisa se desdobrar em empregos, lidar com as emoções complexas e costumeiramente caóticas de Lilo, e do Cobra, o agente da... do... eu esqueci o nome, da agência lá que fica monitorando crianças em ambientes familiares instáveis.

CONSELHO DO TELAR! Isso!


Lilo adota Stitch porque ela não tem amigos, e as companhias da idade dela ficam fazendo bullying o tempo todo, o que causa Lilo a fazer voodoo amador em troca. Parece engraçado (e é), mas a retratação da depressão da Lilo e a forma que ela e Nani interagem é bem realista, com a Lilo inventando algo absurdo de supetão pro Cobra se chocar, sem saber das consequências que isso traria pra ela. É algo que uma criança na situação dela provavelmente faria, o que ajuda pra torná-la mais gostável e adorável, mas ainda é uma falha, mostrando que ela não é perfeita.

Nani também é uma personagem incrível, tendo que ser a irmã mais velha, mãe e pai da Lilo, e acabar tendo que levar ela pros trabalhos porque não tem com quem deixar a guria. Ao mesmo tempo, ela meio que não se sente pronta pra começar a namorar David, o maluco que OBVIAMENTE gosta dela e ela também gosta dele (e da bunda dele, segundo a Lilo).
Mesmo com o cara estando sempre pronto a ajudar Nani e Lilo, recomendando ela pra emprego, e sendo o suporte geral, ele compreende a situação e nunca se sente deixado de lado, abusado, ou fica impaciente pra... como os jovens chamam? "Go steady"?.

Esse é provavelmente um dos filmes mais sensíveis do estúdio, e consegue tocar em elementos e assuntos incrivelmente complicados de passar num filme pra família, mas Chris Sanders o faz com elegância e diversão.


A vida das irmãs não é só o lado dramático, elas tem momentos legitimamente engraçados que normalmente vêm do drama, as duas coisas se misturam muito bem. Como a Nani dizer que foi demitida porque o gerente é um vampiro disfarçado e a Lilo dizer "eu sabia". É um momento que mostra que a Nani tenta se conectar com a Lilo e fazer com que a guria aceite a situação, é uma piada, mas também reforça o drama.

Depois que Lilo adota Stitch, a gente tem mais alguns vislumbres do passdo da família e porque eles são como são, e vemos tudo basicamente do ponto de vista de Stitch, então não soa como uma explicação forçada.

Algumas teorias tem aparecido ao longo dos anos, mas que nunca foram (até onde eu sei) devidamente confirmadas. Por exemplo, toda terça-feira (ou é quarta, sei lá, eu nunca aprendi direito os dias da semana em inglês) Lilo dá um sanduíche de geléia com pasta de amendoim pra um peixe específico, porque segundo a piveta ele controla o tempo.

Alguns tem ligado esse fato à morte dos pais da Lilo. Eles teriam morrido num acidente de carro, porcausa da pista molhada pela chuva, durante uma terça-feira. Ou quarta. Logo, ela faz algo que é visto como excêntrico pra todo mundo, mas que pra ela é a forma dela lidar com a perda e desejar que ninguém passe pelo mesmo que ela.

A melhor parte é que isso faz MUITO sentido, mas nunca é diretamente contado pro público, deixando a real resposta no ar. Cria essa sensação de ganhar uma informação nova ao rever o filme, e essa informação nos traz uma faceta diferente da personagem, que aumenta em muito o fator dramático da história.


O fato de todo esse drama ser exposto ao Stitch reforça a transformação que o personagem passa. Ele começa o filme como uma criatura projetada e mentalmente programada pra causar o caos, destruição, e ser engenhosamente criativo pra escapar, enganar, e causar ainda mais destruição.

Stitch aceita ser adotado por Lilo pra poder fugir de seu criador, Jumba, e do especialista no planeta Terra, Pleankley. Plakley. Pliquei. Pleakley. Pleakey. O projeto de Mike Wazowski com tentáculos que não é da Hanna Barbera. Eles foram chamados pelo conselho estelar ou seja lá como se chame pra capturar Stitch, que é perigoso demais enquanto estiver solto.

Enquanto estiver junto da guria, o equivalente alien do Gordo e o Magro não vão interferir, e por um bom pedaço de tempo, é assim que Stitch atua. Mas aos poucos (e é bem aos poucos mesmo) Stitch vai percebendo que ele realmente precisa de uma família, por ser o único da sua espécie, perdido no mundo.

Isso é, até alguém na Disney fazer o pitch pra série animada.

...sem sarcasmo, até isso que parece um movimento puramente de marketing pra copiar a fórmula de Pokémon e alterar o suficiente pra não levar um processo nas fuça se encaixa na mensagem principal do filme sobre família.


No departamento artístico, é um filme igualmente sensível. A Disney teve que treinar artistas pra voltar a fazerem backgrounds de guache pra dar o aspecto de livro do filme. De novo, totalmente de acordo com a visão original que Chris Sanders tinha pra sua história, e funciona lindamente. Os cenários são aconchegantes, estilosos e criativos. As paisagens havaianas tem aquele ar meio nostálgico, mas não a ponto de ser uma mera sombra de algo do passado, ela evoca sentimentos universais de busca à natureza e coisas mais simples. A ilha/cidade/sei lá é uma região onde aparentemente todo mundo se conhece, pouca coisa acontece, e talvez poderíamos morar lá sem problemas.

Da mesma forma, temos o contraste com as naves espaciais e até dos aliens, que tem designs remanescentes de criaturas aquáticas e outras criaturas terrestres, como coelhos, gorilas, Tigrão, Leitão, Guru, e seja lá o que raios o Plockley devia parecer.

Não, sério, alguns dos aliens foram feitos baseados nos personagens de Ursinho Pooh.


Also, esse artigo estaria incompleto se eu não mencionasse o clímax alterado. Durante a produção do filme, houve o ataque do 11 de Setembro, o que obrigou os produtores a fazer um novo clímax que... inclusive faz mais sentido. A sequência envolve Gantu (um dos membros do conselho intergalático ou algo do tipo) capturando Lilo e Stitch pra retornar à base.

Stitch se salva, Nani descobre sobre os aliens, todo mundo acaba se juntando e roubam um boeing pra ir atrás de Gantu, passando por uma cidade e literalmente surfando em um prédio. A cena em si é incrivelmente bem narrada, inclusive, mas foi cortada por motivos óbvios. Aqui, assiste.

A cena tava praticamente toda pronta, mas tiveram que refazer aproveitando os assets que já tinham. É uma cena daora, mas... a nave espacial faz mais sentido anyway. O uso do avião tem a simbologia de usar tecnologia terráqua pra derrotar um alien mas... É... enfim.


Ainda assim, Lilo e Stitch provavelmente não é um filme que eu pararia pra ver se tivesse passando na TV. Não é que seja ruim, eu acabei de escrever uns 10 parágrafos só elogiando o filme. Eu literalmente não consigo achar um erro considerável nele, tudo é absurdamente bem montado, bem elaborado, bem narrado, e bem projetado. Talvez se encaixe na teoria do Doug Walker de "um filme tão bom que é ruim". Ou talvez o fato de eu ter crescido vendo Stich! O Filme tenha afetado um pouco minhas expectativas.

Ou talvez seja o tipo de filme que só vale ser apreciado do começo ao fim, se pegar pela metade eu já me desmotivo a ver. Porque realmente, é um filme muito bem amarrado e que merece ser apreciado do começo ao fim.

Lilo e Stitch é um filme absurdamente bom, e de novo, ele é incrivelmente sensível. Adoro esse filme, é legitimamente bom e criativo, mas talvez os produtos provenientes dele tenham aproveitado melhor o set up. Digo, tem todos os personagens de uma sitcom numa história de aventura espacial mas que passa maior parte do tempo num lugar da terra que normalmente não se envolve com alienígenas? Sign me up!

E sim, algum dia eu vou tentar discorrer de TODOS os spin-offs de Lilo e Stitch. Mas por ora, é um filme muito melhor do que tem o direito de ser.

Literalmente eu


E de volta às Loucas Aventuras de Michael Eisner, teve um tempo que ele botou muita fé em um dos projetos que adaptava uma das atrações dos parques pra filme. Pelo menos fé o suficiente pra dar luz verde, algo que o faria ter várias ressalvas a partir de agora no quesito "filmes sobre rides dos parques".

Porque, como vimos em outros pontos da retrospectiva, era um conceito que ainda tava sendo testado, com produções mais adultas e com rides menos emblemáticas.
Ok, teve um produto, Misson to Mars, mas enfim.

O filme em questão é Country Bears, baseado no Country Bear Jamboree, que, na terra de Rita Reis, se chama Beary e os Ursos Caipiras.


Um teste interessante pra fazer com qualquer um é mostrar uma imagem dos ursos desse filme e perguntar a opinião sobre eles. Cê vai encontrar uma variedade interessante de respostas, mas as mais comuns é que é algo que dá medo ou suga sua alma ou é bonitinho de algum jeito.

Quando eu era moleque, eu lembro de ter um ligeiro assombro dos ursos quando vi na revista Recreio, lembro claramente disso. Mais ainda, estranhar a Disney fazer um filme sobre ursos cantores, e não entendia o conceito de ser baseado numa atração do parque temático. Mas eu era jovem e não conhecia praticamente nada dos parques exceto que eles existiam e que pra ir pra lá tem que vender os dois rins.

Mas, como tudo que eu lembrava desse filme vinha da Recreio... eu não tinha uma lembrança muito boa do filme. Parecia ser mais uma Sessão da Tarde de baixa qualidade e esquecível.

...oh boy. Como eu tava errado.


Ok, o plot do filme é sobre um moleque que não se encaixa na família, mas é otaku por uma trupe de artistas que se parecem com ele, mas a trupe se separou tem uns bons anos e o moleque decide partir pra reunir eles pra um último show pra arrecadar dinheiro pro lar original da trupe não ser comprada e ter o terreno explorado por um ricaço malvadão.

...

Pera, esse é o plot do Muppets de 2011, deixa eu tentar de nov-ok, cês já entenderam a piada, não vou repetir, ok?

Mas é basicamente isso, Beary vive e respira pelos Country Bears e decide reunir eles pra salvar o Country Bear Club, ou Country Bear Hall, ou Country Bear Gift Shop, ou seja lá como se chame.


Só que, como vimos na introdução que parodia os documentários da MTV ou de YouTubers semi-fracassados, a banda se separou e não atua juntos há um bom tempo. Mas quando Christopher Walken tenta comprar o lugar pra minerar petróleo ou algo assim, Beary convence os ursos a partir numa jornada, reunir a banda e fazer um show pra salvar o lugar.

E... não é um filme tão descartável quanto tu esperaria. Sério. Digo, sim, é imbecil, mas ele sabe que é um filme imbecil, num conceito imbecil, mas o diretor (que não tem muito crédito de direção e mais roteiro de Animaniacs e outros desenhos próximos) soube aproveitar o melhor possível disso.

A comédia do filme tem dois estilos: o voluntário e involuntário. O voluntário é aquela coisa muito tentativa-e-erro, muita piada que é básica de filme familiar tonto com animais engraçadinhos e música, muita sequência que é tão clichê que te dá uma dor (como o duelo musical), mas ao mesmo tempo, ele tem uma consciência própria de que é um mundo meio... Muppet.

E não é só porque os ursos são feitos e operados pela Jim Henson Creature Shop.


Ok, as regras de mundo aqui não são confusas, mas... curiosas, e são elas que fazem muito do humor voluntário e involuntário, às vezes ao mesmo tempo.

Explico: existem ursos falantes e civilizados nesse mundo. Não só os Ursos Caipiras, mas também aparecem ursos aleatórios no background, trabalhando em lava jato, fazendo a feira, e simplesmente vivendo. Se prestar atenção dá pra ver uma boa população de criaturas enormes, gordas e peludas mesmo sem estar em São Francisco.

De fato, ursos falantes nesse mundo é tão comum que a cantora aí da imagem acima cujo nome não faço questão de lembrar viu Fred e levou um tempo até associar ele ao Fred dos Ursos Caipiras, o que implica que 1-existem mais bandas formadas de ursos falantes e 2-existem mais ursos chamados Fred.


Pra esse mundo, é normal ir pra fila do banco e encontrar um predador de dois metros e meio com garras afiadas o suficiente pra dilacerar Drew McIntyre como se ele fosse manteiga, mas ao invés de berrar de medo cê diz "bom dia, tá calor né?" e o urso responde com "imagina se tu fosse peludo que nem eu" e os dois soltam um risinho incômodo. E tudo implica que houve um período de adaptação pra civilizar os ursos, seja lá por qual motivo, porque Beary foi resgatado de uma preservação ambiental ou algo assim.

O que nos leva ao irmão de Beary, o Moleque De Cabelo Espetado Cool e Edgy dos Anos 2000. Ele é o ÚNICO personagem do filme que reconhece Beary como um urso (ou um Urso, se formos usar a terminologia de Wicked), e basicamente representa todos os adultos da platéia assistindo esse filme, mas ele consegue brincar com a idéia retardada, dá pra ouvir o filme dizer "I know, it's stupd, but BEAR with us for a moment".


Os policiais chegam pra investigar o sumiço de Beary, eles vêem uma foto dele e ficam tipo "huh, ele parece um... aluno do fundamental!" e aí o irmão dele começa a grunhir, é engraçado o suficiente. É como se o moleque tivesse sofrendo um Efeito Mandela ou vivendo num Isekai. O que faz mais sentido cada vez que eu paro pra pensar, esse filme é basicamente o clichê de "acordei num mundo estranho" só que ao invés do protagonista ser o personagem que acordou num mundo estranho, é o irmão dele.

E não só isso, mas a atuação dos personagens humanos também é on point. A família de Beary é a mais comum possível pros anos 2000, quase uma paródia de sitcom (o que reforça minha teoria do Isekai), os policiais também são cartunescamente idiotas, e Christopher Walken... Uau.

Ele foi indicado pra um Razzie Awards pela performance nesse filme, mas... uau. É simplesmente... chef's kiss.


Ele atua com uma seriedade que é totalmente destoante do resto do filme, o que funciona, já que ele é o vilão e precisa chamar atenção pra si. Mas os trejeitos dele são sérios, e não cartunescos, ele conversa com os ursos e os ameaça de uma forma totalmente honesta a ponto de se sobressair contra 5 ursos que poderiam destroçá-lo facilmente. É meio surreal de assistir.

Especialmente perto dos ursos, que são surpreendentemente bem manipulados e construídos. Digo, sim, é a Creature Shop do Jim Henson, com fantocheiros profissionais e com a mesma tecnologia de Família Dinossauros (só que melhorada), mas eles tentam criar essa verossimilhança e ainda deixar cartunesco, mas nunca cartunesco o suficiente que atrapalhe a verossimilhança, o que nos deixa num loop que acaba sendo estranho de qualquer modo.

Família Dinossauros não tinha essa preocupação tanto, viviam num mundo próprio e tinham mais liberdades criativas, mas aqui são ursos reais que por qualquer motivo se tornaram humanizados, é uma outra direção artística. Mas ainda assim, a sensação de ver as bocas se mexendo e não ouvir mentalmente as engrenagens dos motores já é um grande avanço, tem certos momentos que os ursos passam uma carga de emoção que tu totalmente não esperava deles.


Mas ainda assim, com tudo isso, o filme sofre MUITO pelo plot. É uma história previsível, ordinária, que vez ou outra tem algumas surpresas engraçadas. Na real o maior problema é que é o tipo de história que não funciona tão bem se tu não conhecer os personagens, e eu pessoalmente não lembro do nome nem da personalidade da maioria deles.

Tem o Beary, que é o moleque protagonista dublado pelo Sora de Kingdom Hearts; Big Al que é o gordão abestalhado; a ursa mulher que pode ou não ser uma exibicionista, dependendo de como funcionam as regras de nudez pra ursos; e Tennesee, cujo nome eu só lembro por ser um estado americano mas não lembro nem da aparência nem da personalidade.


Essa história funcionou muito melhor em Muppets de 2011, porque eram personagens com história real, relacionamento com o público, e podíamos nos identificar com Walter, além de passarmos mais tempo com ele, conhecendo ele e seu núcleo de amigos. Country Bears tem um ritmo tão apressado no começo que Beary parece muito mais um acessório do que protagonista, Muppets entendia que o filme não era só sobre a reunião dos Muppets, era sobre Walter e sua busca pela própria identidade e talento.

Em vários momentos do filme, Walter reafirma seu amor pelos personagens com coisas muito específicas e que podemos relacionar com o que conhecemos dos Muppets; em Country Bears, eles tentam fazer isso mas a referência se perde e soa forçado, não conhecemos os personagens nem suas particularidades, e quando vemos o amor de Beary pela banda de forma mais física (numa redação) ainda é algo muito vago.


Agora, ainda é um filme que vale muito a pena ver só pelo puro delírio febril que é. Tem coisas que soam muito como um mero plot device e te pegam desprevenido por ser uma piada que faz sentido no world building, mas é um negócio tão absurda que o fato de ninguém contestar torna ainda mais engraçado.

Por exemplo, os ursos vêem um noticiário sobre o suposto rapto de Beary pelos Ursos Caipiras, dando detalhes de quem eles são e do veículo. O noticiário é só notícias sobre ônibus.

Pois é.

De fato, a cena toda do restaurante é CHEIA de detalhes assim, bem como o bar de mel.

É exatamente o que parece.


Mesmo com uma história tronxa, personagens rasos, e um ritmo de narrativa meio surtado, é um filme que deve ser visto quando cê quer ver algo que te faça questionar tudo, e qualquer resposta vai ser engraçada o suficiente. É como se todo o foco do filme fosse nas pequenas piadas ou na forma abirobada de construir o mundo, e o plot maior tivesse sido entregue todo em notas dos produtores e marketeiros.

O que é irônico, porque alguns anos antes do filme estrear, o Country Bear Jamboree foi fechado na Disneyland pra dar lugar a The Many Adventures of Winnie the Pooh. Negócio é que a ride mesmo já tava caindo demais em popularidade, e... Olha, a própria Disney zoou o conceito no FILMEDUPATETA, então... é.

É um conceito infantil demais pra ser levado a sério, a própria natureza da atração (que eu nem sei se dá pra classificar como "ride", na real) não dá muito material pra ser feito um filme, e o filme fez o melhor que podia com o que lhe foi dado.


Não sei como eu consertaria a atração, mas naquela época mesmo já tentaram revitalizar o conceito misturando com Corrida Maluca que... talvez pudesse ser mais interessante, mas eu duvido.

Hoje o Country Bear Jaboree só existe na Tokyo Disneyland, porque japoneses adoram bichinhos fofos e tontos, aparentemente. Tanto é que eles tem todas as variações, o especial de férias e de Natal, sendo que onde ainda existe/existiu a atração, só sobreviveu uma versão reduzida da original e a versão de Natal.

Vai entender.

Aliás, em algumas exibições exclusivas, o filme foi seguido de uma apresentação ao vivo dos Ursos, com as roupas usadas no filme.

Não sei onde eu encaixaria essa informação, então taí.


O importante é: tem Country Bears no Disney+ e se tu tiver no clima de ver algo idiota mas que sabe que é idiota e tenta se divertir com isso ao mesmo tempo que te joga muitas perguntas e que ocasionalmente é legitimamente engraçado, vale a pena ver.

Eu só queria que nossa língua pudesse traduzir todos os trocadilhos de urso possíveis na língua inglesa.


De volta ao canon animado, um projeto antigo começava a ganhar vida de novo. Como cês devem lembrar, Ron Musker e John Clements queriam há décadas fazer o ILHA DO TESOURO NO ESPAÇO, e isso não é força de expressão. Desde O Ratinho Detetive que a dupla queria fazer seus piratas espaciais, lançando o pitch pros presidentes do estúdio de animação.


Clements: Então, seu Jeff, a gente quer fazer ILHA DO TESOURO NO ESPAÇO

Jeffrey Katzemberg: Ok mas a gente tá meio na pindaíba agora, sabe? A gente acabou de lançar O Caldeirão Mágico, tá uma desgraça só. E esse projeto é meio imbecil né? Ninguém quer ver filme de pirata no espaço. Pega um projeto mais bancável, tipo SHERLOCK HOLMES SÓ QUE RATO.

Musker: Ôôô chefia cê ouviu o que falou agora? Na moral? Mas cê que paga as feira lá de casa então bora fazer né.


Mesmo assim, eles foram pro Roy Disney, que levou a idéia pro Michael Eisner, que achava que eles deviam fazer o filme mesmo assim. Katzemberg ODIOU que tivessem passado por cima da autoridade dele.
E depois de Ratinho Detetive...


Musker: Ok agora a gente faz o ILHA DO TESOURO NO ESPAÇO né?

Peter Schneider: Não tão rápido!

Clements: PINDAROLAS! Quem raios sois vós?

Schneider: Eu sou o novo presidente da Walt Disney Feature Animation.

Musker: Ah, massa. Então, eu e meu parça aqui temo uma idéia show de PIRATAS ESPACIAIS, bora fazer?

Eisner: A Paramount vai fazer um filme de Star Trek baseado em Ilha do Tesouro, não rola não.

Musker: Ah, ok então.

Clements: ...

Schneider: ...

Musker: Como ele faz isso?

Schneider: Enfim... Chegou uma galera musical nova aí, um tal de Alan Mendes e Howard do Axé, vão trazer o ritmo do Calypso pra Pequena Sereia.

Clements: Pera, mas Calypso não toca ax-

Schneider: Faz Pequena Sereia que eu deixo cês fazer o ILHA DO TESOURO NO ESPAÇO.


A Paramount acabou nunca fazendo o tal Star Trek Island.

E depois de Pequena Sereia...

Schneider: FALA MEUS QUERIDOS! Boas e más notícias.

Clements: A gente vai fazer ILHA DO TESOURO NO ESPAÇO?

Schneider: Essa é a boa notícia. A má é que vai demorar um pouco, mas tem outros projeto aqui ó, Lago dos Cisnes, Rei da Selva e Aladdin, qual que cês quer?

Musker: *grunf* Aladdin.


E depois de Aladdin:

Musker: Eu nem vou mais perguntar.

Schneider: Então... cês conhecem Superman né?

Clements: ...

Schneider: Os cara quer Hércules.

Musker: Mano seguinte, eu só aceito fazer esse se a gente fizer ILHA DO TESOURO NO ESPAÇO logo em seguida.

Schneider: Tá, tá, wathever.


E depois de Hércules...



Clements: ILHA DO TESOURO NO ESPAÇO!

Musker: ILHA DO TESOURO NO ESPAÇO!

Thomas Schumacher: O que RAIOS cês fumaram?

Musker: CADÊ O PETER SCHNEIDER?

Schumacher: Tá mexendo com teatro agora, é mais a praia dele. Eu sou o novo presidente da Walt Disney Feature Animation.

Clements: AH NÃO VAI COMEÇAR TUDO DE NOVO

Schumacher: Que cês querem?

Musker: Fazer ILHA DO TESOURO NO ESPAÇO desde os anos 80.

Schumacher: Bom, tá no teu contrato, então não tem muito que se possa fazer, vai lá.


E foi assim que Equestria foi criada.

...não pera.

E foi assim que a Disney sabotou o filme que eles mesmos nunca quiseram fazer.

Pois é.

Mas antes, vejamos se o filme de Musker e Clements realmente valeu a pena passar todo esse tempo no chove não molha.


A história adapta os pontos principais de Ilha do Tesouro, só que IN SPAAAAACE. Algumas alterações são óbvias, já que é o modus operandi da Disney, dar aquele toque próprio e etc. Jim Hawkins é um guri que cresceu ouvindo histórias sobre o grande tesouro do Capitão Flint, e de como ele sempre aparecia e sumia do nada no meio do espaço.

Perdão, espaço não, ethereum. Depois explico.

Não, não é a criptomoeda, calma. Se bem que explicaria o lance das riqueza, mas enfim.

Assim, Flint acumulou uma riqueza lendária, a pilhagem de mil mundos, e deixou escondido no... repitam comigo... Planeta do Tesouro. Muito bem, merece um biscoito Scooby!

Jim cresce e acaba virando um moleque arruaceiro, mas de bom coração. Ele vive mexendo com máquinas, em especial sua prancha a vela foguete, e vive se metendo em encrenca como sempre e blablabla. Até que um dia aparece um velho na estalagem de sua mãe com uma esfera de cobre, que é um mapa que leva até o Planeta do Tesouro.

Junto de Doppler, o cientista amigo da família, ele embarca (HAH!) numa aventura pra ir atrás do tesouro, faz amizade com o cozinheiro Long John Silver, Capitão Smollet agora é a Capitã Amelia que é uma gata. Literalmente.

...considerando que nesse exato período a Disney comprou Power Rangers, e que alguns anos depois adaptariam Dekaranger pra SPD que incluía uma alienígena gata... podemos presumir que Amelia e Kat são parentes distantes?


Enfim, eu fui reler minha resenha de Ilha do Tesouro lá no começo da retrospectiva e... uau. Eu não escrevi mais que cinco parágrafos desse filme, tamanho o vazio que ele deixou na minha memória. Talvez eu tenha que rever esse filme qualquer dia desses. Titan A.E. também é um negócio estranho, eu lembro de não ter gostado tanto quanto que eu escrevi, sei lá.

Cito esses dois filmes porque ele basicamente é o cruzamento dos dois, é a história de Ilha do Tesouro, com a animação de Titan A.E.. Só que Planeta faz uma animação melhor... no geral.

A animação dos personagens é aquela que já se espera do estúdio, aquele primor de atuação e detalhes, mas esse é um filme do começo dos anos 2000, então temos que experimentar a computação gráfica, e por Deus, eles o tentam. O navio todo é feito usando Deep Canvas (a mesma técnica usada em algumas cenas da selva em Tarzan), alguns personagens são feitos em CG, e outros são uma mistura dos dois.


Por exemplo, Silver é o pirata de tapa-olho, perna de pau e mão de gancho (ao menos nessa encarnação, eu li o livro e não lembro se essa é a exata descrição dele e não me importo o suficiente pra ir confirmar agora), mas o olho perdido é um olho mecânico; a perna de pau é de metal; e o braço cortado é uma mão mecânica com mais usos que um canivete suíço.

Aliás, é interessante notar que até na velha arte de fazer modelos de argila dos personagens esse filme inovou. O braço mecânico de Silver foi feito usando um processo que lembra MUITO as impressoras 3D hoje, mas ao invés de usar seja lá o que as impressoras 3D usam, foi plástico mesmo.

Tem um personagem (o pirata-aranha, não lembro o nome) que também usou um pouco dessa técnica de CG pra ser animado. E Ben (e os guardas que levam Jim; sei lá porque eles nunca são mencionados juntos) são feitos totalmente em CG, mas com o cuidado de mesclarem bem com o 2D, tanto nos contornos como na animação. Ben definitivamente não conseguiria fazer tanto squash and stretch se fosse de metal.


Mas ao mesmo tempo... a CG acaba ficando datada demais, DEMAIS em algumas cenas, como a que mostra o porto. Eu admito que é um conceito absurdamente criativo, um espaçoporto em meia lua, mas o abuso de CG fez com que a cena envelhecesse muito mal, a ponto de ser distrativo.

Felizmente, o lado criativo do filme aflora em todo o resto. O próprio conceito do ethereum é algo que reforça as possibilidades que só a animação pode te oferecer, e mostra como alguns críticos acabam limitando isso, de certa forma. Não realmente, mas...

...ok, divago de novo, deixa eu explicar. O "espaço" em Planeta do Tesouro não é o ESPAÇO que estamos acostumados em outros filmes espaciais, como Star Wars, Star Trek, e Guardiões da Galáxia. Essas histórias procuram emular o espaço de uma forma verossímil em nosso mundo, mesmo pertencendo a gêneros narrativos totalmente diferentes (fantasia, sci-fi e super-heróis, respectivamente). "Ai, mas nesses filmes tem som no espaço", sim, inteligentinho, parabéns, só você percebeu isso, quer o que agora? Uma medalha?

Som no espaço é uma necessidade dramática, mas as regras físicas são praticamente as mesmas: tá no espaço, sem o traje adequado pressurizado e com oxigênio, morre. "Mas em Last Jedi" -COMO EU DIZIA....


O ethereum é mais uma forma diferente de oceano, por assim dizer. É um espaço respirável, que é uma desculpa pra nos dar os designs das naves que usam o design de naves marítimas da época de Ilha do Tesouro, mas com tecnologia futurista, como foguetes e energia solar. É sensacional do ponto de vista criativo.

É isso que explica também toda a escolha estética do filme, a proporção 30/70, onde 70% é de época, mas 30% é futurista. Então temos gente usando bonnets e roupas com franjas no peito e casacos e vestidos estufados, mas também temos robôs, lasers, e hololivros.

Sim, Jimmy Neutron provavelmente se pass no mesmo universo de Planeta do Tesouro.


MEU DEUS, COMO ISSO NÃO VIROU UM SUB-GÊNERO?? DE VERDADE! Eles usam bacamartes do século 17 que atiram lasers, é fantástico! Enquanto isso, o Doug Walker fica "ai não se vão fazer ilha do tesouro no espaço tem que ir full espaço mostra umas navezona" MEU AMIGO OLHA QUE BELEZA DE ESTÉTICA! QUE CONCEITO! Se fosse literalmente Ilha do Tesouro no Espaço com estética mais sci-fi, ia ser basicamente Star Wars, que é fantasia medieval com roupagem tecnológica.

JOHN MUSKER E RON CLEMENTS CRIARAM UM SUBGÊNERO, PRATICAMENTE. Se não criaram, ajudaram a definir e popularizar mais do que deveria.


O meu maior problema com o filme na real é o ritmo da história. Algumas coisas acontecem rápido demais e não dá pra digerir bem os personagens, que são sim sensacionais. Jim aqui é um órfão, mas seu pai simplesmente foi embora um dia, que é algo incomum nesse tipo de filme, até hoje. Normalmente um dos pais tá morto, não abandonou a família. Isso cria uma camada de personalidade no Jim que é interessantíssima de explorar e liga mais ele a Silver, mais até que em Muppets na Ilha do Tesouro, eu diria.

Ao menos argumentalmente, porque os diálogos e a química de Jim com Tim Curry eram sensacionais e críveis. Aqui Silver é mais pululante que a versão de Curry ou mesmo Robert Newton, mas nem por isso deixa de ser mais ameaçador ou imponente ou mesmo dramático quando precisa. Só que aqui logo jogam o lance de "você amoleceu porcausa do moleque" que... é, danifica um pouco o que eles tentam construir.

Acaba sendo um arco de redenção interessante pro personagem nesse universo, mas eu gosto mais do final dado em Muppets na Ilha do Tesouro, que deixa a dualidade no ar: Silver continua amolecido porcausa de Jim, por ser o filho que ele nunca teve, mas também tem sua devida punição karmática.


O que eu lembro de sempre realmente gostar desse filme é o clímax, que parece muito algo tirado de uma história de pirata, com o exagero cartunesco da ganância de piratas mesmo após a morte, mas também por ser artistica e tecnicamente impressionante, misturando bem animação CG e tradicional.

Eu também adoro o design dos alienígenas, que por vezes pode ser muito genérico e preguiçoso e até infantil, mas ele parece ter uma identidade própria ao mesmo tempo. Não sei se são as roupas de época ou se é o próprio traço influenciado do Glen Keane, mas se eu ver um alienígena de Planeta do Tesouro, eu consigo imediatamente identificar como vindo de Planeta do Tesouro.

E é... Ben é irritante. Demais. Por sorte, ele não fica muito tempo na tela e Martin Short consegue deixar o personagem menos irritante do que devia. Pelo menos pra mim dá essa impressão, ou os roteiristas mesmo diminuíram os diálogos de Ben, sentindo que tanto ele poderia ser irritante se usado em demasia, como por ele ser uma peça importante pra história, de certa forma. Mas eles tentam forçar aquela amizade entre Ben e Jim que se torna irritante, mas logo que eles precisam um do outro, o negócio flui um pouco melhor.

E eu achei que fosse o Robin Williams dublando Ben, mas aí eu lembrei que nessa época o Robin ainda tava de mal com o estúdio porcausa das tretas com Aladdin. Então parabéns, Martin Short, você é um bom imitador de Robin Williams, seja lá o que isso signifique.


Planeta do Tesouro é um filme que vale a pena ser assistido, demais. É aventura, é adaptação de uma história clássica com um conceito novo e fresco, e uma direção artística e criativa que te faz ter interesse por esse mundo novo. Mas né, a Disney acabou sabotando o próprio filme.

Os trailers da época não se esforçavam nada pra vender o filme, apelando pra momentos, imagens e personagens que de forma nenhuma representavam o filme (como sei lá, focando num alien cuja gimmick é se comunicar por sons de peido, que não tem mais que 5 minutos de tela). Não só isso, mas eles resolveram estrear o filme no mesmo dia que um outro filme que também era uma adaptação de livro infanto-juvenil, e que tava se tornando uma febre recente.

Talvez cês lembrem desse filme, Harry Potter.

Pois é.


A teoria de sabotagem faz muito sentido, porque era um filme que a Disney absolutamente não queria fazer, e os chefões do estúdio já sentiam que a transição de 2D pra 3D seria necessária num futuro próximo, e queriam matar essa franquia. Uma sequência já tava planejada, mas obviamente nunca foi feita, devido aos baixíssimos números de bilheteria.

Como o filme vem crescendo em popularidade, talvez uma sequência direto pro Disney+ aconteça. Mas se você me acompanha há algum tempo, sabe que as melhores idéias nunca são aceitas, então mesmo um remake (que seria o mais provável) é uma possibilidade BEM remota de acontecer.

Planeta do Tesouro é um filme que celebra a animação como mídia, as possibilidades criativas, as desculpas narrativas pra mostrar conceitos diferentes, divertidos e interessantes de serem explorados, como navios a vela no espaço. A única forma de fazer jus a esse legado seria um longa live action com diversas técnicas de animação misturadas. O que ainda não seria o suficiente, porque ia ser um filme esteticamente confuso e só ia ressaltar o quão o original é melhor

Mas... nunca vai acontecer. A menos que a Disney continue firme no seu propósito de fazer produtos novos propositalmente ruins pra ressaltar a qualidade dos originais.


Última trivia antes de passarmos pro próximo filme: a soundtrack foi usada num trailer do filme Nim's Island e em Crônicas de Nárnia. Eu não sei como a Fox conseguiu os direitos pra usar uma música específica de um filme da Disney num filme deles, mas como a Disney comprou a Fox, pode ter sido só um prenúncio das coisas que viriam.

Às vezes a realidade é sem condições.


Agora eu preciso ser 100% sincero com vocês. A idéia original era pegar todos os filmes lançados no cinema mesmo que fossem sequels (como Return to Neverland) e filmes do DisneyToon, como o filme do Leitão. Mas ia dar uma engordada medonha na retrospectiva, e eu pretendo fazer uma retrospectiva só desses filmes low budget.

Algum dia.

Sendo assim, já que esse artigo já tá imenso como é, encerremos por aqui e voltaremos depois a nos atentar às trapalhadas de Michael Eisner, Um CEO do Barulho, na Sessão da Tarde.


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