Super Remake Time: Descendentes


Eu odeio Descendentes. De verdade. Não tanto o filme em si, eu já aprendi a superar e apreciar como ele realmente é: um filme ruim que é divertido de caçoar. Mas eu não consigo deixar de me irritar pela oportunidade perdida de fazer algo legitimamente bom, mas ainda encaixando na proposta geral dos filmes originais Disney Channel.

E se um monte de gente que é paga pra fazer isso não consegue fazer direito, eu resolvi fazer uma proposta de uma visão alternativa do mesmo conceito, só por diversão.

E sim, eu peguei esse conceito do Blog do Amer, que fez isso com Transformers e com Star Wars há algum tempo atrás.

Segmento o qual chamarei de Super Remake Time, porque branding é tudo.

Adiante!


Já deixar claro pra vocês que eu não li nenhum dos livros de Descendentes. Existem novelizações dos filmes e livros que contam outras histórias, mas eu vou me ater só ao filme. Se Wicked World deixou de ser canon pra ser o que originalmente deveria ser (uma propaganda animada da linha de bonecas), os livros provavelmente devem ter o mesmo peso descartável.

Eu tenho quase certeza que eles vão explicar problemas básicos de world building nos livros, ou só criar mais, então pra simplificar, fiquemos nos filmes.

Ou talvez nem isso, vai saber.

E já que mencionamos, esse é o primeiro e mais crucial ponto em que o filme falha.


World Building


A construção de mundo numa narrativa é, na maioria das vezes, a primeira coisa que você vai ter que pensar. Seja um livro, um filme, quadrinho ou jogo, você precisa ter um mundo interessante pra que seus personagens tenham motivo pra existir e fazer o que fazem.

Mesmo que o seu mundo seja o nosso mundo cotidiano normal e sem graça, você precisa estabelecer algumas regras de como ele funciona dentro da sua narrativa, pra dar um foco no Mundo Normal de seu protagonista.


Embora Descendentes tente fazer um conceito próximo ao de Once Upon a Time (o de ter vários personagens de contos de fada coexistindo num mesmo lugar), a apresentação do mundo é muito corrida logo no começo, com a narração da Mal. Logo já vemos que o filme tenta se passar num mundo contemporâneo, mas ao mesmo tempo ele parece considerar os eventos dos filmes como canon.

Em Once isso funciona, mas porque os personagens se esqueceram de quem são e ficaram eternamente presos a uma cidade, logo eu imagino que as personalidades deles sejam "rebootadas" a cada década ou algo assim, pra acompanhar as mudanças culturais, tal qual o universo de Archie. E também porque as histórias "oficiais" de cada conto foram alteradas do Reino da Fantasia, ou seja lá o nome que deram na série.
Como o fato de todos os personagens serem conhecidos entre si e viverem relativamente próximos uns dos outros, mesmo com as histórias se passando em países diferentes nos contos de nosso mundo.

O que nos leva a mais buracos argumentais do tamanho de um Monza, mas eu divago.

Sim, dá um pouco de dor de cabeça pensar nisso e na real é bem mais simples do que eu tou passando, mas Descendentes usa a mesma idéia de ter pequenos reinos influenciados por países e culturas reais, e todos eles são vizinhos entre si.


Em Descendentes, todas as histórias e culturas diferentes coexistem no mesmo pedaço de terra, mas logicamente isso não faz muito sentido, mas reino de fantasia, ok. E eu até consigo considerar o Universo de Descendentes se passando numa realidade alternativa ao Reino dos Parques/Imaginação, onde os personagens também tem conhecimento entre si e se visitam.

O que não justifica é botar Fera e Bela como "reis eleitos" do lugar, como se fosse uma maldita piada de Monthy Python.

Qualé, cês sabiam que isso viria mais cedo ou mais tarde.


A gente sabe que isso é unicamente pra ligar aos live-actions recentes do estúdio, até considerando a Malévola como a Fada Má, como em Maléfica. Fera e Bela serem os "reis eleitos" do país todo só funciona pra que eles tenham holofotes sobre si e preparar o terreno millenial pra Hermione e Zé Colméia. E Jafar era um lembrete que daqui a alguns anos teríamos o remake de Aladdin, que por um acidente resultou num filme fantástico.

Mas se eles quisessem mesmo honrar os personagens como eles merecem, aqui vai o que aconteceria: o país funcionaria como um Conselho.


Pensa nisso: toda a realeza (basicamente, todas as personagens que tão na franquia Princesas, porque dane-se os outros clássicos né) decidiria a política do país numa mesa redonda, mas tendo a mediação (e, se necessário, a palavra final) da Branca de Neve e do Rei Príncipe. Dá até pra fazer uma piada idiota típica do canal, tipo:


(A cena envolve o quarteto protagonista se encontrando pela primeira vez com a Rainha Branca e o Rei Príncipe.)

Mal: (fazendo reverência) Rainha Branca, Rei Príncipe. Posso perguntar uma coisa?

Príncipe: Claro.

Mal: Cê tem um nome real, ou seus pais tinham muita certeza do seu futuro na nobreza?

Príncipe: (risada sem graça) Ora, é claro que eu tenho um nome de batismo. Mas depois do longo reinado de meu saudoso pai, eu me acostumei a ser chamado assim. De fato, quando eu nasci-

Branca: Estamos honrados com a presença de vocês aqui hoje.


Viu? É incrivelmente idiota, mas ao mesmo tempo é self-aware do quão idiota é e funciona como uma cutucada em si mesma que a Disney costuma fazer esses dias, só que mais sutil e rasteiro.

O conceito de unificação dos reinos seria algo meio frouxo, o Conselho só se reuniria em ocasiões específicas ou de emergência. Poderíamos abrir o filme explicando como o Conselho precisou banir os vilões pra uma ilha recém-descoberta usando uma forte magia (tarefa designada às Fadas Madrinha e Azul), e o casal Fera foi designado pra comandarem uma escola pra realeza, onde os filhos dos outros reinos seriam mandados pra estudar pra se tornarem bons governantes no futuro.

Assim, deixaríamos os personagens que merecem prestígio terem seu prestígio (ao invés de termos, sei lá, a Branca de Neve trabalhando como jornalista recebendo biscoitos e assédio sexual de superiores como pagamento) e ainda deixaríamos os personagens que a empresa quer botar em destaque pra preparar o terreno pra próxima grande produção. Matamos dois cajados de uma coelhada só!

Sim, parece MUITO com Once Upon a Time, mas eu juro que pensei nisso ANTES de ver a novela.
SIM É UMA NOVELA VÁ PRO RAIO QUE TE CARREGUE!
"mas kapan raios partem não carregam"
VÁ VOCÊ TAMBÉM, CATA-PIOLHO DESGRAÇADO!


Quanto à Ilha dos Perdidos, é muito fácil simplesmente dizer que eles são filhos dos vilões, sendo que eles nunca... cês sabem. Flores e Abelhas. A teoria que mais faz sentido é que Jafar é o pai biológico de todos os 4 protagonistas, o que me leva a perguntar de quem Jay seria filho, mas quanto menos eu pensar nisso, melhor.

A melhor solução pra esse buraco argumental do tamanho do Montese é explicar que Mal, Evie, Carlos e Jay foram adotados. A idéia é que fosse algo como Oliver Twist, os vilões adotaram crianças de rua órfãs e as treinaram pra serem vilões e eventualmente se vingarem da realeza Disneyana. (O que, parando pra pensar, tem realmente MUITA influência visual de Oliver Twist no design da Ilha) É um plot que faz muito mais sentido do ponto de vista narrativo, e até dá pra incluir a muito provável paternidade de Mal no futuro, com o twist de ela ser a única filha biológica de fato.

Minha aposta desde sempre foi o Hades, aliás. Quem mais se apaixonaria pela Rita Repulsa?
"o lorde zedd" NÃO PERGUNTEI PRA VOCÊ


Não é o mundo mais recheado, mas ao menos é um começo astronomicamente melhor que a batida de trem que recebemos no filme final. O próximo passo seria definir melhor os personagens e quem os interpreta.



Personagens e Elenco


Como já deixamos bem estabelecido, Fera e Bela seriam apenas os reitores da Escola Preparatória da Realeza, com a Fada Madrinha como diretora. Sei lá como escolas reais funcionam, mas é um mundo de fantasia então não me encha o saco. Fera e Bela são os donos do colégio, que financiam usando os royalties de Be Our Guest. Pronto, resolvido!

Nesse caso, daria até pra botar uma piada ou referência sutil a Princesinha Sofia, já que a outra Escola de Realeza é dirigida pelas 3 fadas de Bela Adomecida. A Escola de Auradon seria como o próximo passo depois do Fundamental em Enchancia. Sinergia é algo que costumava ser prezado nos tempos de Michael Eisner, e Bob Iger parece não se importar mais em preservar de uns tempos pra cá.

Digo, ele liga as marcas, de alguma forma. Basta ver as quinquilharias que eles vendem nos parques, mas ainda assim é uma ligação bem fina. No máximo personagens fazendo cosplay, mas em termos de universo compartilhado, não. Nada como tivemos em House of Mouse.


Enfim, vamos mudar o elenco, embora eu não tenha nada contra o elenco final de alguns personagens. Bela e a Fera servem perfeitamente como os pais rigorosos mas que tentam ser "cool" e "hip", nem sempre com sucesso e potencialmente até embaraçando os jovens em público. Os únicos que eu trocaria seriam aqueles que mudam os aspectos físicos dos personagens originais sem motivo nenhum.

Por exemplo, a mãe de Aurora aqui é latina/negra, e uma vez que já ficou estabelecido que esses personagens são os mesmos dos longas originais, não faria sentido nenhum ter uma latina ou negra como realeza na... Inglaterra? França? Europa medieval. Audrey poderia sim, ter essas características físicas, caso ela fosse adotada por Aurora, e não mudaria o impacto que a mãe da Aurora tem quando vê Mal. Talvez o lance de adotarem Audrey crie até alguma camada interessante pra debaterem em algum momento, sobre a legitimidade do status real dela, o que explicaria ela ter uma certa obsessão pelo namoro com o Ben, como se fosse uma forma de compensar a falta de sangue real.


A maior mudança de elenco seria pros vilões principais: Malévola, Jafar, Grimhilde e Cruela. Os moleques realmente parecem filhos biológicos dos vilões originais., embora Jay se parece menos, mas "ele é a cara da mãe", eu acho...? No entanto, já acertamos que nesse universo a origem deles não vai ser biológica, então podemos dar a desculpa de "simpatizei contigo moleque, quer se juntar ao nosso grupo?", que poderia até ser mostrado em featurettes de internet, sei lá.
O problema maior persiste: os vilões aqui não se parecem com os vilões originais. Então, corrijamos essa pantomina.

Jafar parece ter enlouquecido de tanto procurar uma lâmpada com um gênio (ao invés de procurar em vasos, jarros, tapaués e anéis que, segundo histórias árabes, são bem mais comuns), ele insiste na maldita lâmpada. PTSD, na certa. Efeito do Hades ter ressuscitado ele de novo, tal qual aconteceu na série de Hércules.
Sim, Jafar morreu pelo menos três vezes.

Conta comigo: no primeiro filme ele só é aprisionado numa lâmpada; no segundo filme (Retorno de Jafar) ele finalmente é destruído. Na série de Hércules, Hades o ressuscita duas vezes (segundo a Disney Wiki) pra acabarem com seus respectivos arqui-inimigos. O que me faz pensar em duas coisas: primeiro que Jafar já pode pedir música no Fantástico (Milla ou El Arbi, deixo vocês decidirem); segundo, não deve ser difícil pra Hades trazer todos os vilões Disney mortos, de uma forma ou de outra. O que já nos ajuda a moldar um plot.


Hades é um deus grego, logo teoricamente imortal. Ainda assim, ao final de Hércules ele cai no rio dos mortos ou seja lá o nome, eu não vou pesquisar agora. Se soubessem a lerdeza do meu computador pra abrir uma maldita aba, fariam o mesmo. Enfim, ao final de Hércules, Hades cai no... hades... E temos uma cena pós-créditos onde ouvimos Hades perguntando "Sim eu vou ficar aqui pra sempre agora?" ou algo assim. Ou seja, ele ainda tá vivo, só tá preso lá.

O que deve ser muito legal estar por lá num universo onde todos as histórias coexistem. Eu imagino que eventualmente ele deve ter se cansado de jogar cartas com o Capitão Gancho ou de xavecar a Malévola. Em algum momento, ele deve ter descoberto uma forma de voltar à vida, e levou consigo todos os vilões pra fazer uma vingança massiva contra Branca de Neve e seu reinado. O que levou então a todos os vilões serem banidos pra Ilha, já que os heróis são tão incompetentes que nem conseguem deixar os vilões mortos. Isso explicaria porque os vilões tão vivos nessa franquia.

O que restaria explicar seria os 4 que planejam a vingança. Bom... Os outros vilões eventualmente desistiram de se vingar. Ou eles não tem motivações o suficiente, ou pretendem se vingar de outra forma, já que não tem poderes como os outros e nem foram mortos (como Tremaine, que abriu um bazar nos fundos da casa). Ou arranjaram trabalho e só querem passar o resto de suas vidas como aposentados, tipo a Úrsula. Ou esperam uma hora melhor pra atacar, o que explicaria eles adotando moleques de rua (que, lembremos, se estão na Ilha dos Perdidos, é porque são criminosos) e lhes ensinam a arte de ser DUMAL.

O quarteto principal, Jafar, Malévola, Cruela e Grimhilde, usa a mesma tática, mas age mais ativamente. E aqui temos a primeira diferença crucial dos personagens.


No filme, os personagens são caricaturas mal-feitas dos vilões. Grimhilde é uma senhora feia que usa muita maquiagem pra se sentir bonita e é ridiculamente vaidosa; Cruella é perturbada mental (o que deve ligar aos live-actions de 101 Dálmatas, mas eu não vi todos então sei lá); Jafar parece aquele tio inconveniente que tu vê duas vezes ao ano e Malévola é literalmente a Rita Repulsa.

O que não faz sentido nem no filme original, ainda mais aqui.

Vamos por partes. Grimhilde vai ser LINDA. Nem a idade nem o disfarce mágico de velha estragou a beleza de nossa primeira vilã (como vimos nos quadrinhos aqui e aqui), ela continua bela e elegante como uma Morticia Addams, Angelina Jolie ou Catherine Zeta-Jones da vida. Aquela mulher que já tem 40-50 anos, mas continua tendo aquela aura elegante, atraente. Tal qual essa aura, sua forma de agir será mais graciosa, mais elegante. Eu a definiria mais como uma designer de moda do que a tia de 40 anos que insiste em bancar a jovem "How do you do, fellow kids?". Funciona pra Kimmy em Fuller House, mas não aqui. Os pitis em relação a Branca de Neve continuariam, mas não seriam cartunescos como na performance da Kathy Najimy.


Cruela DeVil pra início de conversa vai ser branca e magra, como no desenho. Certamente será muito próxima a Rainha Má, pelo fato de ambas serem vaidosas. Cruela também é fashionista, mas a personalidade dela é mais explosiva e estrambólica, ao contrário de Grimhilde que é mais serena e contida. Na pior das hipóteses, só se basear na atuação da Glenn Close, sem os exageros cômicos do filme (como, sei lá, ela latindo num close da câmera).


Jafar... Curiosamente eu gostei do Jafar do filme. Ele engordou e ficou biruta, mas é parte do fato de ele ser dono de uma loja de antiguidades e viver atrás de uma lâmpada com um gênio dentro. O cara morreu e ressuscitou 4 vezes, dá um desconto pro coitado.


Malévola é a que vai ser mais modificada. Ao invés de ser um ganso de maquiagem grasnando numa voz que faria Jennifer Tilly dizer "menos, amiga, beeeeeeem menos", Malévola vai ser exatamente igual ao desenho. Ela não faz movimentos desnecessários, cada passo é friamente calculado, uma mania que ela já tinha, mas extrapolou depois de ser mandada pra Ilha e gastar muito tempo e energia fazendo planos da sua volta triunfal. Por causa disso ela é meio que a "líder" do grupo, e suas motivações continuam sendo tão imbecis quanto no filme, mas o que sempre deu a graça da personagem é a forma que ela faz as maldades.

Faria até mais sentido ela ter essa personalidade, porque o roteiro exige que ela tenha um tipo de autoridade sobre os protagonistas, e não dá pra ter respeito por uma personagem que parece ter vindo de um seriado nipo-americano dos ano 90 e no meio do caminho decidiu experimentar Vaca Preta e teve um AVC.

Só tente imaginar a cena que ela faz o lance de brilhar os olhos tentando comandar a Mal no começo do filme, faria muito mais sentido se fosse realmente a Malévola original. O cenário talvez fosse reformulado levemente, pra tornar o trono dela um lugar mais sombrio, onde ela pudesse ficar lá sem ser incomodada pelos outros vilões.


Todas essas mudanças trariam um peso maior no resto da história, onde os protagonistas relatam que seus pais não são normais, e são até meio cruéis com eles, como... Como, como... Não assar biscoitos com gotas de chocolate! Oh!

...sim, isso é algo que acontece no filme, mas faz sentido no contexto, eu juro. Os vilões nunca fazem esses pequenos atos que demonstram amor, e isso é importante pro desenvolvimento dos 4 protagonistas.

Ok, consertamos os personagens e a história de fundo, que mais falta? As músicas?



As Músicas.


Eeehhhhh, ok. Eu não tenho nenhum problemas com as músicas. Eu compreendo o público-alvo e o tipo de coisa que o Disney Channel faz pra eles, e... Enquanto músicas snack (sabe, um nível abaixo de música fast-food), é... ok. Eu pessoalmente não gostei de nenhuma delas, exceto Rotten to the Core, mas só a versão da Evie e de Natal.

Mas se tem uma música que eu alteraria totalmente seria Evil Like Me. Porque primeiro, mudamos a personagem da Malévola, e segundo, toda a cena é um atentado terrorista à personagem original, o que nos força a mudá-la.

Ok, o que temos aqui? Evil Like Me é uma música que pega muito um estilo Broadway-Vaudeville, que é bem cartunesco e exagerado. Condiz com a persona de Rita Repulsa, mas não com Malévola, que é uma personagem graciosa, elegante, fina. Como eu costumo dizer, a prima européia e rica da Bruxa Má do Oeste. Então, o que poderia substituir esse estilo? Um tango, talvez.



E eu sei o que cê tá pensando, mas veja bem: funcionou pro Jafar no musical da Broadway. Jafar tem muitas características semelhantes às de Malévola: eles são esguios, cultos, manipuladores, tem um ar de elegância e usam chapéus esquisitos. E caso esse vídeo não seja excluído pela Disney no futuro (como fez com o link antigo), dá pra ver como o Jafar não precisa se movimentar muito, ele ainda mantém os movimentos escassos, pouco cartunescos, e elegantes.

Claro, tem outras versões amadoras dessa música, com variações na descrição, mas no geral é basicamente isso. Poderíamos até mostrar cenas onde Malévola chama Mal pra perto e a trata mais carinhosamente (ao menos a Mal entenderia assim, nós como público sabemos que é manipulação assim como quando Jafar elogia Aladdin), pra que nessa música tenhamos o sentido que Malévola tá tentando convencer Mal de como é legal ser DUMAL e como ela precisa seguir seus passos. Pra isso, ela teria que se mostrar um pouco mais gentil.

A letra também teria que ser refeita pra tirar as piadas e referências à mãe de Malévola, que ao menos na versão final do filme, quanto menos eu pensar, melhor.




O Resto do Filme


Ok, então o que mudaria no resto do filme? Pouco, na verdade. Só as diferenças que tão aqui aplicadas ao plot que já temos no filme, que, eu gosto de frisar, é ruim, mas é um ruim divertido. Enquanto focava nos protagonistas eu gostava bastante e pareciam ser personagens interessantes. Mudanças aconteceriam ao mostrar certos personagens em certos eventos, como Branca de Neve e o Príncipe presentes pra celebrar a coroação de Ben... Embora fosse mais metafórica, porque... né. A coroação de Ben poderia ser mais uma formalidade, como se ele estivesse num estágio ou algo assim. Obviamente o próximo na linhagem seria Glauco, o filho da Branca e sim, eu sustentaria esse nome só pra algum dia algum canal de curiosidades tipo DidYouKnowMovies pudesse citar os quadrinhos italianos, e quando vocês assistissem comentassem "O KAPAN JÁ FALOU DELE ANTES".


Na real, a coroação poderia ser substituída por um título de Cavaleiro, e só quando Ben estivesse plenamente apto, uma coroação. A cerimônia seria feita pelo próprio Glauco e a Fada Madrinha, representando mais o corpo estudantil. A cavaleirice (sei lá o nome da cerimônia) indicaria que Ben assumiria a Academia de Auradon, mas serviria de estágio pra governar o Reino, caso fosse necessário. Todos os filhos dos membros do Conselho (Ariel, Jasmine, Bela, Tiana e por aí vai) teriam que passar por isso de uma forma ou de outra. Talvez a filha de Mulan tivesse que ser General, a filha de Tiana assumir o restaurante, sei lá.

E eu ainda adicionaria outros personagens que não entraram na franquia Princesas (os vilões ainda aparecem mesmo sem suas respectivas princesas estarem na franquia; a sub-franquia Vilões difere das Princesas e conta com personagens como Gancho, Hades e Cruela, mas Wendy, Megara e Anita não entram nas Princesas. O que é injusto porque MEGARA É MAIS PRINCESA QUE A AURORA AQUELE PESO MORT-parei).

Ok, imagina que daora seria uma classe de carpintaria com Pinóquio (agora humano, claro) e o diretor da cadeira sendo Gepeto. Ou Gepeto como professor e Pinóquio como monitor, sei lá. Ou ainda, a menção de Peter Pan como "aquele aluno que não quer nada com nada e foi expulso do fundamental várias vezes". Ou ainda ter o Chapeleiro Louco como professor de corte e costura ou economia doméstica. E claro, ele teria que atuar como Ed Wynn, até procurando outras fontes dele em live action como em Babes in Toyland e Mary Poppins. Ou só pegar um dos face characters, sei lá. Seria no mínimo interessante.


No geral, isso é o que eu faria pra tornar a experiência de Descendentes mais interessante. É incrivelmente ousado, comparado às guidelines do canal, mas é o que eu creio que seria o melhor caminho caso o Disney Channel não fosse tão focado em agradar os gráficos de pesquisa de mercado.

Eu não sei se tão cedo farei outro artigo desses, porque até então esse foi o único filme que conseguiu me irritar a esse ponto. Mas se tiverem sugestões, deixem aqui embaixo e sei lá, comentem o que vocês mudariam em Descendentes.


Aliás, querem ver algo que eu descobri dia desses? Eu não sei se foi intencional ou não, mas é muito legal. Ok cês lembram que o Fera usa óculos nesse filme né? A princípio eu achei meio estranho mas ok aceitável ele já tá com idade pra ter problema de visão, de boa.
Mas aí eu vi um vídeo do Oscar onde aparecem a Bela e o Fera e...


ELE USA ÓCULOS!!
SINERGIA!!!

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