Meus Amigos Dinossauros 3 (Prehysteria 3)
Golfe é tão esporte quanto League of Legends. Os dois são incrivelmente maçantes, lentos, e jogados com o mesmo tanto de esforço físico que tu faz se assistir alguém jogando. Mas só um desses jogos atrai crianças, algo que passou desapercebido pelos caras da Moonbean nos anos 90, porque alguém deu luz verde pra um filme infantil tendo golfe como seu ponto principal.
Pra ser justo, não existia League of Legends em 1995, mas esse não é meu ponto.
Eu só quero fechar logo essa trilogia de filmes semi-nostálgicos pra calar as vozes na minha cabeça, que não me deixm esquecer que essa franquia existe. Então vamo lá, Prehysteria 3.
Se você não leu os outros artigos, sugiro que leia aqui e aqui. São filmes incrivelmente bobos e imbecis, mas inofensivos pra crianças, o que eu creio ser um valor real. É difícil encontrar bom entretenimento pra crianças que seja divertido e dê exatamente a elas o que elas querem ver, ao invés de fazer seja lá o que Steven Universo tenha usado como justificativa.
É uma história simples sobre dinossauros em miniatura que teriam sido um presente dos deuses astecas pra humanidade que acabaram nas mãos de caipiras americanos, porque é claro que sim.
Se bem que a segunda oração da frase tire o mérito da primeira, porque cê deve tar confuso com o plot "supersimples" de "deuses astecas deram dinossauros em miniatura pra humanidade como presente de paz". Eu tou tão confuso quanto você, acredite.
No primeiro filme, tivemos o conflito entre a família e um dono de museu de beira de estrada que queria fazer uma fortuna com os bichos (mesmo ignorando que absolutamente NINGUÉM nesses filmes se espanta ao ver os dinossauros em miniatura); no segundo foi a vez de um moleque rico e uma guria que parecia ter o cabelo hidratado demais pra ser uma mendiga ou trabalhar no parque de trens.
Nesse filme eles parecem ter perdido um pouco a mão, com ainda menos foco nos dinossauros, mas o plot humano ainda era relativamente interessante com personagens não exatamente bem escritos, mas interpretados de uma forma carismática. Era razoável, pelo menos pra um filme de baixo orçamento.
O terceiro filme… Meu raio.
No final do segundo filme, o velho caseiro dos caipiras leva os dinossauros de volta pra casa, e o terceiro filme começa exatamente onde ele parou, não sem antes dar um backstory sobre os dinossauros reciclando cenas dos filmes anteriores, caso cê tenha perdido os outros dois filmes.
É de fato interessante como eles editam esse comecinho, que faz sentido se tu tiver visto os outros filmes, mas também soa coerente caso cê teja tendo o primeiro contato com esse terceiro. Claro que é feito pra reciclar footage porque é isso que filme B de baixo orçamento faz, mas ainda assim, é um bom uso do que tem à mão.
Enfim, no caminho de volta pra casa os dinossauros sabotam o carro do velho e caem próximo a um campo de golfe. Pelo menos eu suponho que tenha acontecido assim, a gente nunca vê eles caindo de fato. Pelo menos não que eu lembre, porque a próxima cena memorável deles já é tretando com o dono do lugar, um velho escocês avarento e mesquinho que não é o Tio Patinhas.
Sabemos que ele não é o Tio Patinhas porque ele não tem sotaque nem solta um "curse me kilts!" aleatoriamente.
Nesse campo vive a sobrinha do velho, que segundo o plot do filme é de descendência escocesa, mas com um sotaque tão falso que faria Apollo Crews (Nigerian Edition™) soltar uma lágrima de orgulho. E não só isso, ela solta referências à cultura escocesa com tanta frequência quanto aquele moleque cosplayer da novela.
Eu acho fascinante como eu lembro do moleque falando "daijobu, mãe" mas não lembro o nome da novela.
Ok, não é exatamente no campo de golfe que ela mora. Tem um pedaço do campo que ainda pertence aos pais dela, que outrora foi um campo de mini-golfe. Que, se me perguntar, é infinitamente mais interessante e divertido que o golfe normal. Enfim, o pai dela (que é o CEO de Buy-N-Large de Wall-E) é um ex-jogador de golfe que desistiu do jogo após um final de campeonato onde perdeu por distração de um pássaro, algo que é relevante pro plot.
Ele vive querendo impedir que a filha siga seus passos, mas a guria insiste em jogar golfe profissionalmente. Seja lá os motivos, os dinossauros invadem o mini-golfe e a guria reformula o lugar pra ter o tema de dinossauros, e usa os bichos ativamente pra fazer lanches com gororoba escocesa, passar troco e trapacear nos brinquedos do mini-golfe.
Como que chama os negócio gigante temático em mini-golfe? É brinquedo mesmo? Eu sei lá, eu não me importo, eu só acho legal que dinossauros tenham conceito de dinheiro e matemática pra passar troco.
Enquanto isso, o tio da guria quer comprar o mini-golfe e tenta fazer algum acordo com um investidor japonês, que sabemos que entra em cena porcausa da música oriental que toca quando ele aparece. Sim, exatamente, o Oriental Riff que é tocado em todo filme ou desenho cartunesco pré-anos 2000.
Não é o único personagem que tem a habilidade de invocar sons dignos de Looney Tunes pro filme, porque o CEO da BNL parece virar um desenho animado com os piores efeitos sonoros de stock possíveis.
Dá pra fazer um drinking game pra cada vez que ele faz algo idiota e toca um som na mesma veia do wah-wah. É incrível de tão preguiçoso, e em tantos níveis.
Eu poderia terminar o artigo aqui, porque ao contrário dos outros filmes, o pouco de plot que temos aqui é literalmente mínimo. Pouco acontece com os personagens humanos, os dinossauros tem progressivamente menos destaque, e simplesmente… É um filme monótono.
Os outros filmes são ruins, mas pelo menos dá pra tirar sarro, eles são ruins de uma forma que tu consegue caçoar das coisas bizarras que acontecem. Aqui é tudo tão meh que nem dá graça.
Por exemplo, no segundo filme tem uma hora que a governanta da mansão acha que tem pestes na casa e chama dois exterminadores. São personagens absurdamente desinteressantes e irritantes, mas pelo menos passasmos tempo com eles e a performance e a forma que eles são escritos são ruins e irritantes o suficiente pra que tu, como público, pense em variadas formas de caçoar a ruindade. É uma mediocridade que tenta ser algo de valor.
Aqui temos um momento parecido, só que ao invés de dois secundários rejeitados em filme do Adam Sandler, temos um único maluco baixinho que parece o Paul Bearer se ele fosse um bandido zé-ruela de Inspetor Bugiganga.
Não, sério, ele era o cara que tentava roubar um carro no live action da Disney, pode procurar.
Só que… Ele não é interessante, ele não fala nada engraçado ou de forma engraçada, e tão cedo apareceu, foi embora, como filler. Na real, esse filme todo parece um grande filler desnecessário, a impressão que eu tenho é que todo o negócio poderia ter sido resolvido em meia hora ou menos. Até os moleques ricos que viram uma piada recorrente, eu achei que fossem ter um papel maior. Eu vi eles num trecho dublado antes de ver o filme e pensei “ok eles vão ser os amigos da guria da capa”, mas não.
É um filme incrivel e totalmente dispensável, que eu mal consegui fazer piadas durante a faixa de comentários. Normalmente eu faria algo assim pra tentar salvar um filme chato, mas esse aqui não tem salvação. Tanto é que é o único filme da trilogia que não foi remasterizado pro TubiTV.
Cê pode ver o filme de graça e ouvir minha faixa de comentários, mas eu sugiro que o faça com os outros filmes.
A pior parte é que acabamos a trilogia, mas AINDA ASSIM NÃO TERMINAMOS A HISTÓRIA DOS MINI-DINOS. Digo, não teve outro filme ou nada mais relacionado à franquia, graças a Deus, mas o plot em aberto do indígena que chega nos EUA atrás dos dinossauros no final do primeiro filme ficou totalmente em aberto. Jamais saberemos o que aconteceu com ele, se ele encontrou os dinossauros, se levou de volta pro México, ou se os dinossauros passearam por mais estados americanos sendo os Deus ex Machina que são.
Eu acho que a idéia original era essa mesmo, de uma road trip com os mini dinos passando por vários lugares e ajudando os necessitados. Mas, sinceramente, é esse o conceito que cê espera de um filme com dinossauros em miniatura?
Talvez terminar o plot do guia mexicano fosse melhor, mas ao invés disso, tivemos golfe.
Eu só tou feliz de finalmente poder dizer que vi todos os filmes de Meus Amigos Dinossauros.
Eu só não sei se valeu a pena.
Se quiser ver o filme mesmo assim, eu recomendo que o faça com minha faixa de comentários, onde eu tento (ênfase no "tentar") fazer alguma piada pra tornar o filme mais assistível.
O filme tá disponível de graça aqui, e a faixa de comentários tá no Spotify e no Anchor, cê pode ouvir pelos links, pelos players aí embaixo ou escaneando o código da imagem.
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