Rumble (A Liga dos Monstros)



A WWE tem tentado já faz uns anos atrair um público maior, especialmente de crianças que vão crescer e ter nostalgia com o pro wrestling tal qual quarentões de hoje lembram dos TeleCatch e da Tv Manchete. E tal qual a Archie Comics, que parece ser uma relíquia de seu tempo que não tem espaço hoje e pode até gerar reações como "ainda existe?", o jeito foi se reinventar.

A diferença é que a WWE começou a fazer colaborações com a Hanna-Barbera, enquanto a Archie fez Riverdale.

Digam o que quiserem, eu prefiro ver o Big Show interagindo com George Jetson do que seja lá o que Riverdale anda fazendo.

Claro, WWE fez muito filme de terror e ação, mas também tentou algumas comédias e até filmes religiosos. Mas o grande lance parecia ser realmente o mercado de filme pra criança, porque quem não gosta de desenho animado?

Gente que morreu por dentro, eu digo.

E Rumble é... mais uma tentativa.


Baseado numa graphic novel que se passa na era medieval, Rumble se passa num mundo onde o principal esporte mundial é a luta de monstros gigantes. O que... meio que faz sentido, se temos um mundo povoado por bestas cuspidoras de fogo do tamanho de arranha-céus, essa é uma boa forma de controlar elas.

Antes que cê faça algum paralelo com Pokémon, aprendemos que os monstros tem consciência própria e dominam o idioma humano, porque é claro que sim. Eles também são dependentes de treinadores humanos, porque deve ser parte do acordo de não destruir as cidades, eu acho. E o herói local da cidade de... eu não lembro o nome, então vou chamar de Passamaquoddy. O herói local de Passamoquoddy e seu treinador faleceram, deixando espaço pra outros atletas monstruosos.

Como por exemplo, o monstro tubarão tentáculos, chamado de Tentacular e dublado pelo Terry Crews, porque usar o The Rock seria muito óbvio.

Não se preocupem, vai aparecer wrestlers da WWE depois.



Depois que o Tentacular vira heel (e esse é o termo que eles usam, não sei como ficou na dublagem) e abandona a cidade de Passamaquoddy, o prefeito não vê outra alternativa senão vender o estádio pro manager do Tentacular, pra poder pagar dívidas e se livrar de um estádio que não vai ter um campeão anyway.

Até que Winnie, a filha do falecido treinador lendário que treinava o falecido monstro lendário decide tomar o legado de seu pai em suas próprias mãos, e vai atrás de um monstro pra treinar e ser o novo herói local e salvar o estádio e blablabla.

Mal sabia ela que ela encontrou o filho do monstro lendário, que agora é um jobber.

Jobber. Cê sabe, o cara que sempre é bookado pra perder.

O que é interessante, porque no filme, as lutas nos estádios e que valem os cinturões são reais, mas as lutas ilegais onde o filho do... esqueci o nome... Rayburn, sabia que tinha algo a ver com Acertando as Contas com Papai. O Rayburn Jr. é jobber num círculo de lutas ilegais onde rolam apostas, então ele sempre tá lá pra perder e é excelente nisso.

Só que por interferência da Winnie, ele acaba vencendo a luta e entrando em dívida com a dona do lugar, então aceita retomar o posto de monstro campeão de Passamaquoddy em troca da grana.



A história do filme é aquela típica de esportes que cês tão acostumados a ver e esperam. Qualquer um que tenha visto Super Patos, Going to the Mat, Motorcrossed, Alley Cats Strike, Luck of the Irish, Genius, Right on Track, Flubber, e A Lenda do Pirata Barba Negra sabe o que esperar.

Sim, é completo com a "slow clap" no final.

Nada na trama tem grandes revelações, exceto dentro do próprio universo, onde ninguém sabe que o monstro principal é filho do grande Rayburn. Tudo é muito seguro, muito previsível, e às vezes a história parece andar em ritmos diferentes.

Por exemplo, no começo eles tem um domínio de pacing bom, te jogando informações relevantes naquele momento, e que depois acabam sendo úteis e até importantes pro desenvolver do plot. Depois que começa o arco de treinamento, o filme parece que dá uma acelerada medonha, e parece até pular alguns momentos emocionais entre Junior e Winnie, que poderia ligar emocionalmente os dois personagens melhor ao invés de simplesmente aceitarmos que eles se tornaram amigos inseparáveis.



No entanto, isso não torna o filme menos divertido de assistir. Digo, ainda há algo de belo e poético em ver criaturas do tamanho de prédios se batendo incansavelmente, e o filme usa isso de maneiras criativas, como na luta de Rayburn contra o CACHORRÃO, O CABEÇA DE MESA, ROMAN REIGNS!

Essa é uma cena importante na história, porque é quando ele finalmente percebe que as lutas fora da fábrica abandonada são pra valer e começa a cair em si que vai ter que suar pra pagar a dívida. O rumo que a cena toma, em termos de ação também é divertido, saindo do ringue e tudo mais.

E o próprio arco de montagem é divertido de ver, nem que seja pelo design dos monstros e como Rayburn Jr. tem que achar um meio de derrotar os adversários. Por exemplo, tem uma hora que ele precisa derrotar um monstro sumô gigante, aí a Winnie chama BIG TIME BECKY LYNCH pra ajudar ele.

Porque a Becky Lynch interpreta uma monstra gorda aqui.

Eu poderia fazer alguma piada de como ela devia tar grávida quando dublou esse filme, mas eu não quero levar uma surra do Seth Rollins.

Ah, é. Tem o grande diferencial do Rayburn Jr.. Ele literalmente não sabe lutar, então ele usa salsa pra vencer as lutas.

Salsa. A dança.

Se isso fosse um vídeo eu teria feito uma montagem dele bailando ao som de uma música muito específica da Akemi Ishii.

Ententedores entenderão.

E provavelmente esse é o único motivo que esse filme se torna divertido de ver, o design e lutas entre os monstros. As piadas não são ruins, mas são o básico de filme pra criança, embora eu tenha gargalhado com a conclusão da piada recorrente do tatuado. A história em si não tem nenhum atrativo, exceto o fator diversão de ver criaturas imaginativas dando pilãos e RKOs a torto e a direito.

Aliás, o design de produção do filme é muito bom, mas os personagens humanos são meio zoados. Sei lá, todos eles parecem personagens numa propaganda de seguros, e são animados de acordo. Winnie é a mais interessante visualmente, mas ainda assim algumas emoções dela não batem com a entonação da dubladora.

Talvez seja porque esse filme tenha sido feito durante a pandemia (ou a fase 2 da pandemia onde tudo tinha voltado ao normal mas os estúdios continuavam com regras imbecis de trabalho, sei lá). Digo, a Reel FX (estúdio de animação que produziu o filme) não é um estúdio ruim, eles fizeram curtas de Looney Tunes, Book of Life, e Scoob.

Também fizeram Free Birds mas não vem ao caso.

Ah é, e a Walden Media também tava no meio. O que me lembra, preciso terminar o artigo sobre Príncipe Caspian, parece que faz uma eternidade que eu reli o livro pra escrever esse artigo especificamente mas acabei nunca fazendo.

Caramba, e a primeira Batalha de Versões de Nárnia é de 2017, parece que foi há 10 anos.



Talvez, por serem primeiramente um estúdio de efeitos visuais, terem uma carga de trabalho maior terceirizado, graças à Marvel que vem estragando o setor de FX da indústria.

Ou talvez a Paramount não tenha dado um orçamento decente? Esse filme foi adiado algumas vezes e até onde eu lembro, acabou sendo lançado como um original Paramount+.

Aliás, esse filme tem no Prime Video pra alugar, mas eu acho que compensa mais esperar pra quando sair no serviço fora do aluguel, como provavelmente vai ser daqui um tempo.

É um filme pra crianças, e as referências à WWE são pouquíssimas, mas ainda me pegaram desprevenido pela aleatoriedade. Digo, ok, o monstro mexicano ter seu momento com a música da Lucha House Party de fundo, massa, mas a logo do NXT ficou meio fora de lugar.

E sim, o uso da música dos Street Profits caiu bem.

Legendas que dá pra ouvir

Mas é, é primeiramente um filme bobo pra crianças, e sendo um filme bobo pra crianças, é divertido e vale a pena ver pelo menos uma vez pelo design dos monstros, que são legitimamente criativos.

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