Vocês lembram de A Filha do Papai Noel né? Que eu resenhei ano passado?
...claro que não, ninguém lembra desse filme. Conceito bonitinho, mas executado de uma forma meio frouxa, mesmo pro padrão de filme direto pra TV.
Por algum motivo, alguém achou que seria uma boa idéia fazer uma sequência desse filme que ninguém se lembrava. Provavelmente porque o diretor ameaçou fazer Pluto Nash 2 caso Santa Baby 2 não fosse feito.
Em ambos os casos, eu entenderia perfeitamente a decisão de aceitar uma nova história de Mary Claus/Class.
E mesmo que tenha um intervalo de 3 anos (que seria suficiente pra todo mundo esquecer do filme; raio, eu vi ano passado e só lembrei porque li minha própria resenha), o filme foi feito e... Há um legítimo esforço em trazer algo interessante.
Não que seja espetacular, mas já é melhor que o primeiro. Vem comigo que eu te conto.
Aliás, eu quero muito que o Toddynho de quem legendou isso venha sem canudo. |
A história começa com Mary Class, a famigerada filha do papai do mel, em meio a uma grande fusão de empresas. Ela namora o cara que é totalmente diferente do cara do filme anterior, mas deveria ser o mesmo personagem, o carteiro do Pólo Norte. Aqui ele tenta ser um carteiro em Nova York, mas obviamente tá desanimado com todo o consumismo e irritabilidade nova-yorkina.
Enquanto isso, Noel resolve se aposentar e botar Mary no comando do Natal. Eu achei que ela já tivesse tomado de conta no final do outro filme, mas ok. Pra piorar, o velho arranja uma assistente pra tomar de conta das coisas enquanto ele tá fora, mas a guria que parece com a namorada do Howard em Big Bang Theory quer dar um golpe e tomar o Natal pra si.
O plot é bem melhor que o primeiro filme, de cara. Um Noel que tá tendo uma crise de meia idade mais uma assistente que quer tomar o Natal pra si sendo sutil e manipuladora, e no meio disso tudo tá lá a Mary tentando botar o Noel de volta pra trabalhar, tentando descobrir qual é o lance da Teri, e ao mesmo tempo que tenta conciliar com a fusão de empresas.
Teri dá uma de Art Babbit e faz com que os elfos façam greve, Noel insiste que Mary seja a próxima Claus, enquanto a moça só quer que tudo volte ao normal mas aparentemente ninguém ouve o que ela diz.
É meio frustrante, na real, porque ela repetidamente diz que não quer ser Noel, mas Noel repetidamente age como se ela fosse a sucessora natural, enquanto Teri tenta dar seu próprio jeito de tomar o controle da fábrica. Mas é feito de uma forma que funciona bem, e não é... irritantemente frustrante, mas aquela coisa que quem trabalha organizando projeto ou lidando com equipes sabe como é. E Mary é uma ótima gerente, e consegue resolver os problemas à medida que aparecem, não só mostrando como é uma líder capaz, mas dando um certo alívio pro público. Mesmo quando ela surta, não é algo tão desconfortável ou irritante.
Na real, a atuação de Mary tá bem melhor que no primeiro filme. Não sei se por exigir mais da personagem, mas ela é legitimamente uma boa atriz, consegue passar a segurança que uma gestora exige, ao mesmo tempo que tem algumas marcas da família Noel (como simpatia extrema).
Os outros atores também são melhores que no outro filme. Luke parece levemente mais tridimensional que no outro filme, tentando se adaptar ao mundo real como um carteiro, mas sentindo falta do Pólo Norte, mas no geral, a atuação dele é ok. Noel é bem mais divertido e tem cenas mais memoráveis de tão... únicas.
Digo, uma das primeiras cenas com ele inclui uma banda de jazz natalina, mas também vemos ele posando de garotão num speeder de neve, fazendo ginástica, e como hippie. Também é divertido ver ele no shopping, fazendo comentários sobre as propagandas com o nome dele, ou só enfrentando indiretamente o papai noel de shopping, já que por ser o Noel verdadeiro ele atrai as crianças naturalmente.
Isso leva a uma cena engraçada que eu não vou spoilar.
Mas de longe, minha personagem favorita é Teri. Meu Deus, que personagem divertida. Ela é maligna, sorrateira, astuta, mas posa de boazinha e ajudadora e etc. Parece clichê... Porque é. Mas a atriz faz um excelente trabalho, com uma transição sutil entre ridiculamente adorável a ditadora Noel incluindo um tipo de bastão de chicotear, sei lá o nome disso.
E ela se diverte enquanto faz esse papel: quando ela tá brava mas tem que esconder, tu nota, e até Mary nota mas não tem como provar nada; mas quando ela tá alegre ela fica MUITO alegre e ela é só... Tão divertida de se olhar.
No geral, é um filme pra TV que continua "ok" pendendo pro "bom". Mas é muito superior ao original. Se tiver que escolher entre assistir um dos dois, eu recomendaria esse. As atuações tão melhores, o roteiro tá bem melhor explorado e com mais momentos engraçadinhos e plot twists, e até a fotografia tá mais arejada e iluminada.
Dá pra apreciar melhor os sets que são realmente bem construídos e agradáveis de se olhar.
É um filme de Natal muito bom pra se ver de Sessão da Tarde enquanto tu tá reunido com parte da família arrumando detalhes da festa mais tarde.
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