Nesse episódio: uma resenha breve e sem grandes spoilers de Capitã Marvel; e as possibilidades de conteúdo do Disney+, o serviço de streaming da Disney.
Na semana passada como bem recordam, deixamos Grinch e seu cãozinho Max pra planejar o roubo épico de uma festividade, sem saber das dificuldades que enfrentariam.
Como por exemplo, Max foi recebido na manhã seguinte com essa imagem:
Grinch da Illumination.
...eu queria fazer uma grande introdução, sobre como a criatividade de Hollywood entrou numa era de escassez tremenda pra poder continuar se sustentando e blablabla.
Mas... Grinch da Illumination. O mesmo pessoal que conseguiu perfeccionar a produção em massa de animações pra crianças de 3 anos e tias de 40 oferecendo a exata mesma coisa de novo e de novo e de novo vai tentar não uma, mas duas vezes adaptar uma obra amada de Dr. Seuss.
Raios duplos.
Então, vamos logo, pior que The Cat in the Hat não pode ser.
E começamos mais um Mês do Dr. Seuss! Um mês onde vemos um pouco mais sobre esse grande escritor pra crianças, que tal qual o nosso Mauricio de Souza, alfabetizou mais da metade do país usando histórias nonsense contadas de forma divertida e desenhos engraçados.
E qual a melhor forma de começar esse mês dedicado a um tema tão literário, tão culto, tão imaginativo? Um video game ruim do Game Boy Advance!
...
É, claro. Porque não?
Ok, eu vou tentar fazer algo que eu nunca fiz antes: eu vou resenhar um livro.
Sim, por incrível que pareça, eu não sou um leitor árduo de livros tradicionais, sempre preferi quadrinhos e a maioria dos livros que eu li na vida geralmente tem algum motivo. Ou é um clássico como os contos de Grimm/Hans Christian Andersen e Mágico de Oz, ou é relacionado a um filme como Nárnia. Na maioria das vezes, as duas coisas.
E... curiosamente, o livro que trago hoje tem um pouco dos dois, mas numa história original, escrita pelo meu amigo Complexo. Logo que ele me disse que a próxima história dele se passaria nos parques Disney, eu já fiquei empolgado, por... motivos óbvios.
Histórias com referências a cultura pop vez ou outra pipocam, como Big Bang Theory e Jogador Número Um. Mas o que a maioria dessas histórias falha miseravelmente é em como usar as referências de uma forma que não seja forçada e que de fato acrescente algo na história, sem esquecer que ainda é, no fundo, um fanservice.
Teria Love Future cometido esse erro, ou conseguiu achar esse Equilibrium?
A transição de animação/video games/quadrinhos/livros/propaganda de doce pra live-action é complicada. Vários tentaram, poucos tiveram sucesso. Eu mesmo já mostrei alguns aqui: os que fizeram bem seu trabalho, os medíocres, os ruins, terríveis, e Riverdale.
E ultimamente eu venho relatando sobre as produções Disneyanas, que querem refazer, continuar, ou jogar um legado no lixo, e como essas produções são um produto de nosso tempo e que tem precedentes lá nos anos 90 (e se quiser esticar, 60, mas isso é história pra outro dia).
A última surpresa que a Casa do Rato preparou pro seu público foi um live action baseado no excelente desenho... dois... milenista...? Mile... Dois e... Dos anos 2000, Kim Possible.
E surpreendentemente, é um filme bom.
Ok, deixe-me reformular a frase. É um filme do Disney Channel legitimamente bom.
Quadrinhos são uma coisa sensacional. Não é nem totalmente literatura, nem totalmente filme, é algo no meio do caminho. Ele pode te dar material visual o suficiente, mas ainda precisar de informações vitais em texto, ou numa mistura dos dois de uma forma que o cinema dificilmente consegue fazer de uma forma natural.
Mas infelizmente, muitos quadrinhos acabam passando batido. Resta então que eles sejam adaptados em outros meios pra serem mais notados do povão, como Asterix, Bone, Rocketeer, e Umbrella Academy.
Mas existem casos onde nem o quadrinho é conhecido, e o filme acaba sendo muito menos. É o caso de A Lenda do Pirata Barba Negra.
Uma das coisas que eu mais desprezo em Descendentes (e outras produções do mesmo gênero) é que eles nunca conseguem transformar os filhos de personagens famosos em personagens únicos. Quase sempre é uma lembrança visual e psicológica de seus pais, o que é uma jogada hiper segura, já que cê tá mexendo com iconografias conhecidas pra dialogar com uma nova geração sem correr riscos de retcon.
Quer fazer o Chapeleiro Louco namorar a Branca de Neve? Se lascar, isso é retardado. Mas se for O FILHO do Chapeleiro com A FILHA da Branca de Neve é totalmente ok.
E isso é um problema, porque evita que coisas interessantes possam ser feitas com esse mesmo conceito. Descendentes quase chega lá, e algum dia eu vou mostrar como poderia ser melhor. Mas por enquanto, vamos dar uma olhada em A Princesa dos Ladrões, que estrela a filha de Robin Hood.
A moda hoje em dia é ter um universo compartilhado. Nada que não fosse comum em quadrinhos de heróis desde os primórdios, mas depois que a Marvel fez uma tentativa bem-sucedida no final dos anos 2000, todo mundo quer um universo cinemático: DC, Sony, Toho, e até a Universal com o Dark Universe.
Que a essa altura eu legitimamente não sei que fim levou, depois daquela bomba que foi o terceiro ou foi quarto reboot de A Múmia.
E se tu tem algum conhecimento sobre quadrinhos de comédia, sabe que seu lore é incrivelmente flexível, como eu já mencionei aqui outras vezes aqui no blog. A histórias se atém a conceitos-base que dificilmente mudam, mas os detalhes são bem mais variados, como a geografia do Bairro do Limoeiro ou a cultura momentânea de Archie.
E eu tava satisfeito com essa explicação, até eu começar a ler os quadrinhos Disney que envolviam personagens dos filmes. Não só um, mas VÁRIOS ao mesmo tempo. Branca de Neve encontrando personagens de Pinóquio, ou quando o Grilo Falante juntou forças com a Sininho contra a Madame Min.
E eu me pus a pensar comigo mesmo se haveria a possibilidade de existir uma ligação entre as histórias, colocando-as num mesmo universo e mesma lista de regras de mundo. É uma tarefa humanamente impossível ler todas as histórias Disney já produzidas, até porque eu teria que ter fluência em pelo menos 4 línguas e ter muito tempo disponível e grana, porque certas histórias só foram publicadas uma vez em... sei lá, dois países (tipo Itália e Grécia) e provavelmente dos anos 80 pra trás. Mas eu li o máximo possível, e após muito matutar, eu acho que achei uma boa explicação que une as histórias e os filmes, e diversas mídias que possam existir baseadas em obras da Big D.
Sim, vai ser um daqueles artigo locão.
Como vocês sabem, eu AMO Mary Poppins. O filme da Disney, isso é. Eu nunca li os livros e não vai ser tão cedo que o farei, ainda tem muito livro de Oz pra eu ler. Enfim, eu poderia divagar infinitamente sobre como o filme original é uma pérola e praticamente perfeito, mas eu escrevi um artigo inteiro (provavelmente um dos mais longos que eu já escrevi, aliás), bem como o filme sobre a história de como o filme foi feito, então eu vou poupar vocês.
Hoje.
Hoje.
E vocês também sabem como eu tenho medo da Disney refazendo os filmes clássicos recentemente. Não que remakes sejam algo necessariamente ruim, alguns remakes acabam melhores e/ou mais conhecidos que o original, como Scarface, Operação Cupido, Entrando Numa Fria e Os Dez Mandamentos. Mas os rumos que essas produções Disneyanas tavam tomando só provavam que ninguém se importava com o produto final, contanto que o marketing convencesse o público a pagar pra entrar num cinema.
Não garantia que eles ficassem até o final, no entanto.
Mas pouco a pouco os re's foram melhorando. Cinderella, Mogli, Pete's Dragon são ao menos assistíveis, todos tem algo diferente que os torna únicos, mas também tem algum respeito pelo original. Não é sem seus problemas, mas isso é assunto pra outro dia.
O Retorno de Mary Poppins é um dos filmes que eu absolutamente não esperava que fizessem, já que a chance de errarem a mão de maneira catastrófica era tão provável quanto o YouTube desmonetizar um vídeo por motivo nenhum.
O dia chegou, Mary Poppins Returns estreou, eu assisti.
A sensação que eu tive ao final era de que o universo estava em equilíbrio.