Existe um velho ditado no ramo de entretenimento, especialmente em filmes: se
viu o penta… Não, pera, esse é outro… Se algo não está quebrado, faça uma
sequência ou reboot até esmigalhar esse algo.
E ao que parece,
quanto maior a companhia, maior a probabilidade disso acontecer, como temos
visto recentemente com a Disney, Warner, e Amazon, que dia desses comprou os restos da
MGM.
Outras empresas tentam entrar no mesmo nicho de roubar uma
IP pertencente a outros e estragá-la a um nível que só lhe resta coçar a cabeça
e quotar alguma frase do Angry Videogame Nerd, começando por “WHAT WERE THEY
THINKING?”.
Caso em questão: WWE com Um Herói de Brinquedo
2.
Aquela vez que a Aurora teve um cameo mais inútil que a Miley Cyrus em High School Musical 2.
Ah, sim, e é NATHAAAAAAL
Vídeo depois do break
Ah, Natal. Cês que já são antigos por aqui sabem do meu amor quase
incondicional com filmes que envolvem a festa ou qualquer parte da lore ou que
façam algo interessante com o folclore ao redor do Papai Noel.
Claro, muitas vezes estúdios usam isso como desculpa pra empurrar fezes goela
abaixo de seu público, mas quanto menos falarmos de
Esqueceram de Mim 4, melhor.
Mas vez ou outra os filmes usam o Natal como mero pano de fundo pra uma
história, e tudo bem, às vezes é só uma ferramenta narrativa e outras vezes é
porque os caras tinham preguiça de trocar o cenário. E hoje vamo dar uma olhada
em alguns desses filmes que se passam durante o Natal, mas suas histórias não
tem necessariamente uma conexão forte com a festa.
Eu tentei pegar alguns filmes menos óbvios do que... sei lá, Die Hard. É um
pouco difícil de procurar filmes que se encaixem nesse quesito, mas eu peguei
só uma amostra, porque eu tou com outras coisas na lista de Natal.
E também porque eu sinceramente não consigo lembrar de tantos filmes com essas
características, mas eu tou ficando velho, eu posso me esquecer.
Sem mais delongas, avante!
O início dos anos 2000 é particularmente interessante pra Disney.
A empresa é mais conhecida pelos longas animados 2D, mas o seu ganha-pão vinha
de trocentas outras coisas, o que impedia a companhia de fechar. O que
acontecia era que os outros departamentos tavam pagando pra manter a jóia da
coroa, que vinha enfraquecendo exponencialmente desde o final dos anos 90.
A Pixar que tava sustentando tudo, com uma ratio de orçamento absurdamente
mais lucrativa que as produções do Rato. Ok, a Disney tava copiando a fórmula da
Nickelodeon de fazer filmes baseados em animações pra TV, o que deu uma
segurada nas contas, mas não era suficiente nem funcional a longo prazo.
Pra ter uma idéia da disparidade entre os estúdios, Irmão urso custou 110 milhões (sem contar marketing) e faturou
145 milhões.
Enquanto isso, Os Incríveis custou 92 milhões (sem contar marketing) e faturou
600 e tantos milhões.
O segredo tava basicamente na diferença de filosofias.
Se a Disney tivesse financiando eles, claro.
Um dos filmes que mais prova essa idéia é Procurando Nemo.
A essa altura, a Disney já tava grande o suficiente pra torrar grana usando
suas IPs e ainda se safar sem prejuízo, na maioria dos casos. Tipo aquela vez
que eles fizeram uma
rede de fast-food que basicamente se pagou e eles decidiram fechar.
Ok, isso foi no começo dos anos 90, mas nos anos 2000 foi ainda pior. Não eram
só aventuras financeiras que se limitavam a alguns lugares dos EUA, eles tavam
arriscando a própria jóia da coroa Disneyana.
"O donut com a roupa de marinheiro do Donald?" NÃO, O ESTÚDIO DE ANIMAÇÃO!
...
QUAL SEU PROBLEMA?
O novo milênio chegou, e Michael Eisner continuava pondo seus planos avante, gozando do bom sucesso da Década Disney e da Renascença. Os anos que se seguiram, porém, foram incrivelmente turbulentos pro CEO, que agora também pegara o papel de Presidente da Mesa, após o falecimento de Frank Wells.
O excesso de trabalho levou Eisner ao hospital algumas vezes por motivos de estresse, e seu relacionamento com os outros executivos e até funcionários de menor escalão vinha se deteriorando gradativamente.
Não é a medida mais correta a se usar, mas os longas animados da Disney normalmente refletem o status quo do estúdio. Se tu ignorar gosto pessoal e analisar conceitos, orçamento-bilheteria, e recepção geral dos filmes, dá pra tirar uma noção geral do estado do estúdio e da empresa como um todo.
Os próximos desenhos vão mostrar isso. Mas enquanto isso, vamos ver mais um investimento Disneyano fazendo filmes fabricados pra aproveitar alguma coisa que deu certo no passado e provavelmente vai dar no presente.
Se não leu o artigo anterior, clique aqui.
A Disney Animation havia acabado de fechar uma Era com Tarzan, sabendo ou não. Enquanto a companhia crescia e a divisão de parques estendia suas ramificações até a Europa e Michael Eisner aproveitava a calmaria antes da tempestade em sua carreira, Roy Disney tinha outros planos pro departamento de animação.
Na verdade, a companhia inteira tava passando por mudanças, e a palavra-chave a partir de agora vai ser "experimental". Cês vão ver.
No meio da febre dos VHS onde a Disney passou a relançar seus clássicos pro home video e ainda aproveitava um bom status financeiro e crítico dos longas animados, Roy notou que as fitas de Fantasia eram bastante populares, chegando a vender mais de 14 milhões de cópias só nos EUA, um feito absurdo até pros dias do DVD.
Havia um público. Haviam os meios. E havia Roy E. Disney, the man with a plan.
Ele mandou um recado em tom jocoso pro Michael Eisner: "Eae man kkkk então dá pra fazer um Fantasia novo só com o lucro dos VHS do original imagina que loco"
Eisner respondeu com "vai lá então".