Com Eisner no comando, aos poucos a Disney ia se reerguendo. Com o lançamento do Disney Channel e o crescimento da Touchstone, bem como o crescimento dos parques, a companhia de Walt viu a entrada de muita grana tal qual o cara que vende sanduíche aqui perto de casa depois de um show de reggae.
Ainda assim, o ganha-pão da companhia não via seus melhores dias. Claro, Ratinho Detetive trouxe uma ponta de esperança, mas ter o Pernalonga passando todo dia na casa do Mickey pra dizer "What's up, Doc? You don't CARE about your studio anymore?" não era exatamente um cenário favorável.
Assim, Mickey e Eisner fizeram uma reunião com os animadores, e como era o modus operandi de Eisner, não havia idéias imbecis o suficiente que não pudessem ser ditas em voz alta. Assim, Musker e Clements sugeriram Pequena Sereia.
"Ow papai queria fazer esse", disse Mickey. A dupla também sugeriu "ILHADOTESOURONOESPAÇO", o que fez Eisner abrir um pacote de Neosaldina. Foi aí que Pete Young Sugeriu se levantou e disse "Gente, eu tive uma idéia. Não gente, sério, escuta. Sério galera, imagina, não sério, pensa só:
Oliver Twist, mas com cachorrinhos."
Após a leve polêmica de Trenchcoat, A Disney resolve criar um selo pra lançar filmes pra um público maduro, expandindo oportunidades de negócios. Mas a companhia andava mal das pernas, já que o rendimento do estúdio caía a cada mês, e um dos acionistas tinha um plano de fazer uma tomada de poder forçada pra lucrar com isso.
A gerência da Walt Disney Co. tava TÃO zoada que o sobrinho de Walt, Roy E. Disney (filho de Roy O. Disney, irmão de Walt; não confunda os nomes) deixou a companhia em 77, e o atual presidente e genro de Walt, Ron Miller, não tinha as características de um líder genuíno.
Entra em cena o novo CEO da companhia, o homem que iria salvar o estúdio de animação e a Walt Disney Company: Michael Eisner.
Mas como diria DJ Slopes, "estamos nos apressando demais". Vamos antes dar uma olhada no filme que lançou o selo Touchstone: Splash. (Conhecido na terra de Caco Antibes como Splash – Uma Sereia em Minha Vida)
O irônico é notar como o estúdio acabou expandindo suas produções durante a chamada Era Sombria. Os longas animados, que até então eram o carro-chefe da companhia, agora também dividiam espaço com live actions, mas... Nem sempre os live actions eram orientados pra crianças ou família. Alguns acabavam sendo mais maduros e sérios.
E tinha também filmes como Um Astronauta na Corte do Rei Arthur, mas eu divago, não falaremos desse filme.
...hoje.
Mas essa parte da retrospectiva é interessante porque finalmente a Disney toma uma posição quanto a filmes mais maduros, que acabaria mudando drasticamente a rotina do estúdio; ao mesmo tempo em que o departamento de animação e presidência pensavam "o que Walt faria?".
E então vamos pra The Fox and the Hound (conhecido na terra do sorvete Marujinho como O Cão e a Raposa).
Eu me lembro quando eu vi Os Incríveis no cinema. Eu era um moleque impressionável, amei o filme, e com o passar dos anos, continua sendo um filme de herói daora.
E sim, eu decorei o filme. A ponto de que eu posso simplesmente passar ele na minha mente com pouco ou nenhum problema. Se você me ver olhando pro nada pensativo, eu provavelmente tou lembrando de Incríveis, Procurando Nemo, Shrek 2, ou repensando minhas decisões de vida que me levaram a decorar filmes inteiros.
Enfim, depois de 14 anos de espera dum filme que terminava num cliffhanger (mas não realmente), tivemos a sequência.
Valeu a pena a espera?
Enquanto o estúdio de animação procurava entender e como prosseguir com o legado de Walt Disney, o departamento de live actions continuava a todo vapor, produzindo mais live actions por minuto do que o McDonald's consegue fazer sanduíches.
Obviamente que nem todo os live actions são dignos de nota, e outros eu quero falar sobre suas séries em particular no futuro. Mas a relação entre animação e live action ainda teria alguns frutos, como veremos nessa parte.
E começemos pelo último filme em que Don Bluth participou na Casa do Rato, Pete's Dragon (também conhecido em Canoa Quebrada como "Meu Amigo O Dragão").
Caso não tenha lido a última parte, clique aqui.
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Após a morte de Walt e Roy O. Disney, o estúdio entrou numa Era tenebrosa. Não que os filmes fossem necessariamente ruins, mas não tiveram o mesmo êxito crítico ou financeiro na época.
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Após a morte de Walt e Roy O. Disney, o estúdio entrou numa Era tenebrosa. Não que os filmes fossem necessariamente ruins, mas não tiveram o mesmo êxito crítico ou financeiro na época.
Isso, claro, se tratando primeiramente dos longas animados. Os live-actions continuavam sendo "tentativa e acerto".
Era um tempo novo, com uma nova direção, e pela primeira vez, os estúdios e empresas estavam nas mãos de gente que não era da família.
Começava a Era Sombria (ou a Era de Bronze) Disneyana.
Eu já mencionei aqui em outras ocasiões sobre a Regra dos 15 Anos. Se tu gostava de algo antes dos 15 anos, é MUITO capaz de aquilo ser incrivelmente ruim.
Quando eu comecei a ver esse desenho e postar uma ou outra screenshot em redes sociais, uma prima minha já ficou da defensiva pelo desenho. É compreensível, fez parte da infância dela e normalmente gente crescida tende a lembrar dessa época com outros olhos.
Mas... O fato é que Cavalo de Fogo é ruim, e já era ruim na época de exibição. Então o processo de envelhecimento não foi generoso com esse desenho.
Com isso dito, vamos analisar o desenho mais a fundo.
Disney tem estado numa situação... Difícil. Não financeiramente, sabemos como a Disney manja de marketing e mesmo que o produto final seja o equivalente ao Rio Ganges, ainda vai ter gente elogiando e dizendo como é a melhor coisa que aconteceu ao cinema desde O Cantor de Jazz.
A menos que a resposta do público tenha sido REALMENTE fraca, tipo A Wrinkle in Time e Bom Dinossauro, que foram basicamente varridos pra debaixo do tapete.
No caso de Star Wars... É um negócio um pouco mais complicado. A franquia foi comprada quando seu status já era lendário, e não parecia dar sinais de desgaste. Eventualmente iria sobrar só os jogos preenchendo lacunas na história pra fãs mais hardcore e os filmes pro público comum. O que a Disney fez foi potencializar o status e agora mais do que nunca, é quase uma religião, que consiste em gerar hype pro próximo filme e ser decepcionado pelo dito cujo.
A Novíssima Nova/Disney/Reboot/Fanfic Trilogia em andamento divide opiniões, há os fãs velha guarda que não aguentam mais e que dizem que a época de Star Wars já passou (não tão errados) e há aqueles caras cuja vida DEPENDE de um novo filme Star Wars todo ano, só pra repetir o efeito Visage Traiçoeira, onde levamos mais tempo pra ver as falhas do filme porque queremos DESESPERADAMENTE ver algo de bom nele.
Cada vez mais eu vejo mais como uma fanfic de luxo, e quanto mais eu penso no Episódio 8 eu penso como algumas decisões erradas podem lascar o canon de Star Wars, independente se foi uma narrativa mal contada ou não.
E é no meio dessa situação que vem Han Solo, um dos filmes Universo Expandido, que tenta ser algo próprio ao invés de algo... que mereça um número romano no título. Como ele se saiu?
Responda rápido: quando uma empresa tem em mãos uma IP antiga e querida por adultos nostálgicos com muito tempo livre, o que essa empresa faz?
Exatamente, ela faz uma versão adulta dessa IP!
...NÉ?
...
Ok, essa é uma estratégia que pode dar certo, mas que pode dar merda também. Adaptar e atualizar uma IP clássica pros tempos modernos sem perder a essência do original é um trabalho hercúleo. Toda a equipe estará pisando em ovos pra manter toda a iconografia e sentimentos da obra original de uma forma que a nova geração compreenda e se interesse, sem perder o amor da antiga geração.
Ou cê pode ser a Disney e fazer qualquer merda de qualquer jeito e ainda assim lucrar o equivalente ao PIB da Malásia.
Enfim, lá pros anos 90/2000 a Hanna-Barbera (recentemente comprada pela Turner, dona da Warner e do Cartoon Network) começou a produzir desenhos de versões kids de seus desenhos, como Yo Yogi! e Tom e Jerry Kids. O que não era estranho pra eles, já que em 86 eles produziram uma versão kids dos Flintstones.
Mas aí eles perceberam que as crianças tavam meio de saco cheio das reprises, e queriam atingir num novo público: os adultos nostálgicos com muito tempo livre.