Quatro Quadrinhos da Sininho

Capa de The New Adventures of Tinkerbell (As Novas Aventuras de Sininho)

O que seria de nós sem a absoluta falta de senso dos quadrinhos Disney?

Provavelmente não teríamos o cross-over maciço como um gênero, tal qual Ready Player One, Multiversus, e Detona Ralph 2: Quebrando o Patriarcado. Claro, existem outros crossovers como Alien vs. Predador, Freddy vs. Jason, e por favor, não me façam começar com os crossovers de Tartarugas Ninja e Archie.

O problema não é o cross-over em si, é a falta de cuidado ao fazê-lo, bem como um propósito. Se for descuidado, você pode cria buracos argumentais grandes o suficiente pra transformar o Chapolin Colorado em um Kamen Rider. Teve um tempo em que os Transformers eram parte do universo Marvel, o que é algo absolutamente imprático a longo prazo.


O que é muito engraçado de ver que, nos quadrinhos do Rato, esses encontros entre personagens que aconteciam com bastante frequência, e eu até já escrevi sobre o funcionamento do universo compartilhado Disney.

E hoje veremos mais quatro momentos que desafiam a lógica de qualquer um que pense demais sobre o funcionamento e regras de mundo de contos de fada, porque catar piolho também é divertido.

...

Essa frase era bem melhor na minha cabeça.


Vamos começar pela imagem que abre esse artigo, que é a capa do gibi. Que negócio mais bisonho! Santa Celestia de anti-matéria! A Sininho parece ter a mesma expressão que John Wayne Gacy devia ter antes de cometer seus crimes!

Claro, o traço em si é ok e eu genuinamente gosto desse estilo de pintura a óleo, mas o excesso de sombra e rubor rosa nas bochechas torna tudo meio esquisito.

Sininho dá três voltas na estrela dos desejos pra poder falar como gente normal

O gibi começa dando uma desculpa do porque a Sininho fala normalmente nessas histórias. Basicamente, ela dá três voltas em torno da Estrela dos Desejos, e deseja que ela possa falar normalmente.

...

Porque ela não fala normalmente em Fairy Rescue? Ou em Return to Neverland? Ou em House of Mouse? Ou isso significa que essas aventuras são da Sininho atriz, e não da Sininho personagem?

Sim, tem uma diferença, eu expliquei no artigo lá.

Mas o narrador encontra uma maneira de justificar isso, que "se ela fala por jingle jangles, é pela diversão", o que me faz pensar que ela poderia ter explicado tudo pra garotinha de Fairy Rescue, e não o fez porque queria ver ela sofrer pra decifrar seu idioma de tilintar.

...Sininho era bem broaca no livro, então vou aceitar essa explicação. Lores de fantasia não fazem nenhum sentido.

A propósito, nos títulos das histórias deixarei o link pro INDUCKS, pra que vocês possam localizar as publicações brasileiras delas. Eu peguei da versão original mesmo pela praticidade, porque cada história saiu em um gibi diferente e eu não quero ter trabalho nem desviar meu foco. Deus sabe como eu já tenho problemas demais com isso.

E sempre lembrando do trabalho fantástico d'A Gibiteca em preservar esses gibis antigos. Deus os abençoe.

A primeira história é The Fleaing Feline, onde nossa fadinha favorita resolve fazer uma visita a seus amigos.

Que amigos são esses?

Tinkerbell visita Gepeto, de Pinóquio, e avisa que vai visitar Jaq e Gus no castelo da Cinderella

Ora essa, Gepeto, obviamente! Já tivemos uma história envolvendo Peter Pan, Gepeto, a Fada Madrinha e o Papai Noel, então é mais do que plausível que Sininho conheça Gepeto
Especialmente porque tem história que ela ajuda o Grilo Falante a se livrar da Madame Min.

Mas isso só porque ele tá no caminho pro castelo da Cinderela, que... surpreendentemente, não é tão improvável assim. Cinderela é (nessa versão) francesa, e Gepeto italiano. Eu sempre bombei em geografia, então na minha cabeça Itália e França são relativamente perto um do outro, então não seria tão distante quanto Fortaleza é de Caucaia.

Mas Sininho diz que ela vai pra visitar Gus e Jaq, seus amigos que agora moram no castelo de Cindy. O que é normal, já que criaturas pequenas tem que se ajudar e naturalmente, nutrem uma afinidade maior. Mas eu não sei... considerando que ela é a única criaturinha feminina da Disney nessa época... e sabendo que ela também conhece o Grilo Falante...

Eu não sei vocês, mas isso me soa muito como aquelas guria que ficam enrolando vários caras ao mesmo tempo pra ver qual é mais vantajoso. Ela passou na casa do Gepeto pra ver se o velho Jimny tava disponível, caso contrário tem Jaq e Gus, que estão mais do que dispostos a passar o dia paparicando o equivalente disneyano da Smurfette e brigando por ela como se ela fosse a Cheryl Blossom.


E graças às Leis da Conveniência Universal, Gepeto conta a Sininho sobre suas pulgas adestradas, que ele tá treinando pra mostrar pra Cinderela.

Ah, os anos 50. Quando as opções de entretenimento eram tão poucas que era comum os amigos treinarem insetos pra divertir os anfitriões, que responderiam com "que bárbaro!" entre risinhos.
A falta que um Super Nintendo faz na vida do ser humano.

E sim, as pulgas são importantes. Espero que estejam anotando, vai cair na prova depois.

E o Gepeto diz que a Cinderela continua vendo todo mundo que ela conhecia dos velhos tempos... o que implica que mesmo quando era uma criança, ela devia conhecer todos os outros personagens, já que quando seu pai faleceu, ela virou uma prisioneira em casa.

Eu imagino que ela deva ter muita prosa pra botar em dia com a Branca de Neve, enquanto esperam a Aurora acordar.


Mas a vida é uma caixinha de surpresas, e Lúcifer, o gato da má drasta da Cindy, ficou de fora do castelo, o que me faz pensar que isso se passa antes de Cinderela 2 e Cinderela 3.

Eu tava tendo um dia muito bom até lembrar que Cinderela 2 existe. Enfim.

Minha teoria é que ninguém no castelo reconheceu o bichano, porque ele tá com o corpo laranja e a cabeça na cor original. O que raios esse infeliz andou aprontando? Mergulhou numa piscina de cheddar?

Mas ele ouve Sininho ajudando um coelhinho preso na lama, ao espalhar o pixie dust pra fazer o bichinho voar.
Sim, pixie dust, cês sabem. Pozinho mágico. Pozinho de fada. Pó de pirlimpimpim, ou seja lá como você chame. Eu pessoalmente gosto de "fadareia", mas isso soa como uma conjugação verbal, então acho que nunca vai cair na língua popular.


Seja como for, sagaz como é, Lúcifer bola um plano pra fazer Tinkie ajudá-lo sem saber. O que é muito estranho, porque Tinkie é amiga de Cinderela e dos ratinhos, mas nem ela reconhece Lúcifer, e nem ele conhece Sininho.

Ela não reconhecer ele tudo bem, já que ele virou o Garfield da Vila Cruzeiro e vai precisar de 25 banhos por dia pra tirar a tinta do corpo, mas ele devia conhecer a fada de algum jeito. E ainda assim, os ratinhos deviam ter pelo menos mencionado de passagem o pior inimigo diário deles no castelo. Sobre o que raios eram as conversas entre a fada e os ratos?
...
Se é que eles conversavam. Se me perguntar, devia ser um festival de troca de saliva maior do que Boy Meets World a partir da terceira temporada.


Enganada pelo astuto felino, Sininho faz com que Lúcifer entre no castelo, e fica esperando seus amigos sentada numa poltrona na pose mais prática de desenhar possível.
Friz Freleng estaria orgulhoso.

Mas os ratinhos ignoram a pequena pixie, e correm pra se esconder de Lúcifer, deixando Sininho presa do lado de fora com a besta-fera.


Após ser informada sobre quem é Lúcifer, Sininho se converte ao cristianismo e jura nunca mais tomar o nome de Deus em vão, tanto é que ela jura "por gollygosh" que vai expulsar Lúcifer de novo!

Sendo o ratinho gordo, Gus dá a idéia idiota de que Sininho fique lá com eles pra transformá-los em ratinhos voadores, mas ela explica que o lar dela é a Terra do Nunca e agora ela vai tentar casar com Peter Pan.

Isso daria uma boa plotline de Once Upon a Time.



Não adianta jogar o pozinho em Lúcifer, porque é necessário pensamentos felizes pra poder voar, e ele não iria jogar contra si mesmo. Até que Sininho tem uma brilhante (HA!) idéia: trazer as pulgas treinadas de Gepeto.


É o tipo de solução mirabolante simples, mas que é bem satisfatória em uma historinha como essa, se me perguntar. Não é muito diferente do que a Turma da Mônica usaria, exceto nos dias que o Emerson escreve, que aí tudo pode acontecer.

Also, "who cares what you think?" é extremamente sassy e extremamente TinkerBell, bom saber que havia uma tentativa de manter a personalidade, mesmo que essa versão seja bem mais amigável e  simpática do que é no filme.

Pra ser justo, ela só tem ciúmes do Peter Pan, e se vemos Sininho sendo sagaz, simpática, ou amigável, é porque fadas são tão pequenas que só comportam uma emoção de cada vez.


Após jogar Lúcifer na água, as coisas voltam ao normal e Sininho finalmente vai poder curtir sua visita.
Eu gostaria de ver o que raios eles iriam fazer de passatempo, porque... sei lá, eles são pequenos, não é como se eles se juntassem pra jogar polo a cavalo. Mas não faz diferença, porque as pulgas de Gepeto gostaram do Gus.

Deve ser a gordura.

É interesante notar também que alguns personagens dos filmes se tornaram figurinha carimbada nos quadrinhos. Como por exemplo, a Madame Min de A Espada Era a Lei, que virou a melhor amiga da Maga Patalójika.

Da mesma forma, Gus-Gus e Jaq-Jaq viraram amigos próximos da Vovó Donalda, algo que me parecia surreal quando eu era pirralho e continua sendo surreal hoje, mas depois de ver o Pato Donald salvando a Branca de Neve de cegueira, acho que eu aceito melhor.

Agora, o tipo de situação que forçaria os ratinhos a abandonar o confortável castelo da Cinderela e ir parar no interior da Califórnia e morar nas paredes da Vovó Donalda, ESSA história eu quero saber. Deve ser algo parecido com a Delphine.

Algum dia conto a vocês sobre a Delphine.


Enfim, vamos à segunda história do gibi, chamada Rainbow Rendezvous.


A fadinha com o melhor marketing pessoal da Terra do Nunca passeia por... aí... e vê um sinal de S.O.S. feito com fumaça. Algo que devia ser impressionante por si só, mas num mundo onde coexistem fadas, bruxas, anões, patos falantes e o Dean Jones, uma fumaça com letras deve ser o de menos.

O emissor da mensagem é ninguém menos do que Casey Jr., o trenzinho do circo do Dumbo, que também parece ter vida própria mesmo em um mundo com regras relativamente verossímeis.

Digo, tudo bem termos animais sentientes, falantes, e que usam roupas, mas máquinas sentientes é um pouco demais.
Talvez seja um passo pra ligar com Carros, sei lá.


Eles ouvem o tilintar do sino, e Sininho tilinta pelo caminho do som, encontrando o Irmão Urso!
...
Não, seu fariseu de TikTok! Não é o Kenai, é o Br'er Bear, de Canção do Sul! Um filme que a nova geração deve se cagar de medo por motivo nenhum, mas que deviam assistir pra perceber que seu maior crime é ser um filme meio monótono.

Enfim, tonto que só ele, Br'er Bear vai atrás do pote de ouro no fim do arco-íris, e pra isso precisa de um capacete que proteja o osso da cabeça (sic). "Mas isso é só um mito!", diz a fada da Terra do Nunca.


Após ver que a criatura mágica tinha razão, Br'er Bear desiste de buscar o pote de ouro, e aceita tirar o capacete improvisado.

Mas o capacete discorda, e se recusa a sair e o urso simplesmente aceita sua nova realidade. Eu gosto como a Sininho também aceita, porque se um urso de dois metros e meio não consegue tirar um sino de metal maciço da cabeça dele, não é ela, uma singela fadinha cujos músculos tem a rigidez de uma geléia, vai tirar.


Mas o que lhe falta de força física, Sininho tem em sagacidade, e busca ajuda do Br'er Rabbit, que ficou conhecido como Coelho Quincas na terra de Mossoró - Rio Grande do Norte.
Br'er Bear é Zé Grandão, mas eu gosto de falar Br'er.

Br'er.
Br'er.

Parece uma palavra hebraica, mas é inglês, é uma forma cearense de pronunciar "brother".

E agora você já sabe como Hulk Hogan provavelmente falaria caso tivesse nascido em Maranguape.


Eu também queria apontar que, mesmo sem ter muita tecnologia de desenho/impressão como temos hoje, é muito daora ver que eles conseguem passar a idéia que Casey Jr. é absurdamente rápido, e faz tua mente imaginar o quão rápido a Sininho tá voando.

Saudades quando davam a faca e o queijo na mão pra imaginarmos e termos nossa própria interpretação.


Eles fazem Br'er Bear achar que Br'er Rabbit chegou primeiro ao pote de ouro, e isso faz com que ele se enfeze e assim, expulse o sino da cabeça.

Quadrinhos de comédia não fazem o menor sentido.


Mas não era um pote de ouro, mas sim Casey Jr., que encheu a chaminé de fadareia da Tinkie, e mesmo sendo colorido ao invés de dourado, deu pra enganar o urso.

Por essa lógica, daria pra talvez enganar o Eric de Boy Meets World, mas ele provavelmente acharia que são Lucky Charms e que iria receber uma mensagem do espaço através do cereal.

Voltamos já, após essa mensagem dos nossos patrocinadores:

*****

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Era Uma Vez Uma Crise: A Disney Sob o Comando de Iger por Kapan Katsuragi

A saída de Peltz, os comentários de Musker, e os apelos pelo retorno às raizes

E agora, de volta ao artigo:

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Outwitting the Wolf é o título da terceira história, onde Sininho decide visitar os Três Porquinhos, que tem um baita problema em mãos... patas.
O Lobo Mau está BOM!

DUN-DUN DUUUUUUUUN!

O Lobo Mau está fazendo brinquedos, segundo a agência de inteligência dos Porquinhos, que eu imagino ser os rumores da floresta trazidos pelos Animais.

Sim, tem uma diferença entre animais, Animais, e Animais Engraçados. Só gente sem cultura e que se acha engraçadão faz piadas sobre o Pateta e o Pluto serem um cachorro, mas só aqueles que estudaram no Instituto Kapan Katsuragi sabem que Pateta é meramente um ser humano comum que por acaso se parece um cachorro.

Este é um blog de cultura refinado, e pra citar o Amer: ERGA O MINDINHO ENQUANTO LÊ ESSE ARTIGO, SEU BILTRE!!!


Sininho dá aquela espiadinha na casa do Lobo, e depois de referenciar o filme de maneira visual ao ficar presa na fechadura, conclui que sim, o Lobo virou a casaca e agora constrói brinquedos do tamanho do Dumbo.

Eu não sei bem o que ela quis dizer com isso, porque Dumbo é um elefante pequeno. Mas talvez "Dumbo ears-sized toys" não coubesse no balão e fosse uma mouthful pra dizer, o que é compreensível.

Mas Prático ainda acha que tem caroço nesse angu, enquanto seus irmãos tontos vão na conclusão da Sininho.


Oh, quem diria? Prático estava certo, o Lobo Mau é mau! Mau feito o Pica-Pau!

Mas quem poderia adivinhar?

Sim, os brinquedos do Lobo Mau foram feitos pra tentar quebrar a casa dos porquinhos. Pode parecer que a persistência foi herdada de seus primos, o Wile E. Coyote e Ralph Wolf, e talvez seja realmente uma tentativa da Casa do Rato de adaptar seus personagens pros mesmos arquétipos da concorrência.

Mas eu tenho certeza que se houvesse a chance, a maioria de vocês iria tentar investir de novo naquela paixonite do ensino fundamental, então não julguem o Lobo ou seus primos, ok?

Ok.


Mas Sininho tem um plano mirabolante que exige fé, coragem, e pozinho mágico. E nesse caso, literalmente jogar dados com o destino, porque ela concluiu que, se o boneco tem um rosto feliz pintado, provavelmente isso conta como pensamentos felizes.

Mesmo que não tenha existido nessa época, eu gosto de ver mágica com a mesma lógica de uma linguagem de programação. O que significa que o plano dela não deveria funcionar, porque... não sei, mas não deveria funcionar.


Não, J.J. Destino, não é contigo, sossega.


O Lobo aparece com um cavalo de balanço, com o mesmo propósito, mas com um design pior. Se alguma coisa der errado, ele bate a cabeça na porta e quando acordar estará com amnésia.

Mas Sininho faz exatamente a mesma coisa que fez com o Jack-In-The-Box, com os mesmos resultados.

Mas o Lobo não é  bobo, e retorna com um último brinquedo.


Ele retorna com uma casinha de bonecas, que rapidamente se torna em cadeia assim que nossa heroína diminuta explora seu interior.

Eu tenho certeza que tem algum comentário social nessa gag, mas tudo que posso pensar é que a casinha virou uma escola.

O Loblo blolo então não perde tempo e salpica Sininho em si mesmo, desbloqueando o poder de voar e de... mudar de tamanho, aparentemente.

No último quadro, a casinha de boneca é pra ser pequena, se ela aparece grande ela está mais próximo do observador. Mas as linhas de movimento do lobo sugerem que ele passou pela frente da casinha.

Se eu tivesse uma moeda pra cada lobo que tem problemas de proporção e perspectiva, eu teria duas moedas. O que não é muito, mas é estranho que tenha acontecido duas vezes.


Após ver que tinha uma borboleta na casinha, Sininho deduz que há uma saída pela chaminé.
Porque ela não tentou isso antes de mais nada está além da minha capacidade de compreensão.

Ela segue o Lobo e tenta enganá-lo, mas ele está preparado pra enfrentar uma PRÓ-PORCO!

Desculpa, eu só acho esse termo muito engraçado fora de contexto.

Aliás, sabiam que Herman "Kay" Kamen, publicista dos curtas de Walt, tem muito orgulho de ter colocado uma placa luminosa num gueto judeu altamente kosher, e ainda fez eles gostarem dos personagens? Isso que é ter lábia!


Enfim, Sininho também tem uma boa lábia, porque faz o Lobo mergulhar direto na chaminé de uma casa, mas era a casa de boneca que ele fez.

Antes de irmos pra próxima história, quero notar que os porquinhos tem orelhas de elfo. Você nunca tinha percebido, mas agora percebeu e não consegue desver.

De nada.



A última história é The Little Giant, que tem personagens novos, e coloca Sininho numa situação completamente estranha e inusitada, e que é até bem criativa.

Após terminar seu reisado, Sininho retorna pra Terra do Nunca, mas é pega de surpresa por... estrelas cadente, eu acho. E ali tem uma constelação que me lembra o Mestre Gato, ou Gato de Cheshire, que me faz pensar se não é a primeira estrela à direita que Peter avisou que não devíamos ir.


Seja como for, Sininho esbarra em um planetinha verde, que pode ser legal pra fazer um piquenique.

Lembra quando as pessoas saíam pra fazer piqueniques, pra se conectar umas às outras, criar memórias, ao invés de ser uma desculpa pra exibir a pele no Instagram? Bons tempos.


Enfim, logo logo nossa fadinha favorita descobre que não está sozinha no pequeno planeta, e antes que você possa dizer "TU TE TORNAS ETERNAMENTE RESPONSÁVEL PELO QUE CATITAS", os pequeninos habitantes aparecem, e são... Anões anões?

E aparentemente eles gostam de mulheres altas, algo que... suponho que estava em alta naquela época, graças aos filmes B, e que hoje está em alta graças à WWE.

É como poesia.


A nossa Pixie Perfeita decide então ajudar os anõezinhos, arando a terra e ajudando a semear as plantas. Tudo vai muito bem, tudo tranquilo, até que chega o temível velho gnomo gigante.
...Eu ACHO que é gigante.


E ele é uma ameaça pública, não só por ser um velho ranzinza, mas por ser um velho ranzinza que não olha por onde anda e derruba as casas por onde vai.
...
Se bem que... os anõezinhos podiam fazer casas mais resistentes, talvez. Sei lá, é uma idéia.

Also, o gnomo diz que veio de um planeta de gnomos, o que é um conceito...
...
Definitivamente um conceito.


E ainda por cima, ele usa o próprio pente pra puxar as árvores e comer tudo! Mas é um calhorda mesmo!
...
Os cabelos dele tão muito branquinhos pra alguém que usa o pente direto no chão pelo menos duas vezes por dia.

ONCE AGAIN

O Gnomo até tenta chamar atenção de seus compatriotas, usando sinais de fumaça e escrevendo na terra, mas... considerando que talvez nem todo mundo tenha acesso a veículos interplanetários ou saiba ler sinais de fumaça, fica complicado.

Eu consigo imaginar o absoluto inferno que deve ser tanto pra ele quanto pros anõezinhos morar nesse planeta. Literalmente um planeta pequeno demais pras duas raças.

Pun intended.


O gnomo então explica que ele não pode voltar pra casa, porque seu tapete mágico de repente parou de funcionar por motivo nenhum.

De novo, mágica funcionando como programação. É um baita conceito.

E sim, o gnomo tem um tapete mágico. Porque que de outra maneira ele iria viajar entre planetas?
...
Você está se perguntando como ele consegue respirar no espaço? Oras, da mesma forma que a Sininho, Peter Pan, e as crianças Darling conseguem respirar no espaço!
...
OH MEU DEUS, O QUE É AQUILO??
...
Oh? Ah, deve ter sido o vento.
...

O gônimo também nos dá um pequeno pedaço de lore, ao dizer que mágica de gnomo e de fada não se misturam, e que se misturar, pode explodir o negócio todo.

Seria uma forma de resolver o problema, se me perguntar.


Após ser brutalmente empurrada pelo gnomo, Sininho perde os sapatinhos numa poça... marrom... que só agora apareceu na história. E que por algum motivo, deu um peso imenso nos sapatinhos dela, o que a deixou 20% pelada, considerando o tipo de roupa que ela usa.

COMICS CODE!

Ignorando todo e qualquer tipo de bom senso, ela prova da água marrom, e descobre que não é o esgoto, mas sim ferro!
...não sei o que é pior.

De fato, eu lembro duma história dos Tres Caballeros onde eles encontram barris de prata líquida, mas antes que Donald possa testar o que são, Panchito berra informando que o líquido é mercúrio.

Ainda bem que mercúrio é prata e não marrom, mas não vem ao caso agora.

Os anõezinhos se voluntariam pra levar água pura e lavar o tapete mágico que sofreu dessa água enferrujada...

Porque raios o gnomo não disse antes, eu não sei, mas ele é ranzinza, deve ter seus motivos. É tipo o Senhor Epaminondas, todo velho ranzinza tem uma história de fundo que ele não quer explicar.


Mas a água do poço não é suficiente, então Sininho dá uma de Tempestade e sopra nuvens chuvosas até o local onde não chovia desde que o gnomo apareceu.
...eu nem vou questionar.

E assim, ela deixa os sapatinhos pros anõezinhos usarem de barco, o que me parece muito trabalho só pra fazer os homenzinhos passarem horas por dia cheirando o aroma pedicular da giganta.
Quem raios escreveu isso, Dan Schneider?


O gibi termina com uns passatempos que eu não consegui resolver porque eu não sei o que raios devia ser esse negócio que substituiu "all", mas tem o selo de garantia de entretenimento seguro e familiar da Dell.


As sitcoms da Nickelodeon tecnicamente também eram.

Tem mais dois pasastempos, mas eu não consegui fazer nenhuma piada com eles, então paramos por aqui.


É sempre legal ver como certos personagens e mitologias eram tratados em mídias e épocas diferentes. Bem distante do grupo de amigas próprio, Sininho ainda parece uma personagem bastante completa, mas desde os anos 90 a Disney tem sido bem mais reservada quanto a fazer crossovers assim.

Sim, tivemos o House of Mouse, mas também foi rejeitado a proposta da Arca de Noé, onde as Princesas Disney (que na época não eram uma franquia ainda) entravam na Arca com seus filhos, esquecendo que a Branca de Neve tem um filho nos quadrinhos chamado Glauco.

E sim, ainda estou à caça das histórias da Branca de Neve que nunca foram publicadas aqui, achei uma, mas falta um monte ainda.

Se quiser ler essas histórias que mencionei na íntegra, pode ler nesse site aqui, que tem outras edições também.


Moral da história de hoje: se você encontrar uma fada e ela não falar com você em um idioma reconhecível, é porque ela não foi com tua cara.

***

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